Petistas apostam em Bivar como ponte com União Brasil para governo
Por Juliana Braga / Folha Press em 02/08/2022 às 08:25
Embora a provável neutralidade do União Brasil frustre petistas, que esperavam agregar a musculatura e o tempo de televisão da legenda à campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), interlocutores do ex-presidente apostam que a sinalização possa render pontes no futuro.
Para o ex-governador do Piauí Wellington Dias, o aceno do deputado federal Luciano Bivar (União-PE), que abandonou a disputa presidencial, pode ajudar a aproximar o União de um eventual mandato de Lula para ajudar na governabilidade.
“O objetivo não é só vencer no primeiro turno […], mas também ajudar na formação da base para governabilidade”, diz Dias.
Segundo ele, as conversas com lideranças tanto do União quanto de outros partidos não coligados continuarão, com vistas a um possível governo.
Outro aliado menciona como alvos o também PSD, o MDB e até mesmo PP e PSDB.
O PT tem tentado pavimentar uma vitória no primeiro turno para evitar surpresas no segundo turno. Há receio até de que haja decretação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) e que, acuados, seus eleitores não compareçam às urnas.
A desistência de Bivar, no entanto, altera pouco o cenário eleitoral. Ele não chegou a pontuar no último Datafolha.
Bivar anunciou na convenção do União Brasil em Pernambuco que não disputaria a Presidência e indicou a senadora Soraya Thronicke (União-MS) para o pleito. Integrantes da legenda, no entanto, afirmam que o mais provável no momento é abandonar a corrida e liberar os diretórios estaduais.
Um dirigente do União avalia ser muito improvável que o partido integre a base do governo Lula, caso ele se eleja. Desde a época em que se chamava PFL, o DEM, tinha uma atuação muito contundente contra as gestões petistas. Dificuldade que também seria encontrada entre os egressos do PSL que, em boa parte, se elegeram ancorados no discurso antipetista.