Santista podem doar células-tronco para transplante de medula
Por Santa Portal em 24/02/2025 às 11:00

Pessoas entre 18 e 35 anos de idade podem se candidatar a doadores de célula-tronco que curam aplasias de medula (quando a medula deixa de produzir sangue) ou complementam o tratamento de doenças oncológicas que afetam o sangue (leucemias, linfomas, mielomas etc.) e doenças raras que afetam o metabolismo (anemia falciforme e talassemia).
O Hemonúcleo do Hospital Guilherme Álvaro, que pertence ao Governo do Estado de São Paulo, é a referência da Baixada Santista e do Vale do Ribeira para o acolhimento dos candidatos a doadores de célula-tronco, popularmente conhecida como doação de medula óssea.
Como doar
Basta se dirigir ao Hemonúcleo de segunda a sábado, das 7h30 às 13h, e manifestar o interesse em se tornar doador. Apenas 10 ml de sangue são colhidos e encaminhados para o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), órgão independente vinculado ao Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Com essa pequena amostra, uma série de exames de triagem são realizados, que verificam a possibilidade de a pessoa se tonar efetivamente um doador, já que há situações impeditivas (veja abaixo). Testes genéticos também são realizados.
As amostras são guardadas pelo Redome e as informações genéticas ficam disponíveis em um cadastro internacional. Ou seja, alguém do Brasil pode ajudar um estrangeiro e vice-versa.
Quem pode doar
Para se tornar doador é necessário ter entre 18 e 35 anos de idade, estar em bom estado geral de saúde e não ter nenhuma situação impeditiva para cadastro e doação de medula óssea. O cadastro do doador permanece ativo até que ele complete 60 anos de idade, quando não pode mais ser chamado para ajudar outra pessoa.
“Nós nascemos com uma quantidade de células-tronco que produzem o nosso sangue. Ao longo do tempo, essas células se dividem várias vezes e podem sofrer mutações genéticas e tornar-se defeituosas, embora não necessariamente doentes, não sendo boas opções para transplante”, explica Elaine Mancilha, hematologista responsável pelo Hemonúcleo do HGA.
Veja o que impede o cadastro e a doação
- HIV/AIDS
- Hepatite C
- Câncer (exceto carcinoma basocelular e o de colo de útero, caso tenham sido tratados somente com cirurgia)
- Doenças autoimunes: artrite reumatóide, lúpus, fibromialgia, esclerose múltipla, síndrome de Guillain-Barré, púrpura, síndrome antifosfolipídica, síndrome de Sjogren, doença de Crohn, espondilite anquilosante.
- Tuberculose extrapulmonar
- Alcoolismo crônico e uso de outras drogas
- Esquizofrenia
Há outras situações que podem ou não impedir o cadastro ou a doação. Clique aqui para obter mais detalhes.
O chamado
Uma vez identificada que a pessoa que necessita de células-tronco não possui doadores compatíveis entre os seus familiares, parte-se para a busca no banco do Redome.
É considerado um doador compatível quem apresenta um código genético idêntico ao do receptor no chamado HLA (sigla em inglês para Human Leukocyte Antigen), um sistema de proteínas responsável por reconhecer o que é estranho ao organismo e o que é próprio dele. Caso o HLA não seja idêntico, o corpo entende se tratar de algo estranho e passa a combatê-lo.
Uma vez identificado o potencial doador, essa pessoa que se cadastrou no passado é contatada e questionada se deseja fazer a doação. Caso aceite, é coletada uma nova amostra de sangue para triagem de doenças e confirmação do código genético (HLA).
Uma vez que a doação é permitida pelo doador e pelos resultados laboratoriais, é agendada a coleta do líquido da medula óssea. O procedimento pode ser hospitalar (punção) ou, na maior parte das vezes, ambulatorial (máquina de aférese).