Casos de estupro de vulnerável crescem na Baixada Santista

Por Anna Clara Morais em 31/12/2024 às 12:00

Imagem Ilustrativa/Freepick
Imagem Ilustrativa/Freepick

Mais da metade das cidades da Baixada Santista registrou aumento no número de casos de estupro de vulnerável entre janeiro e outubro de 2024, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP). Somente Santos, Praia Grande e Mongaguá tiveram queda nesse tipo de ocorrência nos dez primeiros meses do ano na comparação com igual período de 2023.

Guarujá teve o maior número de casos dentre as nove cidades da região. Em 2024, foram registradas 64 ocorrências de estupro de vulnerável, enquanto que no mesmo período em 2023, a SSP contabilizou 55 casos, um aumento de 16,36%. 

Em porcentagem, no entanto, o maior aumento foi em Peruíbe, que saltou de 24 para 30 casos em 2024 (25%). Em São Vicente, o levantamento apontou 42 casos em 2024, quatro a mais do que no ano passado (10,52%). Itanhaém subiu de 36 para 41 (13,88%), enquanto Bertioga foi de 26 para 28 casos (7,69%).

Nas demais cidades a quantidade de casos diminuiu. Em Santos, os números foram de 55 para 46, o que representa 16,36% menos casos. Em Praia Grande foram registrados 79 casos neste ano, 13,18% a menos do que no ano passado. Em Mongaguá diminuiu em 20% de um ano para o outro. Já em Cubatão, os casos permaneceram em 18.

Estupro de vulnerável tem influência nas redes

Os dados assustam pelo crescimento contínuo na maior parte das cidades que, associados ao avanço da tecnologia e ao domínio que as redes sociais possuem sobre a nova geração, geram a criação de novas formas de abuso. 

A situação é evidenciada por números divulgados pela Safernet, organização que defende os Direitos Humanos na internet no Brasil, onde foram recebidas 71.867 novas denúncias de abuso e exploração sexual infantil online. A quantidade foi considerada um recorde em 18 anos. 

Os modos para proteger as crianças de fazerem parte da estatística são imprescindíveis. É inevitável que as gerações mais novas tenham acesso às redes sociais, mas cabe aos responsáveis controlar esse acesso.

Daniele Santos é mãe da atriz e influenciadora mirim, Marianna Santos, que acumula mais de 3 milhões de seguidores no Instagram. Marianna está nas redes há quase dez anos e a mãe sempre teve o papel de gerenciar os conteúdos publicados e a vida como figura pública.

“Ela (Marianna) sempre teve acesso as postagens, mas nunca a parte privada. Nunca teve acesso ao campo de mensagens das redes sociais e aos comentários. E eu, como mãe, sempre tive o cuidado de, ao observar um comentário estranho ou suspeito, usar a ferramenta de denunciar e bloquear o usuário”, contou Daniele.

Daniele, em todos esses anos, registrou alguns comportamentos estranhos, mas nunca deixou afetar a filha.

“Já recebemos comentários de possíveis abusadores, inclusive no privado. Já recebemos fotos de partes íntimas de homens e o procedimento é padrão. Denunciamos e bloqueamos […] muitas vezes usam fotos de criança, coisas de criança e, além dos comentários, tem pessoas que querem puxar uma conversa no privado. Costumo responder, para dar atenção aos fãs. Quando vejo que é uma conversa que não é vinda de um fã, simplesmente arquivo e depois não respondo mais”, completou a mãe.

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