Adolescente aguarda vaga de UTI para tratamento de broncoaspiração
Por Laila Aguiar em 25/08/2022 às 11:40
Uma adolescente de 15 anos está internada desde a última terça-feira (23) no Hospital de Bertioga esperando por uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). O diagnóstico de broncoaspiração (quando comida ou líquidos são aspirados pelas vias aéreas) é delicado para a jovem que é portadora de paralisia cerebral, autismo e epilepsia.
No último domingo (21) a paciente foi levada ao hospital com uma febre alta, mas foi liberada. Com a piora no quadro de saúde e com convulsões recorrentes Evelyn Aparecida de Souza, mãe da adolescente, decidiu que levaria a filha novamente ao hospital. Após alguns exames, a mãe foi informada que o quadro se tratava de uma pneumonia e que era necessária a internação na UTI.
Já internada e com novos exames, o diagnóstico mudou, mas as convulsões continuaram. De acordo com a mãe, o neurologista do hospital reforçou na nessa quarta-feira (24) que a UTI é necessária para diminuir os riscos de saúde da paciente. “Ele insistiu que ela deveria estar na UTI pelo quadro de várias convulsões. Além disso, deveria estar intubada para caso ela tenha uma emergência relacionada as convulsões.” relata a mãe.
Devido aos problemas de saúde, a paciente precisa usar medicamento para o controle da epilepsia. Além desses medicamentos, ela está tomando outros remédios no hospital, mas acaba passando boa parte do dia dormindo. “O pouco que ela fica acordada ela tem crises.”
Segundo a mãe, eles estão procurando hospitais de outras cidades que possam atender o caso da paciente e também estão tentando na cidade, mas até o momento não conseguiram a vaga. “É um caso de urgência, ela já deveria estar internada. Se trata de uma adolescente de 15 anos com algumas deficiências, é uma coisa que não dá para esperar.”
O que diz a Prefeitura sobre o caso da adolescente
O Hospital Municipal de Bertioga, sob gestão do Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS), informa que a paciente vem sendo acompanhada pela equipe multidisciplinar da unidade, em tempo integral, desde sua internação, na tarde de terça-feira (23). Por precisar de atendimento em UTI de hospital de alta complexidade, a unidade solicitou, ainda no dia 23 de agosto, transferência para um hospital terciário de referência, por meio da CROSS, a Central de Regulação da Secretaria de Estado da Saúde. Cabe destacar que a transferência depende, sempre, da CROSS, e não do Hospital Municipal de Bertioga. Nesta quinta-feira, a Central de Regulação encaminhou a paciente para avaliação no Hospital Santo Amaro. A unidade de destino, no entanto, recusou a internação, fazendo com que a paciente retornasse ao Hospital Municipal de Bertioga. Mais uma vez, a equipe multidisciplinar da unidade acolheu e internou a paciente e uma nova solicitação de transferência voltou a ser requerida junto à CROSS.