Rodrigo ignorou histórico do Palácio ao estender tapete vermelho para Bolsonaro
Por Guilherme Seto / Folha Press em 22/10/2022 às 10:52
Estendido na quinta-feira (20) para Jair Bolsonaro (PL) a pedido de Rodrigo Garcia (PSDB), o tapete vermelho do Palácio dos Bandeirantes só costuma ser usado para recepções oficiais de chefes de Estado e altas autoridades, além de celebrações especiais.
O evento com o presidente, no entanto, teve caráter eleitoral e serviu para que o governador e prefeitos aliados manifestassem apoio à candidatura do concorrente de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Planejada inicialmente como uma “pizzada”, a reunião teve macarrão no cardápio, servido na ala residencial da sede do Governo de São Paulo. Marcado por caráter informal, o encontro teve fila de selfies com Bolsonaro e Tarcísio de Freitas (Republicanos) e discursos breves.
Rodrigo Garcia tem se dedicado fortemente a se aproximar de Bolsonaro. Ao declarar publicamente seu “apoio incondicional” ao presidente, não consultou os líderes do PSDB em São Paulo.
No atual mandato, iniciado em 2019, o único brasileiro recebido pelo tapete vermelho foi Sergio Moro (União Brasil), que foi homenageado com a Medalha do Ipiranga pelo então governador João Doria (de saída do PSDB). Moro na época era ministro da Justiça.
Depois disso, passaram pelo tapete os presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo e de Cabo Verde, Jorge Fonseca, em julho do ano passado, além do secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, e do chanceler da França, Jean-Yves Le Drian, em julho de 2019.
Em gestões passadas, o tapete também só foi estendido em ocasiões formais, como nas visitas do então presidente Michel Temer (MDB), em novembro de 2016, e da presidente da Croácia, Kolinda Graber-Kitarovic, em março de 2018.
Ele também foi estendido na transmissão de cargo para o governador Márcio França (PSB), em abril de 2018.
Administrações mais antigas usaram o tapete vermelho em contextos similares, como na recepção ao então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o encontro com o papa Bento 16, em 2007, e para a reunião com a então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2011.