Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.

Santos recebe a primeira academia especializada para pessoas neurodivergentes

Por Maria Clara Pasqualeto em 07/04/2025 às 06:00

Reprodução / Instagram
Reprodução / Instagram

Santos ganhou um importante reforço na inclusão e qualidade de vida para pessoas neurodivergentes, incluindo aquelas com autismo e síndrome de down. A nova academia especializada é uma unidade da franquia Rodrigo Brivio & GêDois, que traz uma metodologia inovadora e baseada em evidências científicas para oferecer atividades físicas adaptadas a esse público.

Fernanda Estevão, mãe de Bernardo, de 10 anos, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), conhece de perto os desafios das famílias atípicas. Diante da dificuldade de encontrar um espaço adequado para que seu filho pudesse praticar atividades físicas, ela decidiu trazer a academia para Santos.

“Depois de muita luta para incluir meu filho nas academias e permitir que ele praticasse um esporte, tomei a iniciativa de criar um espaço que beneficie não apenas ele, mas todos os neurodivergentes. Meu objetivo é proporcionar um ambiente acolhedor e verdadeiramente inclusivo, onde todos se sintam à vontade para se movimentar, desenvolver suas habilidades e explorar seus potenciais”, afirma Fernanda.

A academia tem como missão promover benefícios físicos, cognitivos e emocionais por meio do exercício físico. O foco está no desenvolvimento da força muscular, coordenação motora, socialização e controle emocional, sempre em um ambiente lúdico e acolhedor, respeitando e valorizando a diversidade humana.

A academia promete revolucionar a forma como o esporte e a atividade física são abordados para o público atípico. O espaço está aberto ao público de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 20h, e aos sábados, das 7h30 às 17h.

Metodologia exclusiva e equipe especializada

Diferente das academias convencionais, a unidade Rodrigo Brivio & GêDois em Santos foi projetada para oferecer uma experiência segura e personalizada para pessoas neurodivergentes. O programa de atividades considera aspectos como sensibilidade sensorial, necessidade de rotina estruturada e adaptação dos exercícios para cada aluno.

“Nossa metodologia inclusiva permite que cada criança ou adolescente se sinta parte de um ambiente lúdico e acolhedor, onde o corpo e a mente são estimulados de forma equilibrada” conta Rodrigo Brivio, educador físico e idealizador do projeto.

A academia vai oferecer as seguintes modalidades: Estimulação Motora, Psicomotricidade, Ginástica Funcional, Balé, Judô e Natação. Todas as atividades foram estruturadas individualmente por um time especializado, composto por fisioterapeutas, educadores físicos e psicomotricistas altamente capacitados.

“Minha família e eu estamos profundamente felizes e comprometidos em fazer da Academia Rodrigo Brivio & GêDois um espaço transformador para nossa cidade. Acreditamos que, ao criar um ambiente realmente acolhedor e inclusivo, poderemos impactar positivamente a vida de crianças, adolescentes e adultos neurodivergentes, proporcionando-lhes a oportunidade de praticar esportes e desfrutar de uma melhor qualidade de vida. Juntos, estamos construindo algo verdadeiramente único e necessário para nossa cidade”, destaca Fernanda.

Inclusão e impacto na comunidade

A abertura da academia representa um avanço significativo na inclusão de pessoas neurodivergentes na prática esportiva. Famílias que antes enfrentavam dificuldades para inserir seus filhos em atividades físicas convencionais agora contam com um espaço adaptado e preparado para atendê-los com todo o suporte necessário.

Para Rodrigo Brivio, um aluno acolhido e confortável tem uma maior probabilidade de assimilar tudo aquilo que o profissional, devidamente qualificado, tem a oferecer.

“Ao aprofundarmos nosso conhecimento sobre o TEA, compreendemos que mais de 70% das pessoas com esse diagnóstico apresentam comorbidades relacionadas a questões sensoriais e comunicativas. Isso demonstra a importância de que nós, profissionais, assim como os gestores da instituição, realizemos, quando necessário, adaptações sensoriais. Essas adaptações podem incluir a redução da luminosidade, a diminuição da intensidade sonora e a eliminação de estímulos excessivos – como o uso do apito em aulas de educação física –, tornando o ambiente mais confortável e propício ao aprendizado”, diz Rodrigo, que complementa: “Isso será uma realidade nessa nova e bela unidade de Santos”.

loading...