Casos de tuberculose deixam Baixada Santista em alerta

Por Rodrigo Cirilo em 05/08/2023 às 08:00

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O Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC – BR), do Instituto Cidades Sustentáveis, aponta que todas as cidades da Baixada Santista apresentam uma incidência de tuberculose superior à meta da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU), que é de seis casos ou menos por 100 mil habitantes. A métrica é utilizada para equiparar cidades com diferença populacional.

Mongaguá é a cidade mais distante do número estabelecido, obtendo 183,42 casos de média. Vale ressaltar que a contagem de 2022 representa um aumento de 4,69% em comparação a 2020, quando o município obteve 175,20. Procurada pelo Santa Portal, a Prefeitura de Mongaguá não respondeu até o fechamento desta matéria.

A cidade com menor incidência é Bertioga, que tem a média de 60,92 casos. Apesar disso, o município está com o indicador vermelho. Ou seja, ainda há grandes desafios para atingir a meta. A cidade também apresentou um aumento de 9,52% na comparação com 2020, quando o índice era de 55,62.

“A Secretaria de Saúde de Bertioga vem realizando diversas ações através da equipe do Programa Municipal de Combate à Tuberculose, como busca ativa junto a pacientes das unidades de saúde e população em situação de rua, além de campanhas porta em porta buscando possíveis sintomáticos nos bairros da Cidade”, explica a Secretaria da Saúde, em nota ao Santa Portal.

Retrocesso no indicador

Peruíbe e Itanhaém obtiveram o maior aumento de casos, com 64,48 e 42,50 de acréscimo, respectivamente. A média total é de 158,68 (aumento de 68,45%) e 107,48 (aumento de 65,40%). Em 2020, o número estava em 94,20 e 64,98, respectivamente. Procuradas pelo Santa Portal, as prefeituras não responderam sobre as mobilizações realizadas para a redução da média.

São Vicente

São Vicente só apresenta uma média menor que Mongaguá. Em 2022, a cidade registrou uma média de 181,99, aumento de 22,55% em comparação a 2020, quando o número estava em 148,50. Em nota, a Secretaria da Saúde (Sesau) explica que ações de conscientização e mobilização contra tuberculose já fazem parte do calendário do Centro de Atendimento de Tuberculose e Hanseníase (Cath).

“A Sesau também realiza ações nos abrigos, que são desenvolvidas para a população em vulnerabilidade social. Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) são organizadas visitas e capacitações frequentes para orientar munícipes e servidores sobre a importância da intensificação de testagem, e da necessidade da continuidade do tratamento”.

Santos

Outra cidade que aumentou sua média foi Santos, saltando de 94,55 para 114,49 (acréscimo de 21,08%). Porém, a prefeitura justifica que intensificou a busca ativa para testagem, além de iniciar uma campanha de conscientização à tuberculose em novembro de 2022.

“Resultado [aumento da média] também da ampliação da testagem na população, em especial às de maior vulnerabilidade. Assim, é possível identificar mais casos e tratá-los. Quanto mais precocemente a tuberculose for identificada, melhor”.

Praia Grande

Encerrando as cidades com retrocesso no indicador está Praia Grande. Em 2022, o município teve a média de 111,07, já em 2020, o número estava em 93,40 (aumento de 18,91%). Em nota, a prefeitura explica que realiza de forma ininterrupta ações de oferta de exames para a detecção da tuberculose, bem como a busca ativa de sintomáticos respiratórios.

“Um equipamento de referência no combate à tuberculose na região é o Centro de Referência e Atendimento a Tuberculose e Hanseníase (CRATH) de Praia Grande, que realiza atendimento especializado, oferecendo doses supervisionadas e medicamentos para tratamento em casa”.

Queda de casos

Por outro lado, Cubatão e Guarujá foram as únicas que diminuíram a média. Cubatão caiu de 101,04 para 83,95 (baixa de 16,91%), enquanto Guarujá desceu de 153,99 para 147,53 (decréscimo de 4,19%).

Em nota, a Secretaria de Saúde de Cubatão explica que mantém um ambulatório de referência em tratamento de tuberculose com médico de segunda a quinta-feira, das 8 às 11 horas, e equipe de Enfermagem de segunda a sexta-feira, das 8 às 16 horas.

“Nesse local é iniciado o tratamento com acompanhamento médico mensal do paciente e de seus contatos intradomiciliares. Todas as 18 Unidades de Saúde do município acolhem por demanda livre qualquer paciente com queixa de tosse há três semanas oferecendo a coleta de amostras para o exame. Pronto Socorros e UPA também coletam amostras se necessário”.

Já a Secretaria de Saúde de Guarujá, por sua vez, justifica que desenvolve ações que envolvem o diagnóstico precoce, medicação supervisionada e avaliação dos que convivem com o paciente contaminado.

“Além disso, em setembro a prefeitura prepara campanha de busca ativa nas unidades de saúde, feiras, escolas e locais com grande movimentação de pessoas, a fim de garantir que pacientes em acompanhamento na rede municipal de saúde, cumpram integralmente o período de tratamento”. 

Ranking de incidência de tuberculose em 2022 (por 100 mil habitantes)

Mongaguá – 183,42

São Vicente – 181,99

Peruíbe – 158,68

Guarujá – 147,53

Santos – 114,49

Praia Grande – 111,07

Itanhaém – 107,48

Cubatão – 83,95

Bertioga – 60,92

Fonte: DataSUS/SINAN

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