Câmara de Santos repudia supostas ofensas de secretária de Segurança a vereadores

Por Santa Portal em 18/04/2025 às 11:45

Divulgação
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A Câmara de Santos divulgou, nesta quinta-feira (17), uma nota oficial de repúdio contra supostas ofensas feitas pela secretária municipal de Segurança, Raquel Gallinati, aos vereadores da cidade. Segundo informações preliminares, Gallinati teria feito comentários depreciativos a parlamentares em uma gravação – cujo conteúdo ainda não veio a público.

A nota ressalta que, se confirmadas, as declarações são “inaceitáveis e desrespeitosas para com o Poder Legislativo e seus representantes democraticamente eleitos”. A Casa reforçou que não tolerará ataques institucionais e espera “respeito e colaboração” para garantir o bom funcionamento da administração pública.

O episódio sucede uma relação já tensa entre Raquel Gallinati, que também é delegada de polícia, e o vereador Allison Sales (PL). No último dia 8, a secretária anunciou a abertura de um inquérito policial contra o parlamentar, por suposto acesso indevido a dados sigilosos do sistema policial. No mesmo dia, Sales apresentou um requerimento de convocação da gestora à Câmara, para prestar esclarecimentos sobre diversas denúncias, entre elas a do uso irregular de um veículo da frota municipal. A solicitação foi vetada.

Em seu último pronunciamento público sobre o caso, Raquel afirmou que foi vítima de uma exposição ilegal e que Sales teve acesso a dados sigilosos, protegidos por um sistema policial. Além disso, reiterou que “encerro aqui, porque a partir de agora é o sistema de justiça criminal que vai falar”, finalizou em publicação realizada no último dia 9. Apesar disso, o espaço segue aberto para novos pronunciamentos.

Requerimento de Comissão Especial de Inquérito

Na sessão do dia 10 de abril, o vereador Allison Sales subiu o tom e protocolou um requerimento solicitando a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a conduta da secretária. O requerimento de CEI Nº 1/2025 ainda será analisado pelas comissões da Câmara antes de ser colocado em votação. Contudo, com maioria da base governista no plenário, o requerimento pode encontrar resistência para avançar.

No documento apresentado, o parlamentar expôs uma série de supostos acontecimentos que, segundo ele, merecem apuração rigorosa. A principal acusação é o suposto uso indevido de uma viatura descaracterizada de – pertencente à frota locada da Prefeitura – para deslocamentos pessoais entre Santos e São Paulo.

Segundo Sales, há indícios de que a viatura, que era usada oficialmente até maio de 2024, passou a circular sem adesivos entre junho de 2024 e janeiro de 2025; após denúncias, o veículo foi recolhido à base da Romu, ficando semanas parado no local; a partir de março de 2025, o carro voltou a circular com nova adesivagem.

O vereador alega que a descaracterização do veículo é vedada pelo Decreto Municipal nº 9715/2022, o qual exige autorização formal para qualquer alteração no padrão da frota. A ausência dessa autorização, somada ao uso em viagens não justificadas oficialmente, reforçaria a suspeita de desvio de finalidade e violação aos princípios da administração pública.

Além do uso da viatura, o documento menciona outras denúncias sobre guarda de veículos da GCM em residências particulares, sem justificativa ou autorização formal, contrariando o mesmo decreto; coação de servidores públicos, supostamente obrigados a fazer deslocamentos para locais sem relação com a função pública, como pizzarias e estabelecimentos privados; ausência de autorização do prefeito para que a secretária deixasse o município em missão oficial, conforme exige a Lei Municipal nº 4.623/1984.

Sales solicita que, caso a CEI seja aprovada, sejam requisitadas diversas informações e documentos para instrução da investigação. O vereador reforça que o objetivo é “zelar pelo bom uso do dinheiro público e pela integridade da administração municipal”. A secretária Raquel Gallinati não se pronunciou sobre as novas acusações.

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