Antena corta-pipa é proteção obrigatória, mas não convence motociclistas da Baixada Santista
Por Laeticia Bourgeois em 30/09/2025 às 11:00
Mesmo com o aumento de acidentes envolvendo linhas com cerol na Baixada Santista, a antena corta-pipa ainda não é amplamente utilizada. Considerada por especialistas um item de segurança essencial, o equipamento pode ser a diferença entre um susto e uma tragédia. Ainda assim, muitos condutores não o veem como indispensável e essencial.
A antena corta-pipa é um equipamento de segurança instalado em motocicletas, fixado geralmente no guidão ou na carenagem. Sua função é interceptar e cortar linhas de pipa – especialmente aquelas com cerol (mistura de cola com vidro moído) ou linha chilena, que é ainda mais cortante e perigosa. O dispositivo ajuda a evitar acidentes graves, protegendo principalmente o pescoço do condutor.
Para a proprietária da loja Point Moto Peças SV, Nina Reis, ainda falta conscientização e interesse por parte dos motociclistas na procura e compra desse dispositivo. “A saída deste produto aqui na loja ainda é razoável, falta interesse dos clientes”, afirma Nina. “Quando acontece um acidente, eles se interessam mais. Mas só dessa forma para procurarem.”
O uso da antena corta-pipa é obrigatório por lei apenas para motocicletas e motonetas utilizadas em atividades remuneradas, como motofrete e mototáxi, conforme estabelece o Artigo 139-A do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e a Resolução nº 943/2022 do Contran. Para os demais motociclistas, o uso não é exigido, mas é amplamente recomendado por órgãos como o Detran, devido à sua importância na prevenção de acidentes com linhas cortantes.
O perfil dos clientes que costumam adquirir o acessório varia entre civis, entregadores e motoboys. “É bem equilibrado entre esses grupos. Mas ainda acho que há mais saída para civis do que para motoboys. Eu considero importante para todos os motociclistas, e agora inclusive existem modelos novos, retráteis, coloridos. Para mim, a lei deveria valer para todos, pela segurança de quem anda de moto”, explica a proprietária.
Embora o acessório deva ser usado durante o ano todo, a procura aumenta no período das férias escolares, quando a prática de soltar pipa se intensifica, há um aumento da atividade de empinar pipa entre as crianças, como um passatempo enquanto não estão na escola, como relata um funcionário da loja Mercadão Central. “A procura é maior mais para o fim do ano, nas férias escolares. Estando em casa, elas gostam de brincar com as pipas.”
No último sábado, aconteceu, em São Vicente, uma campanha de distribuição gratuita de antenas corta-pipa. A ação, realizada pela Prefeitura de São Vicente, distribuiu e instalou 200 antenas corta-pipa nos veículos dos participantes. Além disso, os motociclistas receberam orientações educativas sobre a importância da pilotagem defensiva e do respeito às leis de trânsito para prevenir acidentes dos agentes de trânsito sobre condução segura.
“Acho que deveria ter mais campanhas, pelo menos umas duas vezes ao mês. Infelizmente, só quando acontece alguma tragédia os motociclistas têm noção do quanto é perigoso”, conclui Nina.