Reação à vacina da AstraZeneca pode interferir nos testes da Coronavac
Por #Santaportal em 09/09/2020 às 07:43
VACINAÇÃO COVID- A reação adversa provocada pela vacina AstraZeneca com a Universidade de Oxford poderá dificultar o recrutamento de voluntários para a aplicação da Coronavac, vacina que está sendo produzida por meio de uma parceira do laboratório chinês Sinovac com o Instituto Butantan. A avaliação é do presidente do Instituto, Dimas Covas, que concedeu entrevista à CNN, na última terça-feira (8).
Eu acho que é muito ruim, né? É uma vacina que estava andando bem e tem um efeito adverso que suspende os estudos e pode inclusive interferir no nosso recrutamento, afirmou.
O recrutamento da terceira e última fase da pesquisa científica da eficácia da Coronavac está na metade. Faltam ainda cerca de 4 mil profissionais da saúde para serem recrutados pelo Instituto Butantan no Brasil.
Depende muito de como a notícia será veiculada, porque as pessoas embora sejam profissionais da saúde são voluntários. Eu particularmente espero que não interfira, completou Covas.
O presidente do Instituto Butantan avalia, no entanto, que a vantagem é que a Coronavac utiliza o vírus morto e a vacina de Oxford o vírus vivo. As pessoas podem ficar temerosas. Tem que ser bem explicado que são vacinas diferentes. Uma é de vírus morto e a outra é de vírus vivo. Tem uma diferença substancial em termos de tecnologia, mas a gente também não sabe qual foi a gravidade.
Ainda em entrevista à CNN, Covas ressaltou que a Coronavac, entre as vacinas que estão em desenvolvimento, é umas das que tem se mostrado mais seguras, já que tem menos efeitos colaterais que as outras, com menos de 5% dos voluntários apresentando consequências físicas da vacinação, especialmente dores no braço o que é relativamente comum.
No País, além da vacina produzida pela farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, primeira autorizada para testes, e da produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech, há ainda a vacina BioNTech, em parceria com a Pfizer, que está sendo testada em mil voluntários nas cidades de São Paulo e Salvador.
O Ministério da Saúde fechou um acordo com a AstraZeneca de transferência de tecnologia para a fabricação de vacinas no Instituto Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Já a produzida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech está sendo testada em 9 mil voluntários de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Distrito Federal.