"Vamos fazer uma pactuação com os educadores, os valorizando", explica Rogério Santos

Por Santa Portal em 11/09/2024 às 15:00

Sarah Vieira
Sarah Vieira

Candidato à reeleição em Santos, o prefeito Rogério Santos (Republicanos) ressaltou, em entrevista ao Rumos & Desafios, exibida na última terça-feira (10), a complexidade da questão da população em situação de rua e defendeu abordagens específicas para cada caso, desde abrigo e alimentação até a repressão de atividades criminosas. O chefe do Executivo evitou fazer promessas para tirar essas pessoas da frente de comércios, por exemplo, enfatizando que a gestão pública exige seriedade, planejamento e respostas eficazes.

O prefeito também fez uma análise de seu primeiro mandato e projetou a continuidade de trabalhos na educação, saúde e gestão de resíduos sólidos. O sucessor do deputado federal Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) tem a vereadora Audrey Kleys (Novo) como candidata a vice-prefeita e o apoio da maior coligação partidária da cidade, com 11 siglas (PP, Pode, PRTB, Republicanos, Novo, PSB, União, PSD, Solidariedade, PSDB e Cidadania).

Rogério Santos foi o último candidato a participar do programa Rumos & Desafios, que entrevistou os postulantes às prefeituras de Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente, sendo televisionado todas as terças e quintas-feiras, às 21h, também com transmissão simultânea no YouTube do Santa Portal. Confira a entrevista na íntegra abaixo.

No possível segundo mandato, tem alguma área que você pretende dar uma atenção especial?

Como foi nesse, escolhi a educação. Na meta seis do Plano Nacional de Educação, está a escola em período integral. Conversando com os educadores há quatro anos, escolhemos como a principal meta, porque estávamos em meio a uma pandemia e precisávamos de tempo para repor conteúdo. Eram necessários conteúdos novos, preparar para essa nova sociedade e também a segurança de um pai e de uma mãe que possa ir trabalhar sabendo que seu filho está em um lugar seguro, inclusive com alimentação.

E a meta para esse ano do MEC 2024 é que 25% das crianças estivessem em sala de aula em período integral. Santos, 75%, três vezes mais do que a meta nacional. E como parâmetro, a capital do estado, São Paulo, hoje está com 6% apenas dos alunos, ou seja, um grande avanço.

O que pretendo agora é, mais uma vez, uma pactuação com os educadores. A qualidade do ensino, a gente vem de uma pandemia, fizemos vários conteúdos novos, mas agora é investir mais ainda em qualidade. Então vamos fazer uma pactuação com os educadores, os valorizando, criando novos conteúdos, trazendo capacitação para eles e fixando o professor, de preferência, em período integral na mesma escola.

Então, para isso, preciso valorizá-los, para que eles cumpram a sua jornada em período integral em Santos e na mesma escola.

Um dos pontos que eu ia perguntar era justamente sobre isso, esse Programa de Dedicação Exclusivo aos Professores. Como que vai ser viabilizado isso?

Através de remuneração, de deixar ainda mais atrativo a remuneração do professor. Tem que ser uma pactuação, porque ela também tem que ser baseada em resultados. Precisamos obter bons resultados, não que Santos não tenha. Sim, tem. Somos premiados, fazemos parte de um seleto grupo de cidades educadoras reconhecidas pela Associação Internacional de Cidades Educadoras. No Brasil, só são 34 cidades, Santos é uma delas, e no mundo 484.

Recebemos um prêmio do Ministério de Portugal na área da educação, mas queremos mais e entendemos que a qualidade do ensino passa por muita coisa. Tenho orgulho dos educadores, do que Santos oferece. Principalmente quando falamos de educação inclusiva, oferecemos aulas nas casas daquelas crianças que não podem ir.

Então nós temos crianças que estão em tratamento quimioterápico, que não podem ir no momento. Nós temos crianças com questões de ansiedade e depressão que não conseguem ir para a escola, síndrome de pânico. Nós temos crianças com deficiência, com autismo, que não conseguem ir para uma sala de aula. Eu tenho orgulho. Os nossos professores vão na casa. Nós temos professores para isso, o atendimento domiciliar, a criança veste o uniforme, tem a lição de casa rotineiramente. Isso é uma tranquilidade.

Conheci uma família que veio de São Paulo. Eles têm um filho, o Matheus, que tem o TEA (Transtorno do Espectro Autista), e não consegue ir para a sala de aula. E ele tinha perdido vários anos de escolares. E a mãe, morando na Capital, soube através de uma amiga que Santos oferecia isso. Ela entrou em contato com a Secretaria da Educação. Ela alugou uma casa e veio morar em Santos por conta do filho, ela e o marido.

Essas são histórias emocionantes e Santos oferece isso. Olha, e é fruto dos educadores. Você sabe que o meu plano anterior na área da educação, meu plano atual na área de educação para os próximos quatro anos é baseado naquilo que os educadores falam.

O Plano Municipal de Educação eu sancionei como lei. Peguei o plano, mandei para a Câmara e está sancionado. É uma lei de 2021 e que vem do currículo municipal escolar que foram feitos pelos educadores. Eles estão ali no dia a dia. O que a gente tem que dar é ferramenta para que eles possam trabalhar.

E isso a gente fez com a TV educativa que temos, com conteúdo da cultura oceânica. Santos é a única cidade no mundo que dá a cultura oceânica como currículo escolar. Nós temos conteúdos que às vezes é difícil para uma cidade, mas a gente fez a história e a arqueologia de Santos. Isso é bacana.

A gente mostra a cultura caiçara de Santos. Então vamos muito além daquilo que é necessário. Isso é fruto dos educadores. Repito, só damos as ferramentas. Hoje todas as escolas têm Wi-Fi, lousa digital, tablets.

Então você pega esse currículo, esse material riquíssimo da TV educativa, coloca na sua lousa digital. Mas os pais e as crianças também conseguem ver através do smartphone em casa ou mesmo pela TV aberta. São conquistas e que a gente tem que investir muito mais. Educação não é gasto. Educação é investimento.

Falando de um problema que não é só de Santos, a gente infelizmente vê que são muitas pessoas em situação de rua, não só aqui, mas praticamente Brasil afora. Você pretende ampliar o número de equipes do programa Consultório na Rua, que presta um atendimento diferenciado e especial a essa população?

Não só para isso. Quando falamos em pessoas em situação de rua. Bom, vamos lá. Todos nós aqui estamos em uma situação dentro da Unisanta, mas cada um tem uma história.

E população em situação de rua parece que é tudo a mesma coisa e não é. Nós temos pessoas com problemas psiquiátricos, muitos com dependência química, álcool e droga, outros que foram despejados, perderam o emprego e também temos pessoas criminosas.

Para cada caso, tem que ter uma situação. Para quem não tem moradia, abrigo. A prefeitura dá, tem 300 vagas, alguns abrigos com canil. Para quem tem fome, a gente oferece comida. Santos é uma das únicas cidades no estado de São Paulo, fora a capital, que tem quatro unidades de Bom Prato e duas móveis que a conseguimos agora.

Nos próprios equipamentos da área social, oferecemos alimentação. Para quem está doente, oferecemos atendimento. Também o Consultório na Rua, mas é mais uma retaguarda para atrair a pessoa para dentro do sistema social, para que ele vá num atendimento especializado.

Para quem quer uma oportunidade, a gente dá emprego. Projeto Fênix, salário mínimo, cesta básica. Todo o direito que um trabalhador tem, ainda dando qualificação. Para nosso orgulho do Fênix, temos exemplos de duas pessoas que passaram em concurso público, recuperamos. Outras quatro pessoas que fizeram os cursos do salão autoestima no Mercado, hoje tem seus salões de beleza, a sua barbearia. É oportunidade para quem quer.

E aqueles que estão ali para cometer crime? Normalmente, quando você vê um grupo de pessoas embaixo das marquises, às vezes vê um carinha meio estranho, com uma mochila nas costas. Tem gente cometendo crimes. No bairro do José Menino, que nós estamos fazendo uma operação forte três vezes por semana dentro do túnel do VLT, fizemos reestruturação ali do entorno com jardins.

Abri agora a Rua Décio Stuart para ter maior movimentação. Melhorou muito a frequência. Passei hoje lá, mas não resolvemos o problema. Contudo, melhorou. Porque estava se formando uma cracolândia. Porque essas pessoas vão no morro, nos ferros velhos clandestinos associados à venda de drogas, e trocam correntinha por crack.

É muito triste isso, então temos que combater. Para cada situação um caso. Para aquelas pessoas que precisam de ajuda, para aquelas pessoas que estão cometendo crimes, cada caso é um caso. Não dá para misturar tudo, como algumas pessoas falam. ‘Vou tirar uma pessoa em situação de rua da porta dos comércios’. Como? Temos que ser gestores públicos, tem que trabalhar dentro da legalidade.

E o que queremos é uma conversa séria, é um momento de debate, de conversa séria, e não de frases feitas para colocar na internet. Então, é bom os debates, essas sabatinas são excelentes, porque é o momento de perguntar o quê, mas como, e de onde sai o recurso. Isso é gestão pública.

Prefeito é gestor público. Prefeito não pode ser simplesmente um marqueteiro, tem que trabalhar e trabalhar como nunca. É inerente a um prefeito ser gestor, é o administrador.

Tivemos agora a geminação com a Itália, em Gênova, onde o prefeito se chama sindaco, que é o Marco Butti. E é isso, é o gestor de uma cidade e tem que ser tratado com seriedade.

Ninguém escolhe um gerente, um gestor de uma empresa por acaso. Escolhe pelo currículo, pela experiência, pela capacitação, pelo o que já apresentou de resultado. A Prefeitura de Santos não é laboratório.

Os seus concorrentes que estiveram aqui anteriormente criticaram o nível de transparência da atual administração municipal. O que você tem a dizer com relação a isso, como melhorar a transparência?

Santos sempre teve notas altas em transparência. As pessoas falam o que quer, mas preciso saber baseado em quê. A transparência, o nosso portal da transparência, ele é total. Todos os contratos, as execuções de obra, todo o balanço financeiro está tudo à disposição das pessoas. Nós temos um sistema de governo eletrônico classificado como excelente.

Você consegue ver até as câmeras de segurança que temos. Está disponibilizado agora acho que mais de 80 câmeras para o cidadão. Você consulta tudo, consegue ver os agendamentos na área da saúde, a questão das matrículas da escola.

Transparência é total e quanto mais transparente, mais confortável fica o gestor público, porque mostra a clareza das ações. Você trabalha em cima dos preceitos constitucionais da boa gestão pública. Tenho tranquilidade quanto a isso e Santos, não é de hoje, já há muito tempo, preza pela transparência. Frases feitas, acusações, apontar o dedo, entretanto, queria que as pessoas fossem um pouquinho mais pontuais.

‘Não é transparente por conta daquilo’. A transparência é total a não ser aquilo que dentro do sigilo se pede. Existe uma lei de sigilo, de proteção de dados. Então não conseguimos colocar todas as informações que a prefeitura tem no site, porque não dá. Eu, por exemplo, na prefeitura tenho um sistema, que é aberto, onde vejo, por exemplo, a dívida ativa, quem está devendo, o que está acontecendo. Isso não pode ser exposto publicamente. Agora, de resto, a prefeitura tem sim nota 10, na minha opinião, em transparência.

Um dos desafios dos gestores atuais é com a questão dos resíduos sólidos. E aqui em Santos a gente tem um aterro sanitário cuja vida útil termina em 2031. Como que a prefeitura está se preparando para isso?

É muito preocupante. Realmente temos essa condição e isso vai dar um colapso na gestão dos resíduos em toda a Baixada Santista. Esse aterro atende a praticamente todas, se eu não me engano, são sete cidades das nove. Enfim, não tenho certeza disso, mas acredito que sejam no mínimo sete cidades. E agora estamos fazendo uma PPP (Parceria público-privada).

Tivemos o marco do saneamento básico que envolve a questão dos resíduos sólidos, que obriga os municípios a ter uma PPP ou concessão. Estamos falando de investimento rápido, imediato, o que diz a lei. Precisamos de um investimento forte, consistente. Então tem que ser PPP ou concessão para que a empresa vencedora entre com os recursos de uma maneira robusta e recupere ao longo dos 25, 30 anos.

E estamos trabalhando muito, primeiro, na questão dos reciclados. A gente, infelizmente, só consegue reciclar 8%, até para o nível Brasil, com um certo destaque, a média é 3%. No entanto, é muito pouco, temos capacidade de reciclar pelo menos uns 30%, 35%. Isso depende muito da educação da população, da separação, da coleta. E essa PPP vai propiciar tudo isso.

Vamos ter um local específico para a separação e destinação do lixo, locais para essa reciclagem, mais contentores com separação, ecopontos, o que é muito importante, vamos ampliar a varrição. São muitos ganhos que Santos vai ter. E a empresa vencedora tem que apontar uma destinação final, correta, com licenciamento, dentro dos preceitos.

Então é algo que as empresas têm que buscar solução. Muito se fala em soluções alternativas, em reciclar o lixo transformando em energia, isso acontece em vários países. Aliás, tem países que importam lixo porque já não tem matéria-prima para produzir energia. Agora, se conseguirmos reciclar 30%, 40%, nós vamos diminuir muito o uso do aterro sanitário, mas nós não vamos conseguir chegar lá.

Então preocupa, e deixamos na mão da iniciativa privada essa situação e cabe ao Governo do Estado, através da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), essa regulação. Agora estamos acompanhando esses processos, tudo que pudermos incentivar, apoiar em termos de soluções, nós vamos fazer. Mas é algo preocupante.

Falando em reciclagem, a educação da população é fundamental e a participação também, junto à administração, seja no Orçamento Participativo ou mesmo no engajamento. Como aproximar a população?

Interessante, porque quando tiveram as enchentes, as chuvas fortes em São Sebastião, a nossa Defesa Civil de Santos foi para lá e foi premiada. Nós temos parceria com o governo alemão, inclusive no Monte Serrat, é um projeto bacana de recuperação de áreas. Vegetação, hortas e reúso de água.

E a nossa Defesa Civil foi para a Alemanha e depois vieram os bombeiros, lá são bombeiros civis que fazem a defesa civil. E então perguntei para eles como a população lida com isso, porque a gente vê a comunidade europeia muito preocupada com as questões climáticas, ambientais. Sei que mais para o norte da Alemanha o problema são as chuvas e as enchentes e mais para o sul os incêndios.

Ele falou, ‘prefeito, ninguém abre mão do conforto’. Isso foi um banho de água fria para mim. E é isso que acho que está acontecendo. Alguns locais estão mais secos do que nunca, outros chovendo como nunca. Pode ser que seja uma fase, pode ser, mas não parece que seja não. E não estamos mudando o principal, que é justamente o comportamento.

Então a educação do consumo, o consumo consciente, isso o europeu tem um pouquinho melhor do que a gente. Temos mais um viés, meio de uma cultura americana, mais consumista. O europeu, tem países que nem carro tem, pessoas com recursos, com dinheiro, não usa carro.

Aqui no Brasil, nos Estados Unidos, é status o carro. Lá não, só tem bicicleta, até tem um carro, às vezes, velho ou aluga só para viajar. São comportamentos, e a gente tem que mudar, porque parte de cada um, desde a educação que damos nas escolas, quando falo que Santos é a única cidade no mundo que tem a cultura oceânica, a gente leva questões ambientais, a importância não só do oceano, mas do meio ambiente como um todo.

A educação também para a população mais adulta. Poxa, a gente coloca os contentores, a nossa limpeza urbana todo dia. Qual cidade? São poucas que têm recolhimento de lixo todo dia. E dói muito quando a gente vê os contentores quebrados, pessoas que furtam contentores para pôr dentro do próprio estabelecimento. Quando as pessoas jogam lixo no entorno, as lixeiras às vezes vazias e o entorno tudo sujo.

Um bom exemplo foi durante a pandemia. Lembremos que aqui em Santos voltou baleia, golfinho, porque a água do mar estava mais limpa. Porque é aquilo que chamamos de poluição dispersa. A sujeira dos cachorros, quando vão passear e não recolhem, é o papel que se joga no chão, é o cigarro, é a tampinha da garrafa de cerveja que abre e joga no chão.

É muito triste isso. Não somos donos da natureza, nós somos parte da natureza. Então, a educação ambiental é fundamental, educação para o consumo consciente, a reciclagem.

São vários desafios, só que o tempo está passando e a gente não tem conquistado isso enquanto sociedade como um todo.

Uma crítica comum dos seus concorrentes é com a fila para o atendimento na área da saúde. No eventual segundo mandato, como que você pretende enfrentar essa questão?

Santos fez e foi exemplo na pandemia. Sempre falo, poucas cidades no mundo foram como o Santos. Aqui ninguém morreu por falta de atendimento. Tivemos momentos dramáticos, quase sem leitos, e suportando outras cidades, inclusive.

No entanto, aqui ninguém morreu por falta de atendimento. Tivemos uma cobertura vacinal de 93%, mas os reflexos da pandemia ainda estão na economia, na saúde e no comportamento das pessoas. Na saúde houve um grande represamento de consultas e exames.

Isso estou falando no setor público e no privado. Houve um represamento das consultas, das cirurgias eletivas, mas não houve parada de atendimento. Pelo contrário, lotou hospital, alto custo, medicação de alto custo, internações em UTI. Isso é muito caro. Uma UTI custa R$ 3.800 por dia para o município. E recebemos da tabela SUS R$ 800. E para a saúde complementar, para o plano de saúde também.

Muito plano de saúde quebrado, com atendimento defasado, e estão indo essas pessoas para o setor público. Outro dia encontrei uma senhora que falou, ‘prefeito tenho um exame de seis meses’. Eu falei, ‘mas como? Aqui na prefeitura está demorando 60 dias’. Ela respondeu, ‘o senhor não entendeu, prefeito. É meu plano de saúde. Queria que o senhor me arrumasse uma vaga na prefeitura’.

Então, muita gente que tem plano de saúde, em alguns casos, em alguns exames, que está indo para o setor público, para a Prefeitura de Santos. A gente tem feito muito mutirão. O nosso contrato com o Ambesp é assim, eles constatam a especialidade que está mais acumulada. A OS vai lá, ela contrata os profissionais daquela especialidade e a gente faz a fila andar. Fora os atendimentos que continuam do mesmo jeito.

Os exames a gente tem feito mutirão. Então tem muito exame que demora 30 dias, outros 60, alguns 90, e até mais de 90. A tabela SUS é um absurdo. Há 11, 12 anos que ela não é atualizada, há 11 anos. Acho que a última atualização foi em 2013. Agora o Governo do Estado criou o SUS Paulista que complementa o prestador.

Mas em muitos exames não é suficiente. Você tem exame que custa R$ 500, R$ 580, R$ 600 e pouco, cada exame. A tabela SUS paga R$ 100 e pouco, o Estado está ajudando com R$ 200 e o município entra com quase R$ 300 por cada exame. Então é uma situação complicada. E quanto mais você melhora, mais gente vem usar o serviço público.

Meu irmão é um exemplo. Ele tem plano de saúde, mas quando ele precisa de emergência, ele vai na UPA. É mais perto, ele gosta do atendimento. Então isso está acontecendo e é o que a gente tem represado. Portanto, é mais mutirão. A gente já usa a telemedicina ali no centro de especialidade e quero ampliar a telemedicina.

Agora estou entregando três novas policlínicas. Estou entregando para o bairro do Santa Maria que não tinha. Então eu fazendo a policlínica do Santa Maria, vou desafogar do Bom Retiro. A da Caneleira, uma policlínica nova com mais capacidade de atendimento. E antes era a policlínica em São Jorge, Caneleira e São Jorge. Então agora também o São Jorge vai ter uma policlínica. Ou seja, desafogo e com isso consigo faço andar mais rápido.

Entreguei a do Estuário, que não tinha. Usava a policlínica de outros bairros. De outros não, porque todo mundo é de Santos. Mas usava a policlínica e agora tem. São para atender 18 mil pessoas hoje no bairro.

No Marapé, criou-se ali alguns núcleos habitacionais de classe média, média alta. E aumentou muito a população. Concentrou 6 mil, 7 mil pessoas em praticamente um quarteirão. A policlínica está sobrecarregada. Já estou abrindo um processo para ter uma segunda.

E na Vila Progresso também comecei a construir uma nova, porque a tinha é precária, para melhorar o atendimento. Então é desse jeito, é evoluindo, é crescendo e investindo muito.

Mas o município, dentro dessa pactuação, está muito sobrecarregado. Agora o Governo Federal aprovou, no Congresso, a renovação atual da tabela SUS. Isso é um ganho para os municípios.

Há um tempo atrás, o que se gastava em saúde, 60% vinha do Governo Federal, 40% do município. Hoje inverteu muito mais. Hoje o município está com mais de 65%. E o Governo Federal com 30% e poucos. Então está muito pesado para os municípios.

Podemos contar com você nos debates?

Sim, com certeza. Já é tradição. Santa Cecília com grandes tradições na nossa cidade, na área da comunicação, será um grande prazer. A última eleição vim em todos. E, com certeza, desse virei, sim, será um grande prazer. E um momento que a gente tem para falar do que mais gosto, que é a gestão pública, ser prefeito e falar da nossa querida Santos.

No entanto, sempre com a verdade, com números corretos e para debater, não para fazer pose. O que a gente quer é justamente discutir a cidade, não confundir o eleitor, ter respeito ao eleitor, falar com seriedade, falar a verdade. É isso que as pessoas estão em casa e esperam.

Elas querem ouvir propostas, não para tirar foto, para aparecer, ou trechos em uma rede social. Temos que responder aquilo que foi perguntado, respeitar o jornalismo, que é extremamente sério aqui.

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