Bombardeios de Israel em Gaza podem ser crime de guerra, diz ONU
Por ANSA em 27/05/2021 às 09:08
ISRAEL – A alta comissária dos Direitos Humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, afirmou nesta quinta-feira (27) que os bombardeios realizados por Israel na Faixa de Gaza durante 11 dias neste mês de maio podem ser “crimes de guerra”.
“Se for verificado que o impacto sofrido por civis e seus bens materiais foi indiscriminado e desproporcional, esses ataques podem se constituir como crimes de guerra”, disse Bachelet durante uma reunião do Conselho de Direitos Humanos.
Segundo a chilena, apesar do governo de Tel Aviv afirmar que os prédios atingidos em áreas de população civil abrigavam os “terroristas do Hamas”, o país “não apresentou provas a respeito”. Bachelet ainda lembrou que diversas das estruturas atingidas por bombas “eram edifícios governamentais, casas, edifícios residenciais, de organizações humanitárias, instalações médicas e estradas”.
Durante o conflito, que durou entre 10 e 21 de maio, diversos foram os governos internacionais que afirmavam que Israel “tinha o direito de se defender” dos ataques de foguetes lançados pelos grupos Hamas e Jihad Islâmica, mas que a resposta “deveria ser proporcional”.
Segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, foram 243 mortes na cidade, incluindo 66 crianças e 39 mulheres, mais de dois mil feridos e milhares de desabrigados. Do lado israelense, 12 mortes foram confirmadas, incluindo uma criança.
Crise com a França
Nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gabi Ashkenazi, convocou o embaixador de Paris no país após as afirmações do ministro Jean-Yves Le Drian.
No domingo, o chanceler francês afirmou que há um “risco de apartheid” de Israel em relação aos palestinos se a solução de “dois Estados” não for alcançado.
A fala referia-se aos confrontos vistos em diversas cidades israelenses que tinham uma coabitação entre palestinos e judeus mais pacíficas.