SUS avalia usar teste de DNA para prevenir câncer de colo de útero

Por Santa Portal em 16/01/2024 às 21:00

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Encerra-se nesta quarta-feira (17) a consulta pública sobre incorporação de teste molecular para o HPV – sigla em inglês para o vírus Papilomavírus Humano, associado ao desenvolvimento do câncer de colo de útero –, no Sistema Único de Saúde (SUS). A estratégia é considerada por especialistas mais eficiente para a identificação da patologia, por usar exame de DNA. As contribuições podem ser feitas via plataforma Participa + Brasil.

O HPV é uma infecção sexualmente transmissível (IST) e a maioria das pessoas sexualmente ativa terá contato com o vírus alguma vez na vida. Os tipos oncogênicos do HPV podem levar ao desenvolvimento de cânceres, como o do colo do útero. O teste de DNA está disponível no país apenas em clínicas, unidades particulares e alguns convênios, com valores entre R$ 500 e R$ 1.000,00.

De acordo com a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), em 2020, foram registrados em todo o mundo 600 mil novos casos e 340 mil óbitos em decorrência do câncer do colo do útero.

Evidências científicas mostram que o rastreamento com testes moleculares é mais eficiente para a identificação de lesões precursoras do câncer do colo do útero. Isso, consequentemente, contribui para a redução de novos casos e da mortalidade pela doença. A nova técnica pode ser complementar ao Papanicolau, até então a melhor estratégia na saúde pública para detectar alterações nas células do colo do útero.

A ginecologista especializada em doenças relacionadas ao HPV e doutora pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Tatiana Megale explica que o teste molecular identifica a presença do vírus com antecedência, antes mesmo de quaisquer sinais da patologia.

“Com isso, é possível determinar as mulheres que têm risco de lesões (precursoras do câncer do colo do útero) mesmo sem nenhuma alteração celular da paciente”.

Segundo a médica, o rastreamento com papanicolau apenas detecta a presença do vírus quando já existe uma lesão. Outra vantagem da nova técnica é a sensibilidade do exame. Com o Papanicolau, há o risco de obter amostras em locais em que não há lesão ou alteração celular, gerando assim um falso negativo (exame com erro). “Já no exame DNA, esse risco é mínimo”.

Já a ginecologista pela Unifesp Carla Dias acrescenta que a identificação precoce do câncer permite o uso de tratamentos menos invasivos, a melhora da qualidade de vida durante o tratamento e o aumento da possibilidade de cura.

As especialistas explicam que a principal forma de prevenção contra o HPV é a vacinação disponibilizada pelo SUS para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos de idade, pessoas imunossuprimidas; transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea; pacientes oncológicos; e vítimas de violência sexual de 9 a 45 anos. O uso de preservativo durante as relações sexuais é recomendado. Além dessas formas de prevenção, a realização regular do exame de rastreamento para o câncer do colo do útero é fundamental para promoção à saúde.

Consulta Pública

A consulta pública está disponível para opinião popular até o dia 17 de janeiro, via plataforma Participa + Brasil. E foi possível após parecer preliminar favorável da à incorporação da testagem molecular como meio de detecção do HPV para rastreamento do câncer do colo do útero no SUS, o Ministério da Saúde abriu consulta pública à sociedade civil. Mais informações na página do Ministério da Saúde.

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