01/09/2018

Carapaça de tatu gigante pré-histórico é localizada no Uruguai

Por Agência Brasil em 01/09/2018 às 12:16

URUGUAI – A carapaça de um gliptodonte, uma espécie de tatu gigante pré-histórico, foi encontrada em uma fazenda nos arredores da cidade de Carmelo, no Uruguai. Estima-se que o animal tenha vivido há cerca de 16 mil anos. A couraça localizada, apesar de grande, não estava inteira. No Museu Paleontológico de Colônia (no Uruguai), há caparaças inteiras em exposição.

Para a Agência Brasil, Andrés Rinderknecht, de 41 anos, paleontólogo responsável pela escavação e pela retirada do fóssil, disse que os gliptodontes começaram a surgir na Terra há cerca de 30 milhões de anos e viveram no continente, inclusive, na América do Norte.

“Havia muitos no Brasil, no Uruguai, na Argentina. Os últimos se extinguiram há cerca de 8 mil anos. O animal que encontramos, ainda que não possamos precisar exatamente quando morreu, deve ter por volta de 16 mil anos de antiguidade”, afirmou.

O paleontólogo revelou que o animal chegava a pesar mil quilos, era terrestre e herbívoro, pois ?comia pasto e folhas?. O gliptodonte era lento e carregava a ?carapaça enorme?. “Não eram muito inteligentes, e não precisavam ser, pois eram invulneráveis, devido à proteção da couraça”, destacou.

Gigante
Rinderknecht contou que os gliptodontes desapareceram de repente e as razões são desconhecidas. Segundo ele, há quem atribua à caça humana, outros às mudanças climáticas, pois a Terra começou a esquentar há cerca de 10 mil anos.

Segundo o paleontólogo, gliptodontes conviviam com uma fauna extraordinária. ?Esses ‘tatus gigantes’ conviveram com outros animais impressionantes, como rinocerontes gigantes, que existiam aqui e se chamavam toxodontes, com o famoso tigre-de-dentes-de-sabre, com elefantes, que se chamavam mastodontes, e cavalos. Essa era a fauna que vivia no continente?, disse.

Diferentemente do que se imagina, Andrés Rinderknecht afirmou que não é difícil encontrar pedaços de fósseis dos gliptodontes no continente. Apesar de ser um animal pré-histórico e despertar muito interesse e curiosidade, não são raros. “Na verdade, há muitos materiais, mas o problema é que pouca gente conhece”, comentou.

Descoberta
O paleontólogo contou que um funcionário de uma fazenda notou que havia um esqueleto em um barranco e que os ossos não eram de vaca. Ele acionou o Museu de Carmelo, que contatou o Museu Nacional de História Natural, em Montevidéu, onde Andrés Rinderknecht trabalha. O paleontólogo foi ao local e identificou o material e seu estado de preservação. O trabalho de retirar o fóssil da terra durou três dias.

“O que fizemos foi uma espécie de muralha de proteção de gesso e arame a todo o material a medida que se ia escavando. Quando terminamos e o gesso secou, levamos para o Museu del Carmen, que é onde está agora. Espero o material secar, pois fica mais leve e o osso endurece um pouco, para terminar de limpá-lo. Daqui a um mês, vou ao museu para retirar o gesso e o barro com uma escova e limpar bem. Depois, os funcionários do museu farão uma vitrine para expor. A ideia é que o material fique no lugar onde foi encontrado”, concluiu Rinderknecht.

O Museu del Carmen fica na pequena cidade de Carmelo, no departamento de Colônia, e mantém um arquivo histórico e religioso. Carmelo tem cerca de 16 mil habitantes e fica a 240 quilômetros da capital Montevidéu.

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