“Consórcio é uma grande ferramenta para planejamento de aposentadoria”, afirma especialista

Em crescimento nos últimos anos, o consórcio, modelo de compra em que um grupo de pessoas se une para adquirir um bem ou serviço, também é uma opção para planejamento de aposentadoria. De acordo com o gestor licenciado da Ademicon Santos, Beto Amorim, há vantagens em comparação ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e à previdência privada.

“No INSS, você depende do governo, e na previdência privada, o benefício vem apenas no final do plano. Sendo que, na segunda, vai haver o custo do imposto que será cobrado quando a pessoa contribuir por mais de dez anos. Ela vai pagar no mínimo 15% de imposto. O grande detalhe é que o consórcio, se feito um planejamento similar, é uma complementação, principalmente o crédito imobiliário”, destaca.

Amorim, que comemora o Dia do Profissional de Consórcio nesta quarta-feira (9 de outubro), detalha como planejar a aposentadoria através desse modelo.

“Pode-se simular um investimento mensal como uma previdência e, mesmo que você seja o último a ser contemplado, terá um capital acumulado que, aplicado, te gerará uma renda vitalícia e hereditária. Possivelmente, esse montante será bem maior do que o que uma previdência poderia proporcionar. Só que existe um detalhe importante: você gerará liquidez daquele capital acumulado, caso haja necessidade”, enfatiza.

O gestor também explica que, em caso de contemplação, a estratégia de aposentadoria imobiliária se encaixaria perfeitamente. Ou seja, o cliente pode adquirir um crédito, e com ele comprar uma propriedade e alugá-la. O restante do custo da aquisição do imóvel ficará com o locatário.

E assim repetir a operação a cada bonificação. “Imagine que um cliente, a cada três, quatro, cinco, seis anos, possa vir a ter a contemplação, com isso, ir formando um patrimônio. Esse patrimônio terá um resultado muito mais significativo do que ele obteria apenas com um investimento em previdência privada, a qual só daria retorno no final do plano”, destaca. “Por isso, acredito que, como complementação, faz muito sentido incluir o consórcio como uma diversificação de investimentos, além dos modelos tradicionais, para esse objetivo de aposentadoria”.

Ausência de juros e baixo custo são atrativos

Por conta da ausência de juros e do custo reduzido, Amorim analisa que o brasileiro tem visto o consórcio não só como uma ferramenta para adquirir um bem, mas como uma forma de planejamento, fomentando a cultura de poupar. Esse fenômeno tem impactado o crescimento do mercado.

“Ele tem sido visto como uma forma de planejar a aposentadoria, projetos de longo prazo, formar patrimônio e até mesmo como crédito. Hoje, o crédito no Brasil tem um custo muito elevado, e muitos empresários e empreendedores têm visualizado a possibilidade de levantar crédito através do consórcio. Com a contemplação, é possível obter parcelas muito mais baixas do que com um empréstimo bancário, além de prazos mais alongados. Então, virou uma forma de levantar recursos”, descreve.

Por essas características, o especialista afirma que o consórcio é para todos, sendo uma opção de planejamento familiar. Ele ressalta que, desde o nascimento de uma criança, já é importante ter um.

“Quando um casal tem um filho, o principal bem naquele momento passa a ser o herdeiro. E, por bom senso, sempre queremos fazer uma poupança. O consórcio é uma forma de guardar dinheiro para o futuro da criança. Quando ela completar 18 anos, poderá adquirir um carro, um imóvel ou até mais propriedades”, afirma.

Paciência é crucial

A contemplação pode acontecer por sorteio ou lances, e para a última opção, cada administradora tem seu formato. Muitas delas utilizam o “lance embutido” como forma de ajudar o cliente a tentar antecipar o recebimento do crédito. No entanto, é importante lembrar que o sistema é igual para todos.

“Às vezes, o cliente entra no consórcio ansioso, acreditando que vai obter o crédito imediatamente. Pode acontecer, mas não há garantias”, explica. “Sempre prometo a contemplação, mas dentro do prazo do grupo. Nem sempre ocorre no tempo almejado, pois depende de quanto o cliente tem de reserva para ofertar um lance e tentar antecipar a contemplação”.

Amorim revela que já teve clientes contemplados em até dez meses, enquanto outros estão pagando há seis anos e ainda não foram sorteados. Contudo, mesmo sem a bonificação, o cliente ainda se beneficia da atualização do crédito e, ao ser finalmente conquistar a contemplação, terá uma vantagem financeira considerável para alcançar seus objetivos.

“Acredito que pessoas menos ansiosas, que fazem tudo com planejamento, são as que mais se beneficiam. As mais ansiosas acabam ofertando lances elevados, o que aumenta o custo da operação, pois a taxa é fixa e não varia com a antecipação. Já quem é contemplado por sorteio ou lance embutido, geralmente, obtém um valor maior de crédito líquido, o que reduz o custo total da operação”, analisa.

Como escolher um grupo de consórcio?

Amorim pondera que existem alguns fatores importantes na escolha de um grupo de consórcio. O primeiro ponto é verificar se a administradora tem habilitação do Banco Central.

“Hoje em dia, há muitos casos de pessoas prejudicadas por consórcios fraudulentos, muitas vezes devido a empresas aventureiras no mercado ou a consultores inexperientes. O produto é fantástico, mas o problema pode estar nas falsas promessas de quem o vende. Por isso, é importante buscar referências sobre quem está te atendendo”, orienta.

Além disso, é importante conhecer o prazo do grupo, a quantidade de participantes, os custos administrativos e, se houver, o fundo de reserva. “É essencial levantar todas essas informações e contar com um consultor de confiança. Se possível, peça orientação ou indicação de alguém que já tenha tido uma boa experiência, para garantir suporte adequado ao seu planejamento”, finaliza.

A Ademicon Santos está localizada na Rua Senador Feijó, 686 – loja 115, na Vila Mathias. A administradora está em obras para abrir sua segunda unidade na cidade, no Edifício Parque Ana Costa, localizado na Av. Ana Costa, 433, no Gonzaga. A inauguração oficial está prevista para 2025, mas uma pré-inauguração está programada para o final deste ano.