27/01/2022

Ministério da Saúde anuncia ações contra a hanseníase no janeiro roxo

Por Agência Brasil em 27/01/2022 às 11:36

O ministro da saúde, Marcelo Queiroga, participa de cerimônia alusiva à Semana de Mobilização Nacional de Hanseníase, o chamado Janeiro Roxo
O ministro da saúde, Marcelo Queiroga, participa de cerimônia alusiva à Semana de Mobilização Nacional de Hanseníase, o chamado Janeiro Roxo

O Ministério da Saúde (MS) anunciou nesta terça-feira (25) ações para a prevenção, diagnóstico e tratamento da hanseníase. Divulgaram as iniciativas como parte da campanha de mobilização do enfrentamento à doença denominada Janeiro Roxo.

Sendo assim, incorporaram ao Sistema Único de Saúde três novos testes para detectar a patologia. Portanto, publicarão um novo protocolo clínico com diretrizes para o tratamento em março, com orientação aos profissionais de saúde.

Contudo, será feita uma campanha de capacitação de médicos da atenção básica, apelidada de Carreta da Saúde da Hanseníase. Então, realizarão as qualificações em cinco estados: Mato Grosso, Maranhão, Ceará, Piauí e Bahia.

No entanto, outra iniciativa será a implementação do Telehans, um serviço remoto para auxiliar a realização de diagnósticos de hanseníase. O propósito é ampliar a resolutividade dos diagnósticos da doença. Além disso, também irão disponibilizar um aplicativo para apoiar os profissionais de saúde nos exames e tratamentos.

Os representantes do Ministério da Saúde acrescentaram que será oferecido um curso de educação a distância sobre o tema para profissionais de saúde. A pasta também irá conduzir um inquérito nacional sobre a situação de pacientes com hanseníase.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, lembrou que o Sistema Único de Saúde (SUS) é fundamental para o combate à doença e tratamento dos pacientes com ela. “Onde não há retorno econômico, às vezes a indústria farmacêutica vira as costas. É necessário que a União, estados e municípios, por meio do SUS, consigam ter vigilância em saúde mais eficiente”, defendeu.

Pandemia

Durante a pandemia, foi identificada uma queda nos registros de novos casos. Enquanto em 2019 foram 27.684 novos diagnósticos de hanseníase, em 2020 o número foi de 17.979. O representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Nereu Mansano, manifestou preocupação com essa redução.

“Nem sempre a queda de taxa de detecção é notícia boa. Nestes últimos dois anos [a redução] se deve a menor procura do diagnóstico. Isso aumenta o risco de um diagnóstico em fase mais avançada e maior risco de sequelas”, declarou.

O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Willames Freire, chamou a atenção para o fato de a doença acometer de forma mais intensa pessoas mais pobres e argumentou sobre a importância de ampliar as ações de diagnóstico e tratamento.

“Temos compromisso de retomada após pandemia incluir cada vez mais pessoas que estão de alguma forma à margem por conta da dificuldade de acesso nesse período”, disse.

Cenário epidemiológico

De acordo com o boletim epidemiológico sobre a hanseníase no Brasil, divulgado pelo MS hoje, os quase 18 mil novos casos no Brasil em 2020 representam 93,6% dos novos diagnósticos notificados nas Américas nesse ano. Brasil, Índia e Indonésia foram responsáveis, sozinhos, por 74% dos 127.396 novos casos em todo o mundo.

Quanto ao perfil sociodemográfico, nos últimos anos (2016-2020) a doença foi mais prevalente em homens (55%) do que mulheres (44%); em pardos (58,9%) do que brancos (24%) e pretos (12%) e na faixa de pessoas com ensino fundamental incompleto (40,9%) do que entre os com ensino médio e ensino superior completo (15%).

As regiões com as taxas mais altas de infecção (por 100 mil habitantes) nos últimos anos foram o Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Em 2020, os estados com os maiores índices foram Mato Grosso (71,4), Tocantins (53,9%) e Maranhão (28%).

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.