Santos é a terceira cidade mais cara para se viver no Brasil, aponta ranking Expatistan
Por Beatriz Pires em 04/03/2025 às 06:00

Santos é a terceira cidade mais cara para se viver no Brasil, de acordo com o ranking do site Expatistan, que compara os custos de vida em diferentes localidades. Entre os fatores que explicam esse cenário estão a localização estratégica, a valorização imobiliária, o desenvolvimento do setor de serviços e turismo, além da infraestrutura e qualidade de vida bem estruturadas.
“A cidade abriga o maior porto da América Latina, o que atrai empresas, investidores e trabalhadores qualificados, aumentando a demanda por moradia e serviços. A oferta limitada de terrenos e a alta procura elevam os preços de compra e aluguel”, explica o economista Denis Castro.
No entanto, Castro aponta que esse cenário pode mudar a longo prazo. O crescimento acelerado de outras cidades da região, como Praia Grande, pode reduzir a demanda por moradia em Santos e, consequentemente, levar a uma queda nos preços. Além disso, o descompasso entre o aumento do custo de vida e os salários pode fazer com que parte da população busque alternativas em outras localidades.
O custo elevado na cidade não se restringe aos imóveis. Segundo o economista, produtos alimentícios, especialmente itens frescos e abundantes na região, como peixes e frutos do mar, costumam ter preços altos. Setores como saúde e educação também pesam no orçamento, com planos de saúde e mensalidades escolares em constante alta. Atividades de lazer, como cinema e teatro, também registram custos elevados.
“Sendo uma cidade litorânea e com forte turismo sazonal, a alta temporada impacta diretamente nos preços de serviços e imóveis. Além disso, a umidade e a salinidade elevam os custos de manutenção de infraestruturas e veículos. Outro fator determinante é a oferta limitada de terrenos, já que a proximidade com o mar restringe a expansão urbana, encarecendo os imóveis”, acrescenta Castro.
Diante desse cenário, Santos, considerada a cidade mais cara da Baixada Santista e com tendência de encarecer ainda mais, pode perder habitantes para municípios vizinhos. Para evitar isso, medidas como incentivos a parcerias público-privadas para habitação acessível e políticas voltadas à atração de novos negócios poderiam aumentar a concorrência e contribuir para a redução dos preços.