Cientista político diz que tiroteio em Paraisópolis pode beneficiar campanha de Tarcísio

Por Santa Portal em 17/10/2022 às 16:37

Rodrigo Martins/Santa Portal
Rodrigo Martins/Santa Portal

O tiroteio que interrompeu a agenda de campanha do candidato a governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante visita a Paraisópolis, nesta segunda-feira (17), pode afetar diretamente a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Essa é a análise do cientista político Fernando Chagas.

Para Chagas, apesar de informações preliminares apontarem que não teria sido um atentado contra Tarcísio, a campanha do candidato do Republicanos pode ser impulsionada nos próximos dias pelo episódio.

“Esse fato – que eu não entendo como seja um atentado político eleitoral – vai favorecer o candidato que é vítima nesse episódio. Não é um atentado, no meu modo de entender, porém de qualquer forma o candidato que sofre esse tipo de situação logicamente vai usar esse fato para mostrar que foi ele quem recebeu um atentado e utilizar politicamente esse fato até para defender a sua eleição”, disse Chagas, em entrevista ao Santa Portal.

O cientista político destacou, entretanto, que nos últimos anos casos de atentados políticos se tornaram comuns nas eleições brasileiras. Em 2018, o então candidato a presidente Jair Bolsonaro sofreu um atentado a facadas no interior de Minas Gerais. Em 2020, Solange Freitas, que disputava a Prefeitura de São Vicente, foi alvo de um ataque a tiros durante a sua campanha.

“A gente já teve recentemente dois fatos que marcaram, tanto nacionalmente quanto até regionalmente aqui, como foi o caso da então candidata a prefeita Solange Freitas e do próprio Jair Bolsonaro há quatro anos. Esses são fatos que tiveram maior repercussão porque foram, de fato, dois atentados. Os dois candidatos, na época, acabaram sendo favorecidos por esses episódios. Isto porque, o candidato que sofre um atentado tem uma maior exposição da sua campanha nas 24 horas após o episódio”, comentou.

Chagas entende que um atentado tem condições de desequilibrar realmente uma disputa eleitoral. “Isso pode atingir diretamente aquele eleitor indeciso, pois a população vê como uma fragilidade do candidato e acaba tendo pena dele. Porém, não é dessa forma que se faz política. Mesmo que fosse um atentado (no caso do Tarcísio), pelo histórico a gente sabe que quem sofre o atentado ganha e quem pratica o atentado perde. Então não seria inteligente”, concluiu.

Reprodução/Redes sociais
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