07/03/2025

Além de Demi Moore, veja atores esnobados no Oscar, com Tom Cruise e Stallone

Por Folha Press em 07/03/2025 às 19:30

Reprodução
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O Oscar, principal premiação cinematográfica dos Estados Unidos, foi acusado de etarismo após eleger a novata Mikey Madison, de “Anora”, como melhor atriz. Para muitos, quem merecia o prêmio era Demi Moore -atriz de sucesso estratosférico nos anos 1980 e 1990, historicamente esnobada pela crítica.

Moore, entretanto, não é a única atriz com currículo de destaque a ser esnobada pela Academia. Algumas estrelas continuam sem a estatueta mesmo após várias indicações -é o caso de Bradley Cooper, com 12 nomeações, cinco delas por suas performances.

Outros nomes de Hollywood que fizeram papéis marcantes, como Willem Dafoe e Tom Cruise, também nunca levaram a estatueta. Confira abaixo alguns atores e atrizes célebres que nunca receberam um Oscar.

Demi Moore

Demi Moore era cotada como a favorita ao Oscar deste ano. A estrela, um dos símbolos de beleza e sensualidade nos anos 1980 e 1990, recebeu o maior salário de uma atriz feminina até o ano de 1996 pelo longa “Striptease” -US$ 12,5 milhões, ou R$ 72,14 milhões, na cotação atual.

A atriz venceu o Globo de Ouro e o Screen Actors Guild Awards, o SAG, por “A Substância”. Sua estreia foi em 1982, no filme de terror “Parasita”, mas ela alcançou sucesso com seus papéis em “Ghost: Do Outro Lado da Vida”, de 1990, “A Letra Escarlate”, de 1995, “Até o Limite da Honra”, filme de Ridley Scott de 1997 e “Bobby”, de 2006.

Quando ela venceu o Globo de Ouro por sua interpretação em “A Substância”, disse, em seu discurso, que aquele era seu primeiro prêmio que recebia. Segundo ela, a indústria via-a como uma “atriz de pipoca”, ou seja, que estrela em filmes divertidos, mas supostamente sem profundidade ou mérito artístico.

Tom Cruise

O ator já foi indicado a quatro Oscar -o mais recente como produtor de “Top Gun: Maverick”, de 2022, na categoria de melhor filme. Também foi indicado a melhor ator, pelos filmes “Nascido em 4 de Julho” e “Jerry Maguire”, de 1989 e 1996, respectivamente.

Em 1999, foi indicado a melhor ator coadjuvante por “Magnólia”, um dos favoritos ao prêmio à época. Mas apesar de ter feito papéis icônicos desde sua estreia, em 1983, por “Negócio Arriscado” -logo depois estrelou o “Top Gun” original, filme que arrecadou US$ 357,3 milhões-, suas contribuições não foram reconhecidas.

Cruise participou de longas de grandes diretores, como Martin Scorsese, em “A Cor do Dinheiro”; estrelou ao lado de Jack Nicholson em “Questão de Honra” e, desde 1996, é protagonista de “Missão Impossível”, franquia que já arrecadou mais de US$ 4,1 bilhões (R$ 23,6 bilhões).

Harrison Ford

De Han Solo em “Star Wars” ao personagem-título de “Indiana Jones”, Harrison Ford já estrelou algumas das sagas mais icônicas de Hollywood. Também participou de clássicos, como o longa de ficção científica “Blade Runner: O Caçador de Andróides”, por Ridley Scott, de 1982, e fez uma ponta em “Apocalypse Now”, de 1979, dirigido por Francis Ford Coppola.

Apesar disso, Ford só foi indicado uma vez ao prêmio da Academia, por “A Testemunha”, de 1985, dirigido por Peter Weir. No longa, ele vive John Book, policial na Filadélfia que investiga o envolvimento de uma jovem da comunidade Amish e seu filho na morte de um policial.

Sylvester Stallone

A estrela da série “Rocky”, em 1977, se tornou o terceiro artista indicado no mesmo ano tanto a melhor ator como pelo melhor roteiro original -os outros dois foram Charlie Chaplin e Orson Welles. Na ocasião, perdeu para Peter Finch, que faz o protagonista alucinado de “Rede de Intrigas”.

O brucutu, um dos ícones do cinema de ação dos anos 1980, ainda com “Rambo” e “Stallone Cobra”, voltaria a ser indicado em 2016 como melhor ator coadjuvante, ao retomar o papel de Rocky Balboa em “Creed: Nascido para Lutar”. Na ocasião, levou o Globo de Ouro na categoria, além de prêmios do Critics Choice Awards e do reconhecimento da National Board of Review, mas acabou perdendo para Mark Rylance, do filme “Ponte de Espiões”.

Samuel L. Jackson

Com uma carreira diversa -de filmes blockbuster da Marvel a “Pulp Fiction” e “Django Livre”, de Quentin Tarantino, ao “Jurassic Park” original e até o vilão em “Kingsman”-, Samuel L. Jackson só foi indicado uma vez ao Oscar.

Ele competiu na categoria de melhor ator coadjuvante por “Pulp Fiction”, de 1994, mas perdeu para Martin Landau em “Ed Wood”.

Apesar de não ter recebido estatueta por um papel específico, a Academia concedeu, em 2022, um Oscar honorário a Jackson por suas contribuições ao cinema.

Glenn Close

Indicada a melhor atriz quatro vezes, Glenn Close, veterana de Hollywood, hoje aos 77, nunca levou o prêmio. A Academia considerou suas interpretações em “Atração Fatal”, de 1987; “Ligações Perigosas”, de 1988; “Albert Nobbs”, de 2011; e “A Esposa”, de 2018.

Recebeu, ainda, mais quatro indicações a melhor atriz coadjuvante -por “O Mundo Segundo Garp” (1982), “O Reencontro” (1983), “Um Homem Fora de Série (1984) e “Era Uma Vez um Sonho” (2020). Apesar do repertório rico e diverso, a atriz continua sem reconhecimento pela Academia.

Quando foi questionada sobre, Close disse que não era por isso que atuava. Na ocasião, inclusive citou a ocasião em que Fernanda Montenegro, em “Central do Brasil”, não levou o Oscar, que à época foi para Gwyneth Paltrow, por “Shakespeare Apaixonado”.

“Honestamente, eu nunca entendi como é possível comparar atuações. Eu lembro aquele ano em que Gwyneth Paltrow ganhou daquela atriz incrível de ‘Central do Brasil.’ Eu pensei: ‘Isso não faz sentido'”, afirmou.

Johnny Depp

Um dos atores mais célebres de sua geração e hoje um tanto longe dos holofotes após a disputa judicial com Amber Heard, Johnny Depp viveu diversos papéis, de longas cult a filmes de aclamados diretores e até blockbusters.

O artista foi indicado três vezes ao Oscar de melhor ator, por “Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra” (2003), “Em Busca da Terra do Nunca” (2004) e “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet” (2007).

Willem Dafoe

O ator tem um dos currículos mais ricos de Hollywood. Recentemente, brilhou em “Nosferatu” (2024) e “O Farol” (2019), de Robert Eggers, além de “Pobres Criaturas” (2023), de Yorgos Lanthimos, apesar de não receber indicações.

Também atuou em sucessos, como “Homem-Aranha” (2002), “Psicopata Americano” (2000), “A Última Tentação de Cristo” -no qual vive o papel principal, no longo dirigido por Martin Scorsese- e “Mississippi em Chamas” (1988).

Ele recebeu quatro indicações. Na categoria de melhor ator, pelo filme “No Portal da Eternidade” (2018) e, como melhor ator coadjuvante por “Platoon” (1986) -filme de Oliver Stone, vencedor do prêmio de melhor filme e melhor direção-, “A Sombra do Vampiro” (2000) e “Projeto Flórida” (2017), de Sean Baker.

Na ocasião de sua indicação por “Projeto Flórida”, o ator foi questionado pela AFP como se sentia por nunca ter recebido o Oscar. “Não é por isso que faço filmes”, afirmou.

Bradley Cooper

Apesar de ter recebido um Bafta, o Oscar britânico, e três Grammy, Bradley Cooper nunca recebeu um Oscar, mesmo com 12 indicações ao todo, cinco delas por seu trabalho como ator.

Cooper começou a fazer sucesso nos anos 2000 por suas aparições em filmes de comédia romântica, como “Idas e Vindas do Amor”, de 2008, e “Ele Não Está Tão a Fim de Você”, de 2009.

Suas indicações ao prêmio da Academia de atuação foram por “O Lado Bom da Vida”, de 2012, “Trapaça”, de 2013, “Sniper Americano”, de 2014, “Nasce uma Estrela”, de 2018, “Maestro”, de 2023.

Pelo seu papel como produtor, seus longas “Sniper Americano”, “Nasce uma Estrela”, “Coringa” (2019), “Beco do Pesadelo” (2022) e “Maestro” foram indicados.

George Lucas

O cineasta de “Star Wars” já foi indicado quatro vezes -a melhor roteiro original e melhor direção em “Loucuras de Verão”, de 1973, e, em 1977, nas mesmas categorias por “Star Wars: Uma Nova Esperança”.

Apesar de ser homenageado em 1992 com o Prêmio Memorial Irving G. Thalberg, concedido a produtores, o cineasta de “Indiana Jones” e de “Star Wars” -esta a terceira saga de filmes mais lucrativa de todos os tempos, responsável por lucrar US$ 10,3 bilhões em seus 11 filmes- nunca recebeu uma estatueta.

Amy Adams

A atriz já teve seis indicações ao prêmio da Academia e nenhuma vitória: a melhor atriz por “O Mestre”, de 2012, e “Trapaça”, de 2013, e a melhor atriz coadjuvante por “Retratos de uma Família” (2005), “Dúvida” (2008), “O Vencedor” (2010) e “Vice” (2018).

Adams já trabalhou o diretor Steven Spielberg em “Prenda-Me Se For Capaz”, de 2002; em 2005, foi uma princesa da Disney transposta a Nova York no musical “Encantada”; e ainda viveu o par romântico do Superman, a Lois Lane.

Em 2016 estrelou dois filmes aclamados pela crítica -“A Chegada”, de Denis Villeneuve, e “Animais Noturnos”, de Tom Ford. Na ocasião, Villeneuve disse à imprensa americana ser uma “grande decepção” ela não ter sido indicada por sua atuação.

Apesar de não conseguir o Oscar, ela já recebeu duas estatuetas do Globo de Ouro, por “Grandes Olhos”, de Tim Burton, e “Trapaça”.

Michael Keaton

Em 2015, Michael Keaton competiu ao Oscar de melhor ator por “Birdman ou A Inesperada Virtude da Ignorância”. Quando foi anunciado o vencedor -Eddie Redmayne, protagonista de “A Teoria de Tudo”- a câmera flagrou o ator guardando discretamente o discurso que havia preparado.

Ele se destacou ao trabalhar com Tim Burton nos anos 1980, nos filmes “Beetlejuice” (1988), e “Batman” (1989) e “Batman Returns” (1992), grandes sucessos de bilheteria.

Apesar de vencer um Globo de Ouro, um Critics Choice Awards e um SAG por “Birdman”, o ator continua sem a estatueta da Academia.

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