História do circo brasileiro inspira criação de número com elementos memoráveis do picadeiro

Por Santa Portal em 14/05/2024 às 06:00

Divulgação
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A memória cultural do circo brasileiro é a referência da obra ‘Carrinha da Meleca’, que estreia em maio com três apresentações gratuitas no litoral e na grande São Paulo. O número foi criado pela artista e produtora santista Yvie Tinoco, a partir de uma das cenas clássicas do palhaço Torresmo, herança da família circense Queirolo.

As exibições serão nas unidades da Fábrica de Cultura de Santos nesta terça-feira (14), Iguape, na sexta-feira (17) e Diadema, na quarta-feira (23), às 14h. Em Santos, acontecerá também a Oficina Produção de Memória do Artista no sábado (18), das 10h às 13h. O projeto é um dos contemplados no edital do Programa de Ação Cultural do governo estadual de São Paulo (ProAC).

Após seis meses de montagem, Yvie está pronta para lançar a obra repleta de memórias e elementos tradicionais do circo, para dar vida à nova história da palhaça Meleca. Desta vez, ela representa uma mecânica que fica extasiada ao encontrar uma raridade: a carrinha de corrida que sempre foi fã e agora precisa de vários reparos. A obra mostra a missão da palhaça em recuperar o veículo, que se desenrola com muitas cenas engraçadas. Não faltam dança e comicidade física na obra que termina com Meleca pilotando a carrinha numa corrida cheia de emoção.

Quando o número termina, Meleca dá vez para a Yvie bater papo com o público sobre a inspiração deste número e a importância da palhaçaria e do circo como elemento cultural a ser preservado. “Através da arte circense, procuro misturar tradição e contemporaneidade ao meu ofício de mulher palhaça. Sempre reverenciando quem veio antes.” explica a artista.

Yvie investiu em pesquisas de números clássicos para descobrir referências perdidas ou esquecidas ao longo do tempo, como técnicas e ensinamentos da cultura oral que eram populares no passado e hoje em dia pouco praticadas. “Isso pode ajudar a enriquecer o repertório dos artistas circenses e a incentivar a pesquisa e a experimentação dentro do universo do circo”, acrescenta a atriz.

Oficina memorável

Em Santos, a arte-educadora ministrará a oficina ‘Produção de Memória do Artista Circense’. Será no dia 18 de maio, das 10h às 13h, com oferecimento de 30 vagas. A aula acontecerá na Fábrica de Cultura para artistas, pesquisadores, estudantes de artes cênicas e interessados em geral, que tenham mais de 15 anos. Inscrições podem ser feitas pelo link e do instagram @palhacameleca.

Na oficina haverá análise da metodologia de registro da memória biográfica de circenses tradicionais brasileiros e da própria oficineira, com o processo de montagem de seu espetáculo solo de rua e da produção independente do Festival Circo de Rua – Rio das Ostras. Os participantes farão análises de livros de memória e autobiografias de circenses tradicionais do Brasil, estudarão exemplos de diários de bordo, conceitos sobre o papel do narrador e de protagonismo da própria história.

No aulão, os interessados serão convidados a escolher e aplicar os recursos para serem os autores da sua própria narrativa e colocar em prática os conceitos estudados. O objetivo é que os participantes sejam estimulados a produzir seus próprios materiais biográficos e, desta forma, garantir a perpetuação de suas contribuições para a História.

“Ao promover a palhaçaria e o riso como formas de transformação social, estamos valorizando a cultura popular e as artes, e contribuindo para a construção de uma sociedade mais inclusiva e vibrante”, comenta Yvie.

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