Com bom humor e fantoches, cirurgião de Santos aposta em linguagem acessível para falar de estética nas redes
Por Santa Portal em 06/05/2025 às 16:00
Explicar os riscos da anestesia, o tempo de recuperação de uma cirurgia ou as diferenças entre tipos de prótese mamária pode parecer conversa para consultório. Mas nas redes sociais do cirurgião plástico Dr. Josué Montedonio, de Santos, esses temas ganham um tom bem diferente: são discutidos com bom humor e a participação de fantoches, que representam pacientes cheios de dúvidas e curiosidade.
A proposta surgiu da vontade de aproximar o público da medicina estética sem o peso do vocabulário técnico. “Muita gente evita buscar informação porque acha o assunto complicado ou distante da sua realidade. O uso de fantoches foi uma forma lúdica que encontrei para descomplicar e acolher”, explica o médico, que atua há mais de dez anos na área.
Nos vídeos, personagens fictícios levantam questões comuns do dia a dia do consultório — como o medo da cirurgia, inseguranças com o corpo ou expectativas com os resultados — e são respondidos por Dr. Josué em uma linguagem direta, leve e pedagógica. “O humor não é para banalizar, mas para abrir caminho. Ele torna a informação mais acessível e diminui a tensão sobre assuntos que envolvem o corpo e a autoestima”, diz.
Além dos fantoches, o médico também aposta em animações e vídeos informativos sobre procedimentos como lifting facial, abdominoplastia e preenchimentos. A abordagem tem conquistado não apenas pacientes em potencial, mas também profissionais da área da saúde e da comunicação, interessados em novos formatos de divulgação científica.
“Na prática, o que eu tento fazer é responder dúvidas reais com uma linguagem que respeite quem está ouvindo. A maioria dos vídeos nasce de perguntas que escuto nas consultas. Ao invés de responder com termos técnicos, explico como explicaria para um amigo — ou para um boneco curioso”, afirma o cirurgião.
A repercussão nas redes sociais tem sido positiva, com aumento no engajamento e na troca de mensagens. Segundo ele, o retorno mais frequente vem do público que diz se sentir mais confiante para buscar uma avaliação médica. “As pessoas se sentem acolhidas quando percebem que a informação é para elas, não contra elas”, resume.
Para o médico, o papel do cirurgião vai além do centro cirúrgico. “Minha função também é educativa.
Quando a pessoa entende o que está fazendo, por que está fazendo e quais os limites éticos e técnicos envolvidos, ela se sente mais segura — não apenas com o procedimento, mas com a própria imagem e autoestima.”
A iniciativa segue crescendo e pode, em breve, ganhar novos personagens e formatos. Mas o objetivo, segundo Dr. Josué, permanece o mesmo: tornar o cuidado com o corpo uma conversa possível, clara e respeitosa.