Amanda e Roberto, uma amizade que se transformou em solidariedade
Por Ted Sartori/#Santaportal em 30/01/2020 às 10:34
SANTOS – Uma amizade se transformou em uma corrente de solidariedade em Santos. Tudo começou em novembro do ano passado, com a chegada de Amanda Soares, de 22 anos, para morar no bairro da Areia Branca. Nascida em São Vicente, ela residia na Bolívia, onde estudava Medicina e interrompeu o curso no quarto semestre por, dentre outras razões, questões financeiras. Estagiária em uma empresa, sempre passava por Roberto a caminho do trabalho. Era uma simples troca de cumprimentos até que veio um importante aviso por parte do homem. “Ele me mandou tomar cuidado porque estavam assaltando. Não deu três minutos e fui assaltada”, conta.
O caso aconteceu às 7h10 de 10 de dezembro. A bolsa de Amanda foi levada por um casal. Nela havia documentos, celular, carregador e até a marmita. O mais importante, porém, eram os quase R$ 1000,00 dados pela mãe, que enfrenta problemas de saúde, para pagar contas atrasadas. “Contei a história ao seu Roberto e, desde então, ele criou uma protenção comigo. Ele sempre me ajudava, indo me buscar ou me levar até o ponto de ônibus. Assim é mais difícil acontecer outro assalto”, explica.
Na terça-feira (28), porém, Roberto não foi visto por Amanda na ida para o trabalho. Na volta, a jovem encontrou o homem um pouco cabisbaixo e perguntou o que estava acontecendo. “Ele me disse que estava difícil de conseguir emprego (ele é pedreiro e porteiro), que não estava aparecendo nada e as contas continuavam a chegar, começando a faltar coisas em casa. Por isso era difícil ficar animado”, conta.
A jovem até pensou em comprar uma cesta básica, por exemplo, mas não considerava interessante porque o problema seria resolvido apenas por um período. Foi então que Amanda resolveu uma postagem no Facebook no mesmo dia, contando a história de Roberto, falando da história do assalto, de sua amizade e fornecendo o telefone dele para que o chamassem para trabalhar., além da foto dele para ilustrar – e que ela mesma tirou.
“Tentei transmitir no texto do Facebook esse sentimento de querer ajudar o seu Roberto. Mas não esperava tomar uma proporção tão grande quanto tomou. Fico feliz porque as pessoas conseguiram sentir o mesmo que eu e tentaram fazer o mesmo, que é ajudar”, afirma.
Na quarta-feira (29), Amanda voltou a encontrar Roberto. O semblante era outro, de alegria, com um sorriso largo. “Ele me disse que não tinha conseguido nem dormir por estar muito contente, que o telefone não parava de tocar com oportunidades. Eram pessoas ligando solicitando orçamento com relação a reformas, obras, e ele estava entrando em contato com todo mundo”, disse. De poucas palavras, Roberto confirmou que a procura pelos serviços havia aumentado e que ficou surpresa com a atitude da jovem, que é quase sua vizinha e, mais do que isso, uma grande amiga.
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