Artista Leonardo Leite ilustra as paredes do Centro de Santos com a infância

Por Bárbara Silva em 12/08/2021 às 06:35

Desde criança, Leonardo Leite era inspirado pelos quadrinhos, animes e mangás japoneses em seus desenhos. Anos depois, traçou seu caminho até a faculdade de Arquitetura, onde se aprofundou em História da Arte e ganhou novas inspirações, como Monet, Van Gogh, entre outros.

Em 2012, formou-se em Design de Interiores, e passou a trabalhar com Arquitetura de Interiores. Porém, apesar da paixão, relata que não encontrou na área a arte de forma plena. “Tinha uma outra visão do Design de Interiores e passei a ficar mais distante da arte. Por isso decidi mudar, pois estava em um ambiente que não me sentia tão inspirado. Precisava de algo mais ousado”.

Leonardo saiu dos ambientes de lojas e escritórios há três anos e traça o caminho de artista visual e muralista. O começo em um mercado totalmente diferente, apesar de ainda estar inserido dentro da arte, foi difícil. “Poucos me conheciam e muitos dos projetos que eu estava envolvido era investimento próprio para divulgação. Então foi um começo difícil, conseguir clientes, matérias para produção tem um preço elevado”, relata.

Estúdio Preö

O Estúdio Preö ainda era um projeto paralelo em 2012, quando foi fundado. Nele, Leonardo concentrava projetos pessoais de arte que desenvolvia nas horas vagas. Hoje, é seu projeto principal, e reúne 14,6 mil seguidores no Instagram.

O fascínio do artista por Monet e Van Gogh continua. Sua arte, hoje em dia, reflete também inspirações em Degas e Guguin, todos membros do movimento Impressionista.

A vida é uma canção infantil

Ainda no começo da pandemia da covid-19, mais especificamente em abril, Leonardo passou a retratar momentos da infância em recortes de papelão. Foi daí que nasceu a série “A vida é uma canção infantil”, que traz à tona memórias da infância com pinturas de brincadeiras como pique-esconde, balões e pipas.

“Essa série toda se destacou por retratar uma infância que tive o privilégio de usufruir, onde brincávamos mais nas ruas. São memórias muito boas, e isso cria uma grande conexão com o público. Falar da infância tem sido algo incrível.”

Foto: Rosana Anjos

Leonardo também é muralista e grafiteiro, e, por isso, viu a necessidade de levar essas memórias para a rua. Aos finais de semana, visitou o Centro de Santos e espalhou pequenas artes de 10cm ou menos – o que logo foi intitulado por um amigo de minimal street art.

Ele conta que a ideia era espalhar as pinturas pelo Centro e disponibilizar um mapa para que as pessoas pudessem ver arte ao ar livre e de forma segura. Isso tudo tomou forma em outubro de 2020, quando se tornou uma exposição.

Foto: Divulgação

A pandemia, ele conta, chegou a assustar – até porque, o setor da arte foi profundamente afetado. “Confesso que fiquei apreensivo, afinal, trabalhar com arte por si só já é instável. Mas transformei essa energia em um ímpeto maior para trabalhar com mais regularidade nas ruas.”

Novo trabalho

Já há uma nova exposição programada para outubro. “A alegria do circo” irá retratar este universo lúdico e colorido unindo performances de dança, a arte de Leonardo e circo teatral nos finais de semana e feriados.

Ela irá acontecer no Galpão, na Rua Marquês de Herval, 33. Serão dez dias de exposição, com início de 2 de outubro até o dia 12.

Foto: Rosana Anjos
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