Último mutirão do ano contra o Aedes elimina 25 focos com larvas no Boqueirão
Por Santa Portal em 19/12/2024 às 06:00
A Secretaria de Saúde de Santos realizou o 27º e último Mutirão de Combate ao Aedes aegypti de 2024, no bairro Boqueirão (parte 2), nesta quarta-feira (18). Foi a segunda etapa no bairro, que apresentou alto índice de fêmeas do Aedes capturadas nas armadilhas de monitoramento da Prefeitura.
Foram eliminados 25 focos com larvas de mosquito em 1.787 imóveis visitados pelos 69 agentes de combate a endemias na ação. Os focos com larvas estavam em piscinas, ralos de ambientes externos, vasos e pratinhos de planta e potes plásticos.
No próximo sábado (21), a partir das 9h, uma parte dos agentes retorna às ruas para verificar as pendências: imóveis que estavam fechados, sem moradores, na ação desta quarta.
Esta segunda etapa do mutirão no bairro compreendeu a área formada pelas Avenidas Washington Luís, Francisco Glicério, Afonso Pena, Siqueira Campos, e pelas ruas Mato Grosso e Lobo Viana.
A empresa Terracom atuou em parceria com a Secretaria de Saúde, disponibilizando 25 agentes e um caminhão para a retirada de materiais inservíveis, que têm potencial para gerar criadouros do mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana.
O chefe do Centro de Controle de Zoonoses e Controle de Vetores (CCZV), Boanerges de Oliveira, fez um alerta para que a população mantenha os cuidados, principalmente neste período de fim de ano. “É um momento de turismo e é verão, são dois fatores que colocam a Cidade em risco pois, a maior circulação de pessoas pode inserir o vírus do tipo 3 por aqui e o clima favorece a proliferação dos mosquitos. Os munícipes precisam intensificar as ações para eliminar os criadouros”.
O trabalho de vistoria deve ser semanal por conta do ciclo do mosquito, que se desenvolve de sete a 10 dias. Limpar calhas, manter ralos fechados e prestar atenção na tampa das caixas d’água são alguns dos cuidados básicos que ajudam a interromper o ciclo do mosquito (confira mais dicas abaixo).
Vacinação
Boanerges também ressaltou que a vacinação contra a dengue na Cidade está baixa, e fez um apelo para que os pais levem seus filhos, de 10 a 14 anos, para tomar as doses. As vacinas contra a dengue estão disponíveis em todas as policlínicas. São duas doses com um intervalo de três meses entre elas. Atualmente, apenas 28% do público-alvo tomou a primeira dose, entre aqueles que já estavam aptos a tomar a segunda dose, menos da metade voltou à policlínica (41%).
Apoio da população
Dentre os apartamentos visitados no último mutirão do ano, estava o da aposentada de 62 anos, Márcia Regina Neves. Os agentes não encontraram nenhum foco de mosquito pois ela já seguia todas as recomendações, mas precisaram colocar detergente na água acumulada que fica na bandeja de alguns tipos de geladeira. Márcia destacou a importância deste trabalho da Prefeitura. “Mesmo tomando todos os cuidados, a gente esquece de algumas coisas que não tem ideia de que podem ser um possível foco. O trabalho dos agentes nos ajuda a ficar em alerta e prestar atenção nos mínimos detalhes”.
Balanço
Os mutirões realizados no ano de 2024 em Santos já eliminaram 1.346 focos com larvas de mosquito. Este ano, foram confirmados 5.222 casos de dengue e 151 de chikungunya no Município.
O mosquito
As fêmeas do mosquito Aedes aegypti depositam ovos em locais de água parada. Esses ovos necessitam de água e calor para eclodir. Assim, surgem as larvas, que mais tarde se transformam em pupa e, por fim, em mosquito.
Somente as fêmeas se alimentam de sangue humano, necessário inclusive para a maturação de seus ovos antes de serem depositados. Porém, se essa fêmea tiver picado uma pessoa infectada por dengue ou chikungunya, ela se torna transmissora dos vírus ao sugar o sangue de outros indivíduos.
Vacina
A vacina contra a dengue segue disponível nas policlínicas para crianças e jovens de 10 a 14 anos. Para completar o esquema vacinal, são necessárias duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
Principais dicas
Verifique se há água parada em vasos e pratos de plantas
Pias – verificar vazamentos e manter ralo vedado
Ralos no chão – tampá-los com tela, caso não sejam do tipo abre e fecha. Aplicar água sanitária duas vezes por semana
Bandeja externa de geladeira – verificar se há acúmulo de água, limpar e manter seca
Vaso sanitário e caixas de descarga – manter tampados
Calhas e lajes – caso não seja possível verificar se acumulam água, procurar identificar sinais de umidade. Em caso afirmativo, providenciar a resolução do problema
Caixas d’água – verificar a condição das tampas. Solicitar a reposição daquelas ausentes ou quebradas
Fontes ornamentais, bebedouros de animais domésticos, piscinas – verificar a presença de organismos vivos dentro da água. Fazer limpeza regularmente
Estratégias de Santos ao enfrentar o Aedes Aegypti – ano inteiro
Casa a Casa – programa de visitação de rotina aos imóveis
Mutirão – varredura realizada semanalmente em algum bairro da Cidade
Imóveis especiais e pontos estratégicos – locais visitados mensalmente
Imóveis especiais: grande circulação de pessoas – escolas, hotéis, shopping centers
Pontos estratégicos: mais risco de criadouros – borracharias, oficinas, ferros-velhos, cemitérios, obras
Nebulização – aplicação de inseticida no entorno da residência de pessoa infectada para combater o mosquito já na fase adulta, quando está transmitindo as doenças
Armadilhas – Santos possui 481 armadilhas distribuídas por toda a Cidade, monitoradas semanalmente, que mostram o índice de infestação de mosquito no local
Acompanhamento epidemiológico – notificação e investigação de todos os casos de doenças transmitidas pelo Aedes pela Vigilância Epidemiológica
Atividades Educativas – atividades educativas nas ruas, escolas, palestras em empresas e instituições, pedágios em diferentes pontos da Cidade, participação em eventos, estandes temáticos e reuniões em condomínios
Monitoramento com drones em locais de difícil acesso
Atendimento a denúncias – feitas na Ouvidoria Municipal pelo telefone 162 ou site.