Caravelas-portuguesas são flagradas em São Vicente
Por Santa Portal em 29/12/2021 às 06:25
Caravelas-portuguesas foram vistas na Praia do Itararé, em São Vicente, no último domingo (28). Uma banhista compartilhou os registros nas redes sociais, confundindo a espécie com águas-vivas.
A caravela-portuguesa pertence ao grupo dos cnidários, assim como a medusa, mais conhecida como água-viva. Apesar disso, ela não pode ser identificada como um ‘animal’. Na verdade, a caravela-portuguesa é uma colônia, um grupo de quatro animais. São eles: um pneumatóforo – que faz a função de boia, na parte de cima -, os dactilozooides (tentáculos), gastrozooides (‘estômagos’) e os gonozoides (responsáveis pela reprodução).
Segundo o professor do Mestrado de Ecologia da Unisanta, Fabio Giordano, a espécie teria sido trazida à costa por uma corrente marítima mais fria, de águas afastadas. “Elas costumam ficar boiando, porém em mar aberto. São um organismo conhecido como ‘nêuston’, que vem de pneu mesmo. Significa que vivem na interface entre a água e o ar”.
Perigos
Giordano explica que as queimaduras são causadas pelos tentáculos e que a recomendação é não tocar. “Mesmo na parte superior, porque pode haver algum tentáculo na superfície, sem que percebamos”.
Segundo o especialista, o risco mais comum é de alergias ou edemas, quando a água sai do sangue e vai para o tecido, encharcando e inchando a região. “Na garganta, por exemplo, pode causar tamanho inchaço que fecha a garganta e dificulta a respiração”.
Os primeiros-socorros podem ser feitos na praia mesmo, com auxílio de guardas-vidas. Em todo o caso, é recomendado atendimento no pronto-socorro para casos mais graves.