19/09/2024

26º FNESP: Presidente do Semesp defende educação digital multimodal mediada pelo humano

Por Santa Portal em 19/09/2024 às 06:00

Divulgação/Semesp
Divulgação/Semesp

A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, abriu o 26º Fórum Nacional do Ensino Superior Brasileiro (FNESP) defendendo o desenvolvimento de “uma educação superior híbrida, multicanal e multimodal, que combine presencial, virtual e on-line e diversas formas de entrega, em diferentes mídias e formatos, mediados pelo educador e pelo humano”.

Ao abordar o tema do FNESP deste ano, a presidente do Semesp assinalou que “ainda temos uma visão muito restrita do que é a educação digital. O conceito continua a ser atrelado apenas à educação a distância e ao ensino on-line, mas ele é muito mais do que isso, não é apenas sobre o uso de tecnologia. A educação digital diz respeito à própria democratização do acesso ao conhecimento, independente da modalidade de ensino, a partir do equilíbrio entre a conexão humana e a tecnologia, para uma formação integral”, afirmou.

Lúcia Teixeira destacou a necessidade de “compreender o conceito e falar sobre possíveis direcionamentos e boas práticas, para que as nossas instituições possam se tornar digitais, e propor caminhos que poderão nos levar à superação das desigualdades da educação brasileira”. Segundo a educadora, “entre os elementos, está a aprendizagem personalizada, com aplicação de algoritmos e inteligência artificial, e possibilidade do conteúdo ser adaptado às necessidades e ritmos individuais discentes, e gerar feedback em tempo real para estudantes que se interessarem pela identificação e correção de erros e assim aprender de forma mais eficaz, mediados pelo educador e pelo humano”.

Ela defendeu também que “devemos pensar em ambientes virtuais e realidade aumentada, para práticas e experimentos que seriam difíceis de realizar no mundo físico, gerar a integração de dados e análises sobre o desempenho dos alunos, para identificar padrões de aprendizagem, personalizar o apoio educacional e permitir ajustes no processo de ensino em tempo real”.

Em sua fala aos mais de 1.400 participantes do Fórum a presidente do Semesp defendeu “uma aprendizagem colaborativa e conectada, para a colaboração entre alunos, a troca de ideias e o trabalho em grupo, independentemente da localização física, a gamificação, a aprendizagem baseada em jogos, de transformar a maneira como o ensino e a aprendizagem ocorrem, com universo imenso métodos. Desenvolver habilidades essenciais para o mercado de trabalho e a integração estudantil com o mundo real em uma sociedade digital, aumentando a sua empregabilidade”.

A presidente Lúcia Teixeira lembrou a conexão do tema com o Plano Nacional de Educação, que está em análise neste momento na Câmara dos Deputados. “O novo PNE precisa contemplar os desafios do ensino digital, considerando as enormes diferenças de acesso à tecnologia e à internet da população brasileira, tão diversificada e desigual em termos sociais e econômicos, com a necessidade de políticas públicas que ampliem oportunidades. E que ofereça apoio às dificuldades previstas para adaptação e capacitação de professores, alunos e instituições de ensino às novas ferramentas digitais”, disse a dirigente.

Ela lembrou que o Semesp “tem se debruçado sobre essas questões, acompanhando os estudos e orientações de especialistas e organizações internacionais, buscando padrões e indicadores para o ensino superior, propondo soluções para a gestão da qualidade da educação oferecida, e estimulando a adoção de políticas públicas” e destacou que a entidade apresentou ao MEC uma proposta “que contém as dimensões da qualidade para os cursos de educação a distância no Brasil, elaborada por um grupo de trabalho de especialistas e gestores educacionais experientes, com o objetivo de analisar a oferta no país e sugerir objetivos para que os cursos atendam às diretrizes de qualidade estabelecidas pelos órgãos reguladores”.

Lúcia Teixeira destacou que “temos diante de nós o desafio de fazer com que a educação, com sua importância indiscutível, integrada a um mundo cada vez mais interligado e tecnologicamente conectado, seja acessível em qualquer lugar, neste imenso solo brasileiro, a qualquer momento, democratizando o conhecimento e proporcionando oportunidades a um amplo contingente de jovens que estão ameaçados de se tornarem marginalizados desse processo”.

“A vida é feita de escolhas”, afirmou a presidente do Semesp. “E cada escolha, por mais insignificante que pareça, traz consigo consequências. Ninguém pode evitar o impacto das suas decisões. Caminhamos e a cada passo, moldamos o nosso destino e de outros. A única certeza é que o passado não pode ser desfeito, e o futuro é a soma de cada um desses passos.” E destacou que as instituições de ensino reunidas no evento “enfrentam os desafios de seu contexto social com a busca da excelência e a responsabilidade de contribuir para o bem-estar social, respondendo às necessidades emergentes da sociedade, que não são poucas, nem simples”, finalizou.

Outras autoridades

A secretária da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres), Marta Abramo, também falou na abertura do FNESP representando o ministro da Educação Camilo Santana. Ela se referiu à educação como “um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento econômico, social e cultural do Brasil”, ressaltou “o papel do ensino superior para as estratégias que estão sendo desenvolvidas pelo Ministério” e destacou “os avanços dos últimos anos que devemos comemorar”.

A secretária do MEC citou o novo PNE como uma oportunidade de olhar de frente esses desafios, afirmou que “a construção de soluções tão desafiadoras e complexas como as que enfrentamos se faz com diálogo com todos os envolvidos, em especial com o ensino superior reunido neste evento”, reafirmando o “compromisso com a educação de qualidade e colaboração com todos os representantes do setor”.

André Lemos, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), também participou da sessão de abertura do FNESP em uma transmissão on-line diretamente do Uruguai, onde se encontrava. Ressaltando a qualidade e o expressivo número de participantes do Fórum ele destacou o empenho do CNE em atualizar as diretrizes e o marco regulatório da educação superior e a preocupação com a qualidade, e destacou “a aprovação da resolução que trouxe novas DCNs para a Licenciaura”.

Manuel Palácios, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacional Anísio Teixeira (Inep), falou dos desafios do Inep que são fornecer informação confiável para o setor, “que são os mesmos dos que fazem a educação do setor” e destacou “o quanto o Semesp tem contribuído com pesquisas e estudos da área”.

Adilson Santana Carvalho, diretor de programa e secretário substituto da SeSu/MEC, também falou na abertura sobre os desafios para o setor, destacando como o mais importante “a inclusão da população na educação superior, para atender o sonho daqueles que desejam cursar o ensino superior e expandir o seu acesso”, citando a Meta 12 do PNE, que não foi cumprida, assim como a Meta 8, que diz respeito aos anos de escolarização da população brasileira. O coordenador da Sesu defendeu “a união de forças para colaborar com esse avanço” e disse esperar “que o Censo que será divulgado nos próximos dias possa apresentar números melhores”.

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