Terapia com animais humaniza tratamento e melhora bem-estar de pacientes em Santos

Por Laeticia Bourgeois em 26/10/2025 às 12:00

Divulgação/Santa Casa de Santos
Divulgação/Santa Casa de Santos

Cada vez mais presentes em hospitais e clínicas, os animais têm desempenhando um papel importante no apoio a tratamentos médicos e terapêuticos em Santos, no litoral de São Paulo. Programas de intervenção assistida por animais mostram resultados positivos no bem-estar físico e emocional de pacientes, contribuindo para a redução da ansiedade, da dor e até do tempo de internação. 

Os animais podem auxiliar, de forma significativa, no tratamento de doenças físicas e mentais. A presença deles favorece o bem-estar emocional, ajuda a reduzir sintomas de estresse e ansiedade, além de promover uma sensação de acolhimento e segurança.

A funcionária do setor de Humanização da Santa Casa de Santos, Sophia Mariano Amorim, conta que em casos de doenças físicas, o contato com os animais pode estimular a movimentação, melhorar a coordenação motora e aumentar a motivação do paciente para se engajar nas atividades de reabilitação. “Esses efeitos, combinados, contribuem para uma recuperação mais leve, tornando o ambiente de tratamento menos ‘impessoal’ e mais afetivo”, disse.

Os principais animais utilizados em terapias são cães e cavalos, mas também há intervenções com gatos, coelhos ou outros – embora com menor frequência e de acordo com os objetivos terapêuticos. No entanto, na realidade hospitalar, o cachorro é o animal mais comum, principalmente pela facilidade de adaptação, comportamento dócil e capacidade de criar vínculos rápidos com as pessoas. 

Na Santa Casa de Santos, por exemplo, há registros de visitas de cães-terapeutas realizadas pela Comissão de Humanização, com o objetivo de tornar o ambiente hospitalar mais acolhedor. 

“O hospital já recebeu – e ainda recebe – visitas de animais como a Mel e Boris, goldens (cães) que participam de um projeto de ‘Cãoterapia’ em unidades pediátricas. Também há ações voltadas aos colaboradores, mostrando que os benefícios do contato com os animais se estendem para além dos pacientes, atingindo toda a equipe hospitalar”, explicou Sophia.

Os benefícios trazidos pelos animais são amplos e envolvem tanto aspectos físicos quanto psicológicos. Eles ajudam a diminuir a pressão arterial, reduzem o estresse e promovem relaxamento. Do ponto de vista emocional, estimulam sentimentos de alegria, empatia e motivação, além de favorecerem a socialização. 

“A presença de um animal durante o tratamento pode transformar o ambiente, trazendo leveza e conforto emocional. Isso influencia diretamente o humor e o bem-estar, criando um espaço mais propício à recuperação e ao fortalecimento de vínculos entre pacientes, familiares e profissionais da equipe assistencial”, enfatizou a funcionária.

Hospitais e clínicas têm integrado a terapia assistida por animais como uma prática complementar aos tratamentos convencionais, sempre seguindo protocolos de segurança, higiene e bem-estar. Essas intervenções costumam ser organizadas por equipes de humanização ou setores específicos, que avaliam o perfil do paciente e o tipo de interação mais adequada. 

“Aqui na Santa Casa, essas visitas com cães fazem parte de um projeto que visa humanizar o atendimento hospitalar e proporcionar momentos de alegria e descontração para quem está em tratamento. Essa integração mostra que, quando bem planejada, a presença dos animais pode coexistir de forma muito positiva com as práticas médicas e psicológicas já estabelecidas”, concluiu Sophia. 

Durante uma sessão de terapia assistida por animais, é importante que haja profissionais capacitados conduzindo a atividade, como psicólogos, fisioterapeutas ou educadores especializados. Também é fundamental que o condutor ou tutor do animal esteja presente, garantindo a segurança e o manejo adequado. 

Embora nem sempre seja obrigatória a presença direta de um médico em todas as sessões, é essencial que o processo esteja sob supervisão de profissionais da saúde – especialmente quando envolve pacientes com condições clínicas mais delicadas. Essa integração entre equipe, paciente e animal é o que garante o sucesso e a segurança desse tipo de intervenção terapêutica.

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