'Sem arma, senhor': vídeo de câmeras corporais de PM mostra ação que matou cinco em SV; VÍDEO

Por Santa Portal em 24/07/2025 às 10:10

Reprodução/Redes sociais
Reprodução/Redes sociais

Imagens das câmeras corporais de policiais militares mostraram a ação que deixou cinco jovens mortos, incluindo dois adolescentes, no Jardim Rio Branco, em São Vicente, durante a Operação Verão no ano passado. A operação foi considerada a mais letal do estado de São Paulo desde o massacre do Carandiru.

Nas imagens, é possível ouvir o barulho de vários tiros, seguidos de gritos de “vaza, vaza”. Na sequência, um dos jovens pede calma e diz que está “sem arma, senhor, pelo amor de Deus”.

Segundo a Polícia Militar, no dia da ação, em 27 de fevereiro, os jovens estavam em um ponto de tráfico de drogas em uma área de mata e mangue, de difícil acesso, e receberam os agentes do 2º Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep) a tiros. O suposto confronto ocorreu na comunidade da Fazendinha.

Conforme noticiado pelo Santa Portal à época, os dois adolescentes mortos tinham 17 anos. Os adultos foram identificados como Luiz Henrique Jurovitz Alves de Lima, de 18 anos, Peterson Souza da Silva Xavier Nogueira, de 32, e Pedro Rosa dos Reis Junior, de 24. Luiz Henrique e um dos menores de idade eram irmãos. Nenhum policial ficou ferido.

Encaminhados aos prontos-socorros do Rio Branco e Vicentino, quatro rapazes morreram logo após darem entrada. Pedro chegou a ser internado na segunda unidade, sob escolta policial, sendo autuado em flagrante por resistência, porte arma e tráfico de drogas. Porém, horas depois, ele também faleceu.

Um sexto jovem, de 28 anos, foi detido na mata, um pouco mais afastado do local do tiroteio. Ele disse que havia se dirigido até lá para comprar droga, pois é viciado

Arquivamento dos inquéritos

A Folha de São Paulo noticiou, no início do mês, que o Ministério Público decidiu manter arquivados 11 inquéritos que investigavam a conduta de policiais militares durante as operações Verão e Escudo. Ambas foram realizadas na Baixada Santista e tiveram como pontapé inicial a morte de dois soldados da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), em Guarujá e Santos.

Segundo a Folha, o motivo da decisão do procurador-geral da Justiça foi a falta de provas contra a conduta dos policiais envolvidos nas mortes.

Operação Verão

A Operação, considerada a mais letal do estado de São Paulo desde o massacre do Carandiru, em 1992, teve início em 3 de fevereiro do ano passado e deixou 56 mortos em supostos confrontos com a polícia militar.

O Governo de São Paulo encerrou a operação quase um mês depois, em 1º de março, após uma cabeleireira morrer em decorrência de uma bala perdida que a atingiu na cabeça no bairro Bom Retiro, em Santos. Edneia Fernandes Silva foi morta no mesmo bairro onde o soldado da Rota, Samuel Wesley Cosmo, levou um tiro no rosto. A morte do agente desencadeou a operação.

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