Candidatos divergem sobre temas e troca de farpas marca debate de Cubatão

Com diversos temas levantados e discussões, os candidatos à Prefeitura de Cubatão falaram sobre as suas propostas para a cidade, em debate promovido na noite desta segunda-feira (23), pela Santa Cecília TV. Carlos de Freitas (DC), César Nascimento (PSD), Dr. Paiva (PL), Rodrigo Alemão (PSB) e Toninho Vieira (PP) estiveram presentes.

A Saúde foi o primeiro assunto a ser discutido pelos candidatos, assim que teve início o segundo bloco, onde os postulantes ao cargo fizeram perguntas e respostas entre si, seguindo ordem determinada em sorteio.

César Nascimento, que é apoiado pelo prefeito Ademário Oliveira, defendeu o trabalho da gestão nesta área em pergunta feita pelo Dr. Paiva. “Vi que realmente o senhor não vive a cidade. O senhor passou como secretário de Saúde do prefeito Clermont e não resolveu o problema. Estamos inaugurando o AME na nossa cidade, ampliando a unidade básica do Bolsão e levando uma unidade básica para Vila Esperança, outra para a Cota. Pegamos a cidade destruída e estamos reconstruindo. Estamos entregando uma nova cidade para você, cubatense. Estamos no caminho certo, construindo faculdade de Medicina, estamos avançando e avançamos muito”, disse.

Dr. Paiva, por sua vez, demonstrou a sua desaprovação ao trabalho feito na área da Saúde do Município. “A mortalidade infantil está acima de 14 por ano em Cubatão. Hoje 14 crianças morrem na Cidade. Na nossa época, quando trabalhei na gestão do prefeito Clermont, era um dígito só. E olha que tínhamos um orçamento menor. Naquela época, inclusive, dobramos o número de UBSs, implantamos a Saúde da Família. A Saúde está desarticulada no município de Cubatão, fatiaram totalmente a Saúde na nossa cidade. É a pior da região metropolitana, um verdadeiro absurdo, um desgoverno. Não existe na cidade de Cubatão informatização da Saúde, além de termos a precarização de contratação. Precisamos fazer uma grande reforma administrativa na Saúde”, afirmou.

Meio Ambiente

Meio ambiente foi um dos temas que também gerou embates entre os candidatos durante o debate. Carlos de Freitas destacou que existem projetos sendo discutidos que trariam grande prejuízo para Cubatão, especialmente com a criação de um pátio regulador do Porto de Santos em áreas do Município.

“Fui na Autoridade Portuária outro dia e o que estão propondo é uma verdadeira destruição do Casqueiro, do Bolsão e da Ilha Caraguatá. Não tem espaço em Santos, querem avançar para Cubatão. Querem aumentar o Porto e destruir Cubatão. O prefeito é contra, o Ministério Público é contra, o Gaema é contra e a população também é contra. Mas tem que ser essa verdadeira união. Muitos foram perguntar como vai ser esse projeto, porém temos que deixar as diferenças de lado e nos unirmos para defender o povo de Cubatão. Teve candidato aqui que se rendeu, disse que o projeto está pronto e quer ver como vai ficar”, comentou.

César Nascimento também se posicionou contrário ao projeto citado por Carlos de Freitas. “Somos contra, procuramos o MP para nos posicionarmos. Cubatão não é área de serviço de Santos, a Cidade não foi procurada para discutir isso. Somos contra. Cubatão já é cortada por quatro rodovias e duas ferrovias, não é possível que queiram instalar pátio regulador na Cidade. Morador do Casqueiro e do Bolsão, fiquem tranquilos que vamos lutar e isso não acontecerá no governo César Nascimento”, pontuou.

Transporte público

O transporte público e a volta das lotações também foram abordados durante o debate. Toninho Vieira defendeu a tarifa zero nos ônibus municipais.

“Temos que ter gratuidade para o nosso povo, que paga R$ 5 no ônibus, vamos acabar com isso. Vamos pagar por distância, por quilometragen. Quero implantar a tarifa zero, com retorno da lotação. Tudo isso custeado por 1,5% da arrecadação do Município, o que não é nada. Vamos devolver esse dinheiro para a população. Quantos trabalhadores não tem condição de procurar emprego porque não tem dinheiro para pagar a tarifa?”, indagou.

“Estamos trabalhando e implantaremos o retorno do transporte alternativo. Precisamos ter todos os ônibus operando, tarifa zero não é ruim, mas precisamos de estudo”, analisou Rodrigo Alemão.

Geração de empregos

Outro tema bastante discutido foi a geração de empregos na Cidade. Para os candidatos de oposição, o Município é rico em arrecadação, mas o cubatense ainda sofre para ter trabalho e bons salários.

“Temos um grande projeto para desburocrazitar a Prefeitura, onde hoje existe uma taxa tributária extremamente perversa. Precisamos ter novas fontes de receita, como o Turismo em Cubatão. Além disso, existe um sucateamento de parques públicos, como o Cotia-Pará, o Anelinas e o Perequê. Através disso podemos gerar empregos, com uma fábrica da comunidade. Precisamos capacitar os jovens para o futuro, criando cursos profissionalizantes, voltados para profissões do futuro, como no caso do TI. Mas para isso precisamos investir no professor, valorizar a Educação”, ressaltou Dr. Paiva.

“O nosso plano de governo vai criar curso de empreendedorismo. Não dá só para incentivar a ser operário. Trouxemos a primeira unidade de querosene verde da Petrobras, graças a um projeto de incentivo fiscal. Temos parceria com o Camp e o Senai, para fazer cursos profissionalizantes e os jovens saírem de lá com uma profissão. Iremos estender ao comerciante, o nosso governo olhará para frente, de mãos dadas com a população”, garantiu César Nascimento.

Educação

A Educação também foi debatida pelos candidatos, com algumas propostas e acusações entre eles sobre votações na Câmara que teriam prejudicado o professor da rede pública.

“A Educação voltará a ser prioridade. Implantaremos a valorização do profissional, além de criarmos um equipamento para manutenção das escolas. 25% do orçamento fica na Educação, precisamos resgatar a escola integral. Vamos criar a Educação midiática, Educação no trânsito e ter merenda de qualidade”, disse Alemão.

“A Educação está horrível, o professor perdendo a casa, o carro e não tem dinheiro para se manter. O presidente da Câmara não admite que foi ele, o Toninho Vieira votou mas não admite que foi ele. O César Nascimento não admite que a Educação do governo dele está horrível. Você são votar neles, são os três da mesma casa. Acorda, gente! Acorda, professor!”, alertou Freitas.

Toninho Vieira, por sua vez, admitiu que votou no projeto citado por Carlos de Freitas, mas que teria sido enganado pelo prefeito Ademário Oliveira.

“Votamos porque o prefeito mentiu e mente muito. Ele disse que não tinha condições de pagar o salário dos professores. Em seis meses abandonei o governo, mas o Rodrigo ‘do PT’ (Alemão) ficou sete anos com o governo. Carlinhos, onde você estava esse tempo todo? O Rodrigo estava sentado na cadeira e brincando de política com os outros vereadores. Nenhum aqui pode falar que é oposição”, finalizou Toninho.