Viagens sob medida impulsionam microagências da região após pandemia
Por Beatriz Pires em 25/11/2025 às 10:46
A personalização se tornou um diferencial durante a organização de viagens e as microagências da Baixada Santista seguem tendência. Enquanto grandes sites de reservas ganham espaço no mercado, empresas menores da região têm conquistado público oferecendo atendimento humano, roteiros sob medida e nichos cada vez mais específicos.
O movimento acompanha a tendência nacional. Segundo a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), o setor faturou R$ 22,09 bilhões em 2024, alta de 15% em relação a 2023. Na Baixada Santista, o cenário favorece as agências de bairro, populares entre o público que viaja com frequência e tem ticket médio alto. Com 35 anos de história, a Agência Braun confirma que o comportamento do viajante mudou após a pandemia.
“Vimos crescer a procura por viagens em grupo com guias desde a saída de Santos. Esse público quer alguém que atende o WhatsApp na hora, que conhece seus gostos. Isso só uma agência pequena entrega”, explica Pedro Braun, proprietário da empresa.
Os roteiros personalizados continuam, mas a preferência por experiências acompanhadas ganhou força, principalmente entre os públicos A e B. Pedro também aponta um nicho em ascensão: clientes interessados em experiências únicas, como shows e eventos esportivos. E reforça que competir com grandes players não é uma disputa direta.
Mais nova no mercado, a Makana Viagens tem quase quatro anos, mas atua com equipe experiente, a mais de 15 anos no mercado. Para Paula Silverio, proprietária da agência, o crescimento das viagens personalizadas é nítido. A concorrência com as plataformas digitais também é vista com naturalidade
“O passageiro quer ser ouvido, ele não quer pacote engessado. A plataforma entrega produtos. A gente entrega acompanhamento real. Se acontece algo às 3h da manhã do outro lado do mundo, tem um humano para resolver.”, afirmou Paula.
A agência percebe aumento na busca por experiências autênticas e viagens complexas, como roteiros para ver a Aurora Boreal, que exigem planejamento detalhado. E esse é justamente o espaço em que a curadoria ganha poder. Sobre o comportamento recente do cliente, a Paula resume.
“Destinos internacionais viram ‘o projeto do ano’. Já viagens nacionais entram como escapadas rápidas, mas sempre com charme e boa gastronomia” explica a proprietária.
As agências da região apontam que, até 2026, devem crescer os setores de turismo de luxo, roteiros gastronômicos e culturais, viagens para eventos, slow travel e até viagens com propósito como história, cultura e espiritualidade.