Caminhoneiros autônomos da Baixada Santista vão parar na segunda-feira
Por Folha Press em 29/10/2021 às 11:11
O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam) confirmou que vai aderir à paralisação nacional dos caminhoneiros, marcada para a próxima segunda-feira (1º).
Anteriormente, no último dia 16, o presidente do Sindicam, Luciano Santos, já havia confirmado o estado de greve. A decisão foi formalizada na noite de quinta-feira (28), em assembleia com sindicatos e cooperativas.
Assim, os caminhoneiros que atuam na região se juntarão ao movimento dos transportadores rodoviários autônomos e celetistas que prometem parar o País no dia 1º, caso o governo não atenda às reivindicações da categoria.
Os principais pedidos dos caminhoneiros são cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário, aposentadoria especial a partir de 25 anos e fim da política de preço de paridade de importação da Petrobras para combustíveis.
Aliás, Romero da Costa, diretor do Sindicam, afirma que o sindicato está com a categoria, esperando uma resposta do Governo até domingo (31).
“Esse auxílio de R$ 400,00 não é o que a categoria quer. Nossa categoria quer a redução do diesel, não queremos ajuda do Governo”.
Centrais sindicais anunciam apoio a paralisação de caminhoneiros
As centrais sindicais se uniram para divulgar um manifesto na quinta-feira (28) dando apoio à paralisação que os caminheiros dizem que vão fazer a partir do dia 1° de novembro.
O texto, assinado por CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB, CSP-Conlutas e outras entidades, afirma que a pauta dos motoristas tem repercussões do interesse de todos os trabalhadores.
“A inflação se expressa na alta dos preços da energia e dos combustíveis, que são de responsabilidade do governo federal e, mais uma vez, nada faz. O impacto sobre os preços promove a carestia, como no caso do botijão de gás, que custa em torno de R$ 100. A inflação anual já beira os 10%”, dizem as centrais.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, diz que as centrais se reuniram com representantes dos grupos de motoristas que aderiram à paralisação, e a ideia é colaborar na divulgação e participar de atos com os caminhoneiros.
“Não é só a questão do combustível. É a carestia que isso provoca nos itens de primeira necessidade. Não adianta fazer as reivindicações sem tocar na política de preços da Petrobras”, afirma Torres.
Segundo Ricardo Patah, presidente da UGT, o objetivo não é reproduzir o caos que aconteceu em 2018, mas os caminhoneiros precisam ser ouvidos.
“Estamos falando de custo da gasolina, luz, tantas questões elevadas. Não podemos ficar sem apoiar e valorizar uma categoria tão importante e tão sofrida, que transporta alimentos e vida. São pessoas que merecem respeito. O que aconteceu em 2018 nós queremos até esquecer, porque foi muito complicado. Não queremos contribuir para o caos. É por respeito. Estamos em outro momento. O Brasil está muito sofrido”, diz Patah.
Por fim, Antonio Neto, presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros), afirma que Bolsonaro está dizimando os caminhoneiros com a política de preços para os combustíveis.
“A categoria não aguenta mais tanta mentira e traição. Os caminhoneiros não querem esmola. Querem trabalhar”, afirma o líder sindical.