Neymar é defendido no Santos após abandonar o banco: 'Dando a vida'

Por Igor Siqueira/Folhapress em 10/11/2025 às 11:00

Raul Baretta/Santos FC
Raul Baretta/Santos FC

Neymar foi alvo de uma defesa pública de jogadores, comissão técnica e diretoria do Santos, mesmo com a reação de insatisfação com a substituição contra o Flamengo. O atacante deixou o banco de reservas e nem estava no gramado quando o time reagiu, fazendo dois gols nos minutos finais da derrota por 3 a 2.

A linha para amenizar o jeito que Neymar agiu foi mencionar a tristeza pelo resultado ruim fora de casa, complicando mais a briga do time contra o rebaixamento no Brasileiro.

“O Neymar está mais do que comprometido. Estava no vestiário agora muito chateado. Você vê que ele está dando a vida, assim como todos. O jogador pode estar bem, pode estar mal, pode estar num momento bom, num momento ok, mas todos estão tentando dar a vida, assim como eu, assim como o presidente, como todos que estão lá no clube. A reação dele? Normal, estava no vestiário chateado, como todo mundo, não só o Neymar. É que nós perdemos o jogo e ficou uma sensação no primeiro tempo que o resultado estava injusto”, disse o diretor de futebol do Santos, Alexandre Mattos.

Entre os jogadores, o porta-voz foi o atacante Guilherme, que também foi substituído no segundo tempo. Ele estava no banco quando o time deu sinal de vida, diminuiu a diferença, mas não escapou da derrota.

“E a questão da saída do Ney, ele tá chateado. Então a gente tenta também. E quanto menos polêmica a gente fizer, a gente não tá no tempo de ficar… Pelo contrário, a gente só precisa se unir e o Ney só está pra ajudar, assim como todos. Todos querem fazer o seu melhor. Repito, não aconteceu nesta segunda-feira (10), né? Novamente. Eu quero ressaltar também a postura do time no final. Ele também foi aguerrido. Quem estava em campo também lutou, conseguiu fazer dois gols. Então é isso. É a união nesse momento. Só assim a gente vai sair dessa situação”, afirmou Guilherme.

Ao ser substituído, Neymar chegou a indagar: “Vai me tirar, pô?”. Ele saiu tão rápido do Maracanã que antecedeu os jogadores do Santos, não foi com o ônibus da delegação e deixou o estádio em uma van. Na coletiva, o técnico Vojvoda apontou que o capitão do time “não faltou com respeito”.

“É lógico que se chateou, como se chateia outro jogador, mas eu decido quem tem que sair. Considero totalmente normal se ele estava chateado. E, mais: tem que ser assim, muitas vezes, sempre com respeito”, disse o argentino.

Efeito no time

Além de comportamental, a discussão sobre Neymar no Santos é física e tática. Contra o Flamengo, foi o primeiro jogo dele como titular desde que se recuperou da lesão mais recente. Antes, tinha entrado no segundo tempo contra o Fortaleza. Alexandre Mattos contou que o camisa 10 fez um sacrifício para voltar logo. E, assim, a ausência diante do Palmeiras não teve a ver com o gramado sintético.

“O Neymar está no Santos porque quer estar no Santos. O jogo com Fortaleza — foi dito na minha frente pelo staff dele e pela comissão de saúde do Santos — que ele não poderia jogar. Ele falou que ele queria jogar, ele disse que tinha que jogar e assim foi. Por isso ele não jogou quinta-feira (contra o Palmeiras). Aí, vêm as maldades, vêm as fake news. ‘Pô, o Neymar não vai jogar por causa do campo’. Não, o Neymar não jogou porque não deveria ter jogado contra o Fortaleza, mas ele quis jogar contra o Fortaleza e ele precisava passar esse processo que era jogar, sim, contra o Flamengo como ele jogou nesta segunda-feira (10)”, acrescentou.

Na discussão da função em campo, ele era o jogador mais avançado do time, com pouca responsabilidade de pressionar os zagueiros adversários na marcação. E isso facilitou a vida do Flamengo. Com a bola, ele buscou jogo, encontrou passes importantes, mas reclamou que não recebeu bolas em condições de finalizar. Por outro lado, foi sem ele que o Santos deu um respiro final, encontrou dois gols e, de certa forma, juntou esperança para enfrentar o Palmeiras no sábado.

“Ele consegue e vai nos ajudar, seja de falso nove, seja de meia também e de repente até pelos lados. Então, Neymar em campo, ele vai nos ajudar muito. A verdade é essa. Bom, nesta segunda-feira (10) tivemos algumas oportunidades ali de bola em profundidade, que é aquilo que a gente estava pensando. Mas é insistir. Eu não sei de que forma nós iremos enfrentar o Palmeiras no próximo jogo, mas a gente precisa insistir juntos, porque eu tenho certeza que, unidos, a gente vai conseguir sair dessa”, finalizou Guilherme.

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