25/07/2023

Bolsa e dólar sobem após divulgação de dados de inflação no Brasil

Por Folha Press em 25/07/2023 às 10:54

Csaba Nagy/Pixabay
Csaba Nagy/Pixabay

A Bolsa brasileira abriu em alta nesta terça-feira (25) após a divulgação do IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) de julho, que caiu mais que o esperado pelo mercado e reforçou apostas de um possível corte da Selic (taxa básica de juros) na próxima semana.

Já o dólar começou a sessão em queda, mas passou a registrar alta nesta manhã, com investidores aguardando a próxima decisão sobre juros do Fed (Federal Reserve, o banco central americano), que será divulgada na quarta (26).
Às 10h10, o Ibovespa avançava 1,28%, aos 122.924 pontos, enquanto o dólar subia 0,46%, cotado a R$ 4,755.

O IPCA-15 teve queda de 0,07% em julho, registrando sua primeira baixa desde setembro de 2022, segundo dados divulgados nesta terça pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A baixa foi maior do que a mediana das projeções do mercado. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam deflação (baixa) de 0,02%, após o leve avanço de 0,04% registrado pelo índice em junho.

Além disso, analistas consultados pelo Banco Central reduziram suas expectativas para a inflação de 2023 a 2025 e passaram a ver o dólar abaixo de R$ 5,00 este ano, mas mantiveram a expectativa de um corte de 0,25 ponto percentual na Selic.

De acordo com o boletim Focus divulgado nesta terça, a projeção para a alta do IPCA em 2023 caiu de 4,95% para 4,90%, reforçando as apostas de que um corte de juros deve ser iniciado na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que ocorre na semana que vem.

O atual consenso é de que o comitê deve realizar uma redução de 0,25 ponto percentual na Selic em agosto, mas parte do mercado já aposta num corte maior, de 0,50 ponto, visão que pode ser reforçada pelos dados de inflação divulgados nesta terça.

As projeções de corte nos juros podem pressionar o desempenho do real ante o dólar, já que o atual nível da Selic, em 13,75% ao ano, é apontado como um dos pontos de apoio para a moeda brasileira ao atrair investimentos para a renda fixa do país.

Economistas dizem, porém, que possíveis perdas na renda fixa brasileira podem ser compensadas pela entrada de recursos na Bolsa do país, que seria beneficiada por um corte de juros. Assim, ainda haveria espaço para queda do dólar no Brasil nos próximos meses.

Além disso, com a diminuição das expectativas de inflação, a projeção é que o Brasil continue com juro real (que desconta o IPCA) atrativo, o que também beneficiaria o real.

O boletim Focus dessa semana mostrou que o dólar passou a ser estimado em R$ 4,97 ao final de 2023, contra R$ 5 na semana anterior. Para 2024 a moeda norte-americana segue sendo calculada em R$ 5,05.

Na sessão de segunda-feira (24), O dólar registrou queda de 1% e fechou em seu menor valor desde abril de 2022, cotado a R$ 4,733.

Já a Bolsa brasileira teve alta de 0,93% e terminou o dia aos 121.341 pontos, o maior nível desde agosto de 2021, com impulso de ações da Petrobras e da Vale.

O Ibovespa foi apoiado pelas ações da Weg, que registraram os maiores ganhos da sessão com alta de 7,22%. A empresa tem subido na Bolsa desde a semana passada após a divulgação de seu balanço corporativo mais recente, que veio melhor que o esperado.

Apoiaram o índice, ainda, altas de Petrobras (2,08%) e Vale (3,02%), que também ficaram na lista de mais negociadas da sessão. A petroleira foi apoiada pela subida do petróleo no exterior, enquanto a mineradora destacou-se após notícias sobre novos estímulos econômicos na China.

Na ponta negativa, as ações da IRB Brasil tiveram forte queda de 14,40% após a companhia ter divulgado um resultado pior que o esperado em maio. Com o anúncio do balanço, o BTG Pactual rebaixou a ação da IRB e recomendou venda, o que contribuiu para o movimento de baixa.

Ações de Bradesco e Itaú, que completam a lista de mais negociadas do dia, caíram 2,69% e 1,58%, respectivamente, e pressionaram o Ibovespa.

Além disso, quedas de empresas do setor de proteínas, como Marfrig (3,87%), BRF (2,27%) e JBS (1,38%), também limitaram os ganhos do índice, em dia de alta dos grãos na Europa. O registro de um caso de gripe aviária em Santa Catarina também vem derrubando o setor na Bolsa desde a semana passada.

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