Bolsonaro se contradiz e agora diz que plano de mudança no STF é 'invenção'

Por Cauê Fonseca/Folha Press em 11/10/2022 às 21:00

Antonio Molina/Folhapress
Antonio Molina/Folhapress

Em rápida entrevista durante visita a Pelotas (RS) na tarde desta terça-feira (11), o presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) atribuiu à imprensa a proposta de aumentar de 10 para 15 os assentos no STF (Supremo Tribunal Federal).

O assunto não foi levado pelos repórteres. O próprio presidente falou no tema ao ser questionado sobre os testes das Forças Armadas sobre a integridade das urnas no primeiro turno das eleições.

“Quem falou que eu recebi relatório [dos militares]? Igual à imprensa falou que eu vou passar para mais cinco no Supremo. Eu falei que isso não estava no meu plano de governo. Botaram na minha conta.”

Questionado então se pretendia aumentar o número de ministros, respondeu: “Vocês que inventaram isso. Vocês é que digam”.

No último domingo (9), Bolsonaro disse que deve avaliar a proposta de aumentar o número de ministros do STF somente após a eleição e disse que sua decisão sobre o tema vai depender da temperatura na corte.

À noite, porém, amenizou o tom e disse que pretende conversar após as eleições com a presidente do Supremo, Rosa Weber, para pacificar o clima com o Judiciário.

Em entrevista para um canal no YouTube, Bolsonaro observou que, caso seja reeleito, ele poderá indicar mais dois ministros para o STF, porque Rosa Weber e Ricardo Lewandowski completarão 75 anos em 2023 e precisarão se aposentar.

O atual presidente já nomeou outros dois magistrados para a corte: Kassio Nunes Marques e André Mendonça.

O mandatário foi questionado por um dos entrevistadores sobre propostas de aumentar a composição do STF, que hoje tem 11 ministros.

“Se eu for reeleito e o Supremo baixar um pouco a temperatura… Já temos duas pessoas garantidas lá [Kassio Nunes Marques e André Mendonça], tem mais gente que é simpática à gente […]. Tem mais duas vagas para o ano que vem, talvez você descarte essa sugestão”, afirmou o presidente ao canal Pilhado.

“Se não for possível descartar, você vê como é que fica. Você tem que conversar com o Senado também [para] a aprovação de nomes. Você tem que conversar com as duas Casas [sobre] a tramitação de uma proposta nesse sentido”, disse Bolsonaro.

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