Advogado de vítima de Robinho cobra resposta rápida do Brasil
Por Ansa Brasil em 05/10/2022 às 11:15
O advogado da mulher estuprada pelo ex-atacante Robinho e seus amigos em 2013 cobrou do Brasil uma decisão rápida sobre o pedido de extradição feito pela Itália.
“Eu e minha cliente estamos absolutamente satisfeitos que a solicitação tenha sido definitivamente encaminhada às autoridades brasileiras e que o procedimento esteja avançando”, afirmou Jacopo Gnocchi, advogado que defende a albanesa vítima do ex-jogador Robinho.
“Agora esperamos uma tomada de posição por parte das autoridades brasileiras em sentido favorável à extradição”, acrescentou o advogado.
Gnocchi ressaltou estar ciente de que a Constituição do Brasil proíbe a extradição de seus próprios cidadãos, mas disse acreditar que “o problema seja político e diplomático” e que “a opinião pública brasileira, sobretudo as mulheres, devem se mexer em prol de uma mudança radical da lei”.
“O Brasil é um grande país e não pode se transformar em um paraíso da impunidade”, concluiu.
Em 19 de janeiro de 2022, a Suprema Corte da Itália confirmou a condenação de Robinho e de seu amigo Ricardo Falco a nove anos de cadeia por violência sexual, mantendo as penas impostas em primeira e segunda instâncias.
Os dois foram sentenciados por conta do estupro contra uma jovem albanesa em 22 de janeiro de 2013, quando a vítima tinha 22 anos de idade. A mulher estava na mesma boate que Robinho e cinco amigos dele, em Milão, mas só se juntou ao grupo após a esposa do então jogador do Milan voltar para casa.
Segundo a acusação, Robinho e seus amigos ofereceram bebida à vítima até “deixá-la inconsciente e incapaz de se opor”. De acordo com a reconstrução feita pelo Ministério Público, o grupo levou a jovem para um camarim da boate e, se aproveitando de seu estado, praticou “múltiplas e consecutivas relações sexuais com ela”.
Os outros quatro envolvidos no caso não foram rastreados pela Justiça da Itália e não puderam ser processados.
Em uma conversa telefônica grampeada, Robinho disse ao amigo Jairo Chagas, que o alertara sobre a investigação: “Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”.
“Olha, os caras estão na m*rda. Ainda bem que existe Deus, porque eu nem toquei naquela garota. Vi os outros f*derem ela, eles vão ter problemas, não eu. Eram cinco em cima dela”, afirmou o atleta na conversa.
No entanto, após Chagas dizer que havia visto Robinho “colocar o pênis dentro da boca” da vítima, o atacante respondeu: “Isso não significa transar”. Os advogados do jogador alegam que ele é inocente e que a relação foi consensual.