Casal é acusado de causar a morte da filha de apenas um mês em Mongaguá

Por Santa Portal em 24/10/2023 às 06:00

Divulgação/Polícia Civil
Divulgação/Polícia Civil

Um casal é acusado de causar a morte da própria filha, de apenas um mês e 20 dias, em Mongaguá, por volta das 22 horas de domingo (22). O corpo da bebê foi submetido a exame necroscópico no Instituto Médico-Legal (IML) de Praia Grande e, preliminarmente, foram constatadas diversas marcas de mordida humana, algumas em estado de cicatrização e outras mais recentes, demonstrando maus-tratos reiterados.

Antes da perícia cadavérica, uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) havia levado a vítima ao Hospital e Maternidade de Mongaguá. A pequena Vallentina já chegou sem vida à unidade e uma médica verificou que a criança apresentava várias equimoses, afundamento de crânio, sangramento em grande quantidade na laringe, suspeita de luxação de cotovelos e fratura de tíbia.

Encaminhados à Delegacia de Mongaguá no início da madrugada de segunda-feira (23), os pais da bebê foram ouvidos e liberados. Segundo eles, Vallentina teve febre e diarreia. Ainda conforme a versão dos acusados, eles acionaram o Samu quando perceberam que a menina estava “gelada” e não reagia às massagens realizadas em seu peito. Durante a tarde, após a revelação do IML de que a vítima morreu em decorrência de agressões, o casal foi detido.

Yuri Rodrigues da Silva, de 19 anos, e a sua companheira, de 17, foram localizados por investigadores da Delegacia de Mongaguá em uma funerária do município. Eles liberavam a documentação do caixão para sepultar a filha, sendo conduzidos novamente à repartição policial. A delegada Damiana Shibata Requel autuou o pai em flagrante pelos crimes de maus-tratos, tortura e homicídio, determinando a sua remoção à cadeia.

A mãe responderá por atos infracionais análogos aos delitos atribuídos a Yuri, mas perante o Juízo da Infância e da Juventude. Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o menor infrator está sujeito a, no máximo, medida socioeducativa de internação, que deve ser reavaliada a cada seis meses e cujo prazo máximo é de três anos. A jovem residia com Yuri e a filha em uma casa de um conjunto habitacional, na Alameda Angélica.

Troca de acusações

Yuri continuou a alegar inocência quando soube que seria preso em flagrante pela morte da filha. Em interrogatório, ele disse que vive com a mãe de Vallentina há cerca de dois anos, acusando-a de dar “beliscões” na bebê e de colocar um pano na boca da criança toda vez que ela chorava. Segundo o rapaz, no domingo à noite, ele dormia e a companheira o acordou para dizer que a menina estava “gelada”.

A adolescente contou que deu o último banho na filha por volta das 18 horas de domingo e se deitou com ela em seguida. Porém, como a criança começou a chorar, Yuri se irritou, porque não tinha paciência com a bebê. De acordo com a jovem, o rapaz se levantou, enquanto ela adormeceu. Quando acordou, às 21 horas, a mãe de Vallentina percebeu manchas roxas no ombro e na perna da menina, que estava sob um cobertor no berço e aparentemente não respirava. (EF)

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