08/05/2018

Churrasco sem carne? Santaportal mostra como é preparado um churrasco vegano

Por Noelle Neves/Colaboradora em 08/05/2018 às 18:50

VEGANISMO – Cogumelos, tomates, batata e mandioca. Alimentos comuns que nas mãos do médico generalista Fábio Magário e da ativista Aline Lira se tornam um belo churrasco vegano. Na mesa também era possível encontrar maionese de batata, salada de grão de bico, arroz e até pão de alho, além dos legumes feitos na churrasqueira. Os alimentos estavam tão bonitos que era impossível escolher por onde começar. A equipe do #Santaportal esteve presente em um dia típico de churrasco vegano da família e pôde experimentar – quase – todos os pratos.

O veganismo chegou até o casal de uma forma um tanto quanto inusitada e para entender como churrasco vegano surgiu na vida deles, devemos voltar um pouco no tempo.

O filho Yuri, de 9 anos, começou a recusar alimentos de origem animal. “Ele já tinha consciência aos dois anos. Até os seis, escondíamos tudo na comida e meio que obrigávamos. Eu nunca tinha parado para pensar nessa coisa de compaixão”, lembrou Aline.

“Por que eu vou comer um boi, se eu não vou comer um cachorro?”, perguntou o menino. O termo “vegano” era novo para a ativista e precisou de ajuda de alguns amigos para lidar com uma criança que não queria comer o que estava habituada. “O que me anestesiou foi achar que a gente precisava. Eu só me toquei que estava errada, quando comecei a pesquisar para fazer a comida dele. Muitas pessoas viviam com esse estilo de vida e eu comecei a me perguntar o que eu estava fazendo… Como eu me deixei convencer que era necessário?”, questionou.

Mesmo com todos os conflitos internos em relação ao tema foi o pequeno Yuri que mudou a vida dos pais. Segundo a mãe, ele pediu para não ter mais nada de origem animal em casa e eles aceitaram. Não jogaram nada fora, mas não compraram nada mais que não fosse vegano. Quando Fábio e Aline queriam comer, procuravam restaurantes.

“Mas ele ficava chateado, quando nos via comendo. Um dia, nós estávamos em um restaurante por quilo e ele viu que eu ia pegar uma carne. Ele me pediu para não fazer, disse que era só ‘não pegar’ e eu comi o prato sem carne nenhuma. Eu preparei um dos últimos pedaços de carne que tinha em casa, já tinha visto alguns vídeos e entendia melhor. Aquele momento foi inesquecível. Me peguei fatiando o bife e meio que entrei em um transe. Vieram imagens de abate e eu pensei: ‘como que eu estou sendo capaz de cortar um animal em pedaços?’”, relatou.

Depois desse dia, a decisão estava tomada e Aline disse para o marido que se ele quisesse continuar comendo alimentos de origem animal deveria fazer a própria comida. Ela não queria nem cozinhar. Nisso, o médico também optou pelo estilo de vida. E foi aí que a família começou a fazer churrasco…

“O Fábio gostava muito de fazer churrasco. Ficamos muito tempo com a churrasqueira desligada, mas começamos a ver vídeos, listar algumas coisas que poderiam ser feitas e um dia, testamos e deu certo”, contou Aline.

Eles se dividem bem quanto aos preparos. A ativista fica com os acompanhamentos e o marido com as carnes vegetais. E quem pensa que é difícil, se engana, pois os temperos são os mesmos. “Algumas coisas são difíceis, mas nada que as pessoas não saibam como fazer”, enfatizou Fábio.

A salada de grão de bico, por exemplo, é feita com grão de bico, claro, tomate, cebola e salsinha. A maionese de batata estava deliciosa e foi feita de uma forma simples: Aline processou a batata, acrescentou azeite e sal e ela por si só deu a liga.

O arroz e a farofa foram feitas de formas tradicionais. Também tinham os legumes feitos na grelha. A mandioca foi curtida em manteiga vegana, já a berinjela e a abobrinha apenas temperadas em azeite e sal.

O pão de alho foi um dos destaques. Na receita tradicional vai queijo e requeijão, como derivados não são consumidos. A adaptação foi feita com pão francês e mussarela vegetal.

O casal contou que o tempo de preparo é mínimo. Na noite anterior, fizeram a lista do que queriam para o churrasco. No dia, em torno de quarenta minutos.

O quilo da picanha custa em torno de R$ 30, da linguiça R$ 12 e do frango R$ 10. Quando se calcula junto com os acompanhamentos, como arroz, vinagrete e pão, o preço sobe ainda mais. Para ter uma noção de quanto será gasto, churrasqueiros calculam R$ 20 por pessoa.

Segundo Magário, um churrasco vegano é bem mais barato que um tradicional. “Gastei R$ 80 para quatro pessoas. Sobrou e acredito que vamos comer no jantar e no almoço de amanhã. Em um churrasco vegano, se calcularmos 5 reais por pessoa é muito”, disse.

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Depois de tantas perguntas do tipo “você é vegano? Mas o que você come ?”, o casal criou perfis no Instagram para responder essa pergunta. O de Aline é o @comendo_mato e o de Fábio é o @med_veg . Lá você irá encontrar pratos bonitos, feeds organizados e prepare-se, seu estômago vai roncar!

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