Praia Grande se manifesta contra a instalação de pedágios

Por Santa Portal em 20/08/2023 às 19:00

Divulgação/Prefeitura de Praia Grande
Divulgação/Prefeitura de Praia Grande

Praia Grande participou nesta sexta-feira (18) da Audiência Pública
Híbrida sobre o Lote Rodovias do Litoral Paulista, do Governo do Estado de São Paulo, que prevê a instalação de novos pedágios na Rodovia Padre Manoel da Nóbrega. Na ocasião, a prefeita Raquel Chini foi representada pelo secretário
adjunto de Planejamento, Juliano Fornazari, e pelo secretário de Transportes, Leandro Avelino, que oficialmente se manifestaram contra a ação.

Durante a audiência, a cidade entregou para a mesa diretora,
um relatório com os impactos que a decisão pode causar para a
Praia Grande, seus moradores e turistas. Os representantes praia-grandenses também
entregaram ofício com reinvindicações de melhorias.

O principal impacto do Lote Litoral Paulista diz respeito à
implantação de dois pórticos de pedágio no perímetro urbano do
Município na SP-055, que vai da Curva do S cruzando outros municípios
do Litoral Sul. Com isso, os moradores de Praia Grande seriam afetados
economicamente pela cobrança de tarifa para transitar por estes
trechos. Embora na Via Expressa Sul não tenha a previsão de pedágio,
ela também pode ser afetada pela concessão caso ela se concretize, em
especial com grandes congestionamentos.

Outro fator negativo apontado pelos técnicos está relacionado à
mobilidade urbana, uma vez que o edital prevê, no trecho da Padre
Manoel da Nóbrega, o fechamento parcial ou total de cinco acessos e
fechamento parcial de dois retornos. A medida sobrecarregaria a malha
viária, inclusive de vias internas, dificultaria o acesso aos bairros,
e poderia até mesmo inviabilizar a implantação do BRT (sigla para Bus
Rapid Transit) na Cidade. Isso porque o projeto do Governo do Estado
desconsidera o sistema viário vigente no Município e prevê a
implantação de mão dupla em alguns trechos das marginais da Via
Expressa Sul, as Avenidas Ministro Marcos Freire e Doutor Roberto de
Almeida Vinhas, sendo que por esta última passaria o BRT, não sendo
compatível a instalação de duas mãos de direção. Trechos da Avenida
Diamantino Cruz Ferreira Mourão, marginal à Rodovia Padre Manoel da
Nóbrega também passariam a contar com mão dupla.

Durante a audiência pública, o secretário adjunto de Planejamento,
Juliano Fornazari, destacou que as tratativas do Estado com os
municípios envolvidos não ocorreram como deveriam. “Em Praia Grande,
as marginais e ciclovias já estão prontas então já se sabe que o
trânsito vai todo para as vias municipais. O que a Prefeitura quer é
que o Estado entenda qual será a consequência disso. O edital prevê o
fechamento de sete acessos da via, o que isolaria muitos bairros e uma
rodovia é feita para integrar e não segregar. Tem que saber como
funciona a dinâmica de mobilidade da Cidade antes de intervir nela.
Tem que respeitar o comércio local, respeitar a população, respeitar o
direito das pessoas de irem e virem. Tudo isso precisa estar no estudo
e não somente uma análise financeira”, destacou.

O secretário de Transportes de Praia Grande, Leandro Avelino, que
também é coordenador da Câmara Temática de Mobilidade Urbana e
Logística do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da
Baixada Santista (Condesb) também levantou questões relacionadas ao
tema. “Depois de 15 meses de estudo envolvendo todas as prefeituras da
Região, foi elaborado o Plano Regional de Mobilidade e Logística
Sustentável e em março foi entregue para o Estado esse material. E,
ainda assim, não consideraram o Plano Regional quando elaboraram o
edital do Lote Litoral Paulista, porque não levaram em consideração o
projeto do BRT que é o futuro da interligação do transporte público
entre os litorais sul e norte, especialmente entre Peruíbe e Praia
Grande”.

A prefeita de Praia Grande, Raquel Chini, já se manifestou contrária
ao Lote Litoral Paulista nos moldes do que foi proposto no edital.
“Além do aspecto financeiro, teríamos impactos de circulação pela
Cidade e até mesmo de sobrecarga em alguns serviços públicos como a
saúde, dependendo da localização em que estiverem. Entendo que o
Governo do Estado deve ser transparente e claro nas tratativas com os
municípios. Por isso, nosso grupo de trabalho está acompanhando
atentamente o andamento deste processo”, concluiu.

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