"Sou perseguido por alguns políticos de Guarujá, porque sou diferente", desabafa Pepe da City
Por Santa Portal em 11/09/2024 às 15:00
Candidato à Prefeitura de Guarujá, Marcelo Pepe, conhecido como Pepe da City (PSB), afirmou ser “o candidato mais perseguido” por ameaçar a zona de conforto dos políticos da cidade. O empresário, que teve uma van de campanha incendiada, no último sábado (7), e transferiu sua família para fora do estado, revelou, em entrevista ao programa Rumos & Desafios, exibida na última terça-feira (10), que pretende diminuir os cargos comissionados da administração municipal em mais de 80%.
O representante da coligação partidária PDT, Agir e PSB definiu a geração de empregos como um item principal de seu plano de governo. Além disso, reforçou o lema “Tarifa Zero, Educação Dez”, referindo-se ao transporte público gratuito, à criação de escolas em período integral, à extensão do horário das creches e à transformação da Escola Técnica Municipal 1º de Maio em fundação. Pepe, que tem a Professora Beth (PSB) como candidata a vice-prefeita, projetou que as mulheres terão um papel fundamental em seu governo.
Marcelo Pepe foi o penúltimo candidato a participar do programa Rumos & Desafios, que entrevistou os postulantes às prefeituras de Guarujá, Praia Grande, Santos e São Vicente, sendo televisionado todas as terças e quintas-feiras, às 21h, também com transmissão simultânea no YouTube do Santa Portal. Confira a entrevista na íntegra abaixo.
Por que se candidatar? Por que ser prefeito do Guarujá?
Moro em Guarujá há aproximadamente sete anos. Conheço a cidade como poucos, porque vim de uma empresa de transporte público e ela serve o cidadão em todos os cantos do município. Então, conheço muito bem a cidade e me chamou muita atenção a desigualdade social em Guarujá.
Sou uma pessoa que morei na África já, em Maputo, Moçambique, tive outras atividades profissionais, em que rodei o mundo. E a empresa também está estabelecida no Rio de Janeiro, onde tem uma desigualdade social. Mas poucas vezes na minha vida vi uma desigualdade igual como em Guarujá.
Me chamou muito a atenção e parti para esse desafio para melhorar a vida das pessoas. E com isso, você começa a mudar o panorama da cidade. Essa é a minha ideia. Mudança, renovação e a palavra que acho mais importante, dignidade.
Como foi a escolha para ir para o PSB?
Foi uma escolha muito difícil. Tinha outras pessoas que queriam sair pelo partido, houve até hoje o candidato do PP (Raphael Vitiello), era uma pessoa interessada em sair. Tiveram algumas ideias, conversas com o nosso ministro Márcio França, com o deputado Caio França (PSB) e preferiram a mudança, a renovação e o diferente, que sou eu.
O que você traz da África que te ajuda nessa caminhada para chegar à Prefeitura de Guarujá?
Estive um tempo em Maputo, em Moçambique. Lá, infelizmente, foi destruído por uma guerra civil há nove anos. Nove anos atrás, ele vivia praticamente da África do Sul, não tem uma indústria, não tem McDonald’s. Quando você não tem McDonald’s, quer dizer que não tem desenvolvimento nenhum.
E não quero comparar Maputo com Guarujá, mas o que faltava em Maputo é o que falta em Guarujá, geração de emprego. Pessoa que não tem emprego, não tem dignidade. Ninguém quer viver de cesta básica.
Se a pessoa necessita comer, você faz uma doação. Isso hoje, mas na semana que vem, ela está com fome de novo. É o mesmo caso do Bolsa Família. Ao dar o benefício, você tira da pessoa a oportunidade do emprego. Isso que falo, a pessoa não precisa de Bolsa Família nem de doação. Ela precisa de emprego.
Você está usando uma camiseta com os dizeres ônibus grátis para todos e uma das suas ideias é a Tarifa Zero para o transporte público. Como que seria isso na prática e como que isso ajudaria na geração de empregos em Guarujá?
Acho que o candidato que entende mais do assunto sou eu. Obviamente, tanto que a minha campanha, meu nome na urna é Pepe da City, porque é a empresa de transporte que eu fazia parte antes de me afastar. Hoje, a Tarifa Zero não é coisa que estou inventando, não é da minha cabeça.
Isso existe em mais de 110 cidades do país. Vou te dar um exemplo do Guarujá. Hoje, as pessoas que vão trabalhar de bicicleta, com sol, na chuva, com calor, com frio. Elas vão porque não têm dinheiro para pagar o transporte público. Essa pessoa vai poder entrar num ônibus com ar-condicionado, wi-fi, com toda a qualidade e dignidade para chegar no seu emprego.
A pessoa que gasta R$ 5,00 para ir, R$ 5,00 para voltar no ônibus, gasta R$ 50,00 na semana, R$ 200,00 no mês, vai poder usar esse dinheiro para comprar no comércio da cidade. Vai poder comprar um xampu, um sabão em pó, uma carne, um ovo, uma margarina, o que ela quiser. E, com isso, você começa a mudar a história da cidade. O dinheiro começa a girar.
Ao colocar o dinheiro na mão da população, que está gastando no transporte público, ela vai gastar no comércio da cidade. E, como em São Caetano, por exemplo, o comércio vai contratar mais. Porque vai vender mais.
E a empresa, que hoje desconta 6% do vale-transporte do trabalhador, não vai descontar mais. É dinheiro no bolso. Então, Guarujá, que é uma cidade que vive basicamente do turismo, que não tem emprego, porque tem poucos locais que geram isso, vai atrair empresas.
Porque ela não vai pagar o vale-transporte. E com os investimentos do governo federal, vão ser criados, na Baixada Santista, principalmente em Guarujá, 9 mil empregos diretos, sendo 4 mil da construção civil. E quero que essas empresas estejam no Guarujá.
Conversei com o ministro Márcio França, que é o ministro do Empreendedorismo, uma pessoa que admiro muito, e pedi para ele que nos ajude a criar 50 cursos de capacitação em Guarujá. Porque vem emprego. Se a pessoa não estiver capacitada, o emprego não fica lá.
Então, precisa também capacitar a população de Guarujá. Como empresário, comecei na cidade, a empresa que eu fazia parte tinha 480 colaboradores. Hoje, tenho 1.500 em Guarujá.
Ou seja, sei como gerar emprego. Acho que Guarujá precisa dessa dignidade, e dignidade você só consegue com emprego. Porque a pessoa que está hoje no SUS, na fila, se ela está em uma empresa privada, uma empresa média ou grande, ela tem um plano de saúde, ela vai no hospital privado.
É essa roda que a gente tem que girar. Guarujá não pode viver do turismo. Você olha hoje Bertioga, é um canteiro de obras. Praia Grande está se desenvolvendo, Santos também. Guarujá, acho que nos últimos 30 anos, parou para essa questão de emprego. Venho com outra cabeça. Precisamos mudar essa fase de turismo. Todo mundo precisa comer o ano inteiro.
Nas suas andanças, a população te dá um retorno da avaliação delas do transporte hoje na cidade?
A empresa que eu fazia parte tem 85% de aprovação do transporte público. Quero transmitir isso para a Prefeitura de Guarujá. Estou largando a minha vida profissional, que é uma vida definida. Tenho uma carreira dentro do possível de sucesso.
Estou largando tudo para esse desafio de fazer essa mudança. Hoje, nas pesquisas sérias, tem três opções. Tem o ex-prefeito com um vereador, que é a chapa dele. O outro candidato que é um vereador com outro vereador, que representam a política atual. E tem eu, que sou um empresário, um administrador, que fazia parte de uma empresa que tem 35 mil colaboradores, com as mãos limpas, com uma vice, que é uma mulher professora negra da comunidade. Onde quem é a renovação sou eu.
A pessoa que diz que é renovação que está na Câmara Municipal, me apresente o que fez nos últimos oito anos. Agora, prometer, todo mundo promete. E tenho a certeza que nos últimos cinco anos, mesmo fora da política, não teve uma pessoa que fez mais pelo Guarujá.
A empresa, enquanto eu fazia parte, aporta há cinco anos, 20 projetos esportivos, onde são 5 mil crianças contempladas, mais 174 professores, e fora tudo que fiz pelo Guarujá. Então, qual é o medo deles? Da mudança do sistema. Só que todas as cidades merecem essa oportunidade. Chegou a hora de Guarujá ter dignidade.
Um ponto importante dessa engrenagem é o funcionalismo público. Como que você pretende lidar com a categoria, com essa tua visão de empresário, da iniciativa privada, para fazer diferente na cidade?
Tenho um slogan que é Tarifa Zero, Educação Dez. Tive uma reunião outro dia com os professores municipais e tem que valorizar o funcionalismo público. Eu valorizo, não valorizo o cargo comissionado.
Acho que se o cara prestou concurso, está servindo, você tem que valorizar. Guarda municipal, sou amigo deles, sempre estou junto com eles, elogio, mas precisamos dar um plano de carreira para a Guarda Municipal, como todo funcionalismo público. Cargo comissionado, bacana, muito, mas vamos diminuir mais de 80%.
Exatamente por isso que os políticos de Guarujá não me querem. Por isso que minha família não está mais aqui, por causa das ameaças, porque não quero esse sistema. Quero que Guarujá vá para frente.
Guarujá é uma cidade turística, você chegou a comentar. O seu plano de governo fala em apoiar o setor com a realização de eventos e fomento aos negócios. Como atrair investidores para a cidade?
Guarujá tem uma rede de hotéis maravilhosas, tem restaurantes maravilhosos. Alta temporada no Guarujá, não tem problema, porque o turista vai, estamos há 1h10, 1h15 de São Paulo.
Mesma coisa que falo. Você tem, vamos dizer, os quiosqueiros e os ambulantes. Eles têm conta o ano inteiro. Eles precisam trabalhar o ano inteiro. Se eles trabalham o ano inteiro com grande fluxo, eles geram mais emprego. É isso que tenho que fazer.
Evento cultural, tem que ter o ano inteiro. Temos que fazer festas juninas grandiosas. Tem que ter show no Jequitimar, lindo, maravilhoso, mas quero fazer show na praia para a população.
Não dá para fazer toda semana. Fazer duas vezes por mês, trazer grandes atrações, Raça Negra, Gusttavo Lima, para a população de Guarujá. E o turista que tem apartamento no Guarujá, que hoje não vai, porque não tem atração.
Então vou trazer evento cultural, gastronômico, gospel, fazer a economia girar, porque se o hotel está lotado o ano inteiro, ele fatura mais. Logicamente, Guarujá precisa de um centro de convenções, como precisa de um shopping. Como que o Guarujá não tem um shopping? O que tem hoje é o La Plage, que é uma galeria, não é shopping.
O Terminal Ferry Boat é outra galeria, não é shopping. Tenho um empresário que, se eu for prefeito de Guarujá, e eu vou ser, contra tudo e contra todos, me diz que vai criar um shopping com 350, 400 lojas, porque o empresário só vai se o prefeito tem credibilidade. Então o próximo prefeito de Guarujá tem que ter credibilidade para o empresário ir investir.
O seu plano de governo fala de transformação da Escola Técnica Municipal 1º de Maio em fundação. Que benefícios essa mudança traria?
Primeiro, ao trazer a fundação, outros tipos de investimento podem ser feitos. É importantíssimo, até uma parceria público-privada. Isso é a primeira coisa que é importante.
E outra coisa, se não tenho colégio técnico, é isso que eu falo da capacitação. Precisa capacitar as pessoas. Hoje, infelizmente, em Guarujá, se você perguntar para alguns meninos, se ele quer ser mocinho ou bandido, alguns querem ser bandido hoje para estar de corrente de ouro.
Então precisamos mudar isso. Por isso que falo Tarifa Zero, Educação Dez. Quero que a criança vá para a escola, quero que ela saiba ler, escrever, raciocinar, pensar. Por isso que acredito muito no colégio integral. Muito. Porque a criança vai poder se alimentar, sair bem alimentada. Inclusive, nos sábados, quero abrir o colégio para reforço escolar e aula de educação física.
Por que falo educação física? Porque nesses projetos que a City apoia, são 5 mil crianças, se não tiro de lá um atleta de alto rendimento, tiro um cidadão. Então educação e esporte têm que caminhar sempre juntos.
E uma coisa muito importante que vou fazer no meu governo é a creche corujinha. Porque como vou criar, junto com o Governo Federal, 9 mil empregos, e vou criar mais 6 mil empregos na cidade de Guarujá, estou falando de 15 mil empregos, vai ter muito pai e mãe que vai precisar trabalhar à noite. Em hotéis, restaurantes, outros lugares. Então eles têm que ter um lugar onde podem deixar seus filhos com segurança.
Até nessa questão da ampliação do horário, vi que na sua proposta de governo de ampliar também o horário na área da saúde. A sua ideia seria se manter isso nas unidades básicas de saúde?
Tenho que pensar nos dois lados. Como sou empresário, tenho que pensar como empresário, tenho que pensar como prefeito e tenho que pensar no colaborador. Por exemplo, tem muito colaborador hoje que falta na empresa, porque ele precisa ir na UPA, precisa ir no hospital público. Então se eu estender esse horário, ele vai poder ir depois do trabalho também e deixo de prejudicar as empresas.
Então a gente tem que estender. Aliás, porque a gente tem que diminuir essa fila também. Se você não tem saúde, você não tem nada. E outra coisa que vou fazer nessa área, vou criar prazos para exames. Por exemplo, uma tomografia. Não estou dando o prazo correto, mas para ter uma ideia.
Você vai ter o prazo máximo de 45 dias para fazer a tomografia no serviço público. Na rede municipal. Se passar esse prazo, automaticamente você vai ganhar um voucher para fazer na rede particular conveniada. Porque tem gente que pode, tem gente que não pode esperar um prazo de seis meses para fazer um exame, nove meses. Então isso daí é outra coisa que falo de dignidade.
A gente tem que dar oportunidade na saúde para todos também. Mas com a geração de emprego, vindo empresas, você leva muita gente também para o hospital particular. A maioria das empresas de médio e grande porte tem plano de saúde. Sem querer ser repetitivo, tudo volta à geração de emprego.
E o trabalho preventivo na saúde também é fundamental.
Importantíssimo. Vi outro dia no Guarujá. Não me lembro que deputado que era. Não é porque é de outro partido que não vou elogiar. O que é bom tem que ser elogiado. E estava um caminhão com exame de mama, exame de sangue, dez outros tipos de exame na Praça Horácio Lafer no final de semana.
Estava com o vereador Aparecido, que é do Republicanos, mas tem que elogiar quando a coisa é boa. Estou aqui pelo bem do Guarujá, não estou falando de política. Fazendo exames de prevenção de mama, outros tipos.
Quando você tem essa oportunidade de fazer isso em uma praça pública, onde a pessoa está passeando ou está com tempo, você também começa a fazer a prevenção. Porque está lá passeando com o filho, ela vai e faz o exame de mama. É importantíssimo isso.
Você tem a proposta da criação da Secretaria da Mulher. Seria justamente para gerenciar essas ações?
Hoje você tem que ter tem a mulher ao seu lado, falando, argumentando, tanto que minha vice é uma mulher. Então quer dizer o seguinte, a mulher vai ter papel fundamental no meu governo. Aliás, quem somos nós sem as mulheres.
O que o seu plano prevê para o esporte?
Existe hoje na Prefeitura de Guarujá um programa que se chama Promifae, que é uma lei de incentivo municipal ao esporte. Maravilhosa essa lei, sensacional. Todo empresário que recolhe ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) no Guarujá deveria ser obrigação fazer isso.
Porque em vez de ele pagar o imposto, ele contribui e depois é descontado o imposto. Hoje apenas duas empresas no Guarujá fizeram isso, a City e a Santos Brasil. Além de ter esse Promifae, vou valorizar o Promicult, que é da cultura, e o Promifae hoje com aporte mínimo é R$ 48 mil por projeto.
Vou diminuir esse aporte para R$ 5 mil ou R$ 7 mil para que pequenos empresários, médios empresários, possam aportar. Porque, repetindo, se você tem hoje a criança fazendo esporte ou no colégio, você vai formar um cidadão de bem. É isso que está. Esporte e educação tem que andar juntos. E quando a criança está fazendo esporte, ela está fazendo amizade, ela está tendo disciplina, ela está em um lugar seguro.
Sou um admirador do esporte. Aliás, tenho pós-graduação em esportes. Então, não tem uma pessoa que goste mais de esportes que eu e que incentive mais em Guarujá.
Como avançar, melhorar a questão da zeladoria na cidade?
Na zeladoria, sou um entusiasta da Regional. Porque é o seguinte, quando tem as regionais, o poder público está mais perto do cidadão, do bairro e das demandas. Com isso, você consegue fortalecer a zeladoria da cidade. Porque até o problema chegar ao prefeito, demora muito.
Então, vai ter que ter pessoas responsáveis em regionais, em lugares das cidades. E a própria população vai escolher esses responsáveis. Porque para poder cobrar, não adianta o prefeito nomear, a população que tem de nomear. Assim ele vai ser cobrado diretamente.
Qual é a sua maior insatisfação hoje com Guarujá?
Boa pergunta. Primeira coisa, o sofrimento da população. Há muita gente em palafita, muita gente que não tem nada, e poucos que têm muito. E esses que têm muito, só olham para umbigo deles.
Isso é uma coisa dolorosa para mim. Porque acho que se as pessoas de bem se juntarem, elas podem fazer a diferença. Estou nesse desafio. Tenho certeza que não tem um candidato mais perseguido que eu, que sofre mais do que eu. Minha família não está mais no estado de São Paulo, por causa de ameaças. Tenho sido perseguido por alguns políticos da cidade, porque sou diferente, sou novo.
E me parece que quem estava no poder, no encargo político até agora, agora está todo mundo prometendo, porque não fez isso nos últimos quatro ou oito anos? Agora é fácil dizer o que vai fazer, o que vai acontecer. É muito fácil.
Então quer dizer o seguinte, acho que Guarujá precisa dar essa oportunidade para ela mesma. Porque a Pérola do Atlântico existe, mas para menos de 10% da população. Mais de 90% sofre. Você vai nas palafitas, o cara não tem luz, não tem dignidade, não tem nada. E mesmo assim está com um sorriso no rosto. Eles precisam de tão pouco, pouquinho. E tem muitos que não querem isso. Por isso que querem que os mesmos continuem lá.
Como a sua família está lidando com essa situação, com a questão das ameaças, isso te fez pensar em desistir dessa caminhada?
No começo, a minha família estava empolgada. Hoje não, não estou aqui para falar mentira. Porque não sabia que tinha gente tão suja no Guarujá. Tão suja. Guarujá tem gente que realmente não quer largar a teta.
Desculpe a palavra. Não quer largar a mamata. Então, não vou desistir, mesmo com as ameaças, com a fake news. Existem uns covardes que logo mais o tempo é o senhor da razão, mostra quem é. Existe muita ingratidão. E existem pessoas que querem mudar. Pessoas que querem que Guarujá tenha um futuro, tenha um olhar diferente.
O que estou largando na minha vida profissional é por causa dessas pessoas, desses 90% de população. Quem mora no Jardim Acapulco, na Península, não precisa de mim. Eles não precisam do serviço público.
Trazer sua família de volta seria um sonho? Ver um Guarujá diferente?
Meus filhos, no momento, não. Mas quero um dia andar no Guarujá sem medo de ser assaltado. Quero um dia andar no Guarujá com o celular no bolso. Quero ter coragem de ir na Enseada, andar à noite, de mão dada. Ir num restaurante, ficar na varanda, tomar um chopp, sem medo de ser assaltado. Quero que a população de Guarujá tenha emprego.
Quero que a população possa andar pela cidade dela. Turista é importante. Mas a cidade é da população. Conheça os quatro cantos da cidade. Possa ir na igreja no final de semana com o seu terno bonitinho, com sua família. Não precise andar de bicicleta. Vá trabalhar de ônibus com dignidade. Que possa conhecer a sua cidade.
Guarujá deveria ser a melhor cidade da Baixada Santista. As praias são lindas no litoral sul. A população é trabalhadora. Só que você tem lá um bando de sanguessugas que não querem a mudança.
A gente pode contar com a sua participação no nosso debate, no dia 26?
Com certeza. Não fujo de nada. Tem gente que foge, eu não.