Procon-SP notifica farmácia para explicar suposto caso de injúria racial em unidade da rede em Santos

Por Santa Portal em 23/10/2024 às 15:00

Reprodução/Google Maps
Reprodução/Google Maps

A Fundação Procon-SP notificou a rede Raia Drogasil para esclarecer um episódio em uma unidade Drogasil em Santos, em que uma mulher negra foi abordada de forma que poderá ser caracterizada como racismo.

A mulher estaria pesquisando preços quando, ao sair do estabelecimento, foi acusada de furto, sem qualquer motivo aparente, e constrangida por seguranças e empregados da unidade.

O Procon-SP, que possui um canal específico para denúncias sobre atitudes racistas durante relações de consumo – o Procon Racial, pede informações sobre as providências adotadas após ter ciência do episódio, a participação de trabalhadores terceirizados e próprios, bem como ações de prevenção para evitar a repetição de casos semelhantes.

A notificação também pede que a Raia Drogasil identifique a empresa da qual contrata serviços de segurança, para que esta também seja notificada a prestar esclarecimentos.

O Procon-SP entende que as empresas precisam adotar protocolos de prevenção a práticas racistas em suas unidades, bem como realizar capacitação de seus trabalhadores, próprios ou terceirizados, constantemente.

A Raia Drogasil terá até a próxima terça (29) para enviar as informações. E o Procon-SP, independentemente de quaisquer outras ações, convidará a empresa a aderir aos 10 princípios para o enfrentamento do racismo nas relações de consumo, a exemplo do que vem fazendo com outras organizações.

Entenda o caso

Uma jornalista, de 47 anos, foi vítima de injúria racial após ser acusada de furtar um desodorante em uma farmácia, em Santos. O caso aconteceu na noite da última segunda-feira (21), na Avenida Senador Pinheiro Machado, no bairro Pompéia, quando a mulher foi seguida e abordada na rua por funcionários do estabelecimento.

À procura de um desodorante específico, a vítima entrou em uma unidade da Drogasil, mas não encontrou o produto desejado. Logo depois foi em outra farmácia nos arredores para procurar o item. Momentos depois, já na calçada de sua casa, ela foi abordada e acusada de furtar um desodorante pelo segurança da farmácia. 

Após o segurança falar que mostraria as gravações das câmeras, eles voltaram à Drogasil acompanhados pela Polícia Militar. O supervisor da loja admitiu o erro apenas depois da longa discussão, mas não mostrou as gravações das câmeras.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou, por meio de nota, que os policiais foram acionados para atender uma ocorrência de “desinteligência” no local. A cliente acusada de furto relatou racismo durante a ação, e o funcionário da farmácia descobriu o erro, pedindo desculpas à jornalista. Os policiais orientaram as partes a registrarem a ocorrência na Polícia Civil.

A farmácia Drogasil também se manifestou sobre o caso. “A RD Saúde está apurando o episódio ocorrido na unidade da Avenida Pinheiro Machado, em Santos, e colabora com as investigações. A empresa reafirma seu compromisso em promover um ambiente de zero discriminação e lamenta qualquer conduta que esteja em desacordo com as normas da companhia”.

loading...

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Cookies.