13/06/2021

Após crise na CBF e insatisfação do elenco, Brasil pega Venezuela na estreia da Copa América

Por Folha Press em 13/06/2021 às 08:01

Lucas Figueiredo/CBF
Lucas Figueiredo/CBF

Atual campeã da competição, a seleção brasileira inicia neste domingo (13) sua caminhada na Copa América de 2021. O Brasil enfrenta a Venezuela, às 18h, no estádio Mané Garrincha, em Brasília.

Adiado de 2020 para este ano em razão da pandemia da covid-19, o torneio inicialmente tinha como sedes a Colômbia e a Argentina. Os conflitos sociais em território colombiano, porém, deixaram os argentinos sozinhos na organização. Diante da situação do coronavírus no país, o governo argentino também desistiu de sediar a Copa América.


Com apoio do governo federal, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) assumiu a competição a cerca de duas semanas de seu início.

A decisão abrupta tomada pela confederação deixou jogadores, comissão técnica e dirigentes ligados à parte gerencial da seleção insatisfeitos. Os atletas externaram o descontentamento com a condução do processo, sem que eles ou os outros integrantes fossem consultados.

O maior foco de irritação do grupo era com o presidente da entidade, Rogério Caboclo.

Antes das duas últimas rodadas das Eliminatórias, contra Equador e Paraguai, tanto Tite quanto Casemiro (um dos capitães nessa data Fifa) afirmaram publicamente que a equipe tinha uma posição clara com relação à Copa América, mas ela só seria mencionada após o jogo com o Paraguai.

Em meio à queda de braço entre seleção e Caboclo, o presidente foi afastado de seu cargo pelo Comitê de Ética da CBF após uma denúncia de assédio sexual e moral feita por uma secretária da confederação. O mandatário, afastado por 30 dias, agora estuda junto a advogados criminalistas a sua defesa para o caso.

A saída momentânea de Caboclo tranquilizou os atletas, que chegaram a discutir a possibilidade de boicote à Copa América. A falta de adesão de outras seleções diminuiu a força da iniciativa.

Com o presidente afastado, o grupo também resolveu baixar o tom do posicionamento que havia prometido para depois da partida com o Paraguai, pelas Eliminatórias.

Em nota publicada nas redes sociais, os jogadores da seleção brasileira afirmaram ser contra a Copa América, mas também que disputariam a competição. O comunicado também procurou despolitizar a questão.

Na semana que antecedeu o duelo com os paraguaios, Tite foi criticado pelo vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) e pelo senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.

“Temos uma missão a cumprir com a histórica camisa verde amarela pentacampeã do mundo. Somos contra a organização da Copa América, mas nunca diremos não à Seleção Brasileira”, escreveram os jogadores em nota.

Apesar da insatisfação com a organização realizada às pressas, há um ponto positivo para Tite na disputa do torneio sul-americano a um ano e meio do Mundial do Qatar, em 2002.

Em razão da pandemia, o futebol de seleções ficou paralisado por praticamente sete meses, e só retornou nas últimas semanas. Como os técnicos têm pouco tempo para trabalhar nas datas Fifa, a Copa América servirá para que Tite reúna o elenco e trabalhe aspectos táticos com os jogadores por um mês.

Líder das Eliminatórias com seis vitórias em seis jogos, o Brasil só terá uma mudança no torneio em relação à lista de jogadores convocados para os últimos dois jogos: o zagueiro Rodrigo Caio, chamado por conta da lesão de Thiago Silva, foi cortado da convocação para a Copa América.

Em 2019, quando conquistou o título, o capitão da seleção era Daniel Alves, à época jogador do Paris Saint-Germain (FRA). O lateral voltou a ser chamado para a equipe nacional, mas uma lesão atuando pelo São Paulo o tirou da lista de atletas que enfrentaram Equador e Paraguai.

Quem não participou do título há dois anos foi o atacante Neymar, cortado da competição após romper o ligamento do tornozelo direito em amistoso preparatório contra o Qatar.

O único título do camisa 10 com a seleção principal foi a Copa das Confederações, em 2013. Com as seleções de base, o jogador conquistou o Sul-Americano sub-20 em 2011 e o ouro olímpico em 2016.

FICHA TÉCNICA

Estádio: Mané Garrincha, em Brasília
Horário: 18h
Árbitro: Esteban Ostojich

BRASIL: Ederson; Danilo, Éder Militão, Marquinhos e Alex Sandro; Casemiro, Fred e Roberto Firmino; Gabriel Jesus, Richarlison e Neymar
Técnico: Tite

VENEZUELA: Graterol; Ferraresi, Chancellor, Villanueva, Rosales; Moreno, Rincón, Alex González, Otero, Savarino e Josef Martínez
Técnico: José Peseiro

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