Pai vende comércio e muda de cidade para dar melhor qualidade de vida para filho autista

Por Noelle Neves em 08/08/2021 às 19:25

Alexandre Arone, de 43 anos, acreditava já ter experimentado um pouco de todos os sentimentos com a chegada da filha Letícia, de 11 anos. Mas só com o nascimento de Leonardo, de 8 anos, que entendeu que sacrifícios valem a pena e são necessários em nome do amor. Especialmente aquele de pais para filhos.

A decisão de ter um segundo filho deixou a família muito feliz. Assim como o significado de seu nome, Léo nasceu forte como um leão. Quando a família viu os olhinhos pela primeira vez, não faziam ideia dos desafios que enfrentariam.

Aos dois anos, a criança foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), após professores alertarem quanto ao comportamento de isolamento. O diagnóstico pegou Alexandre e a esposa, Yolanda Nobile Arone, de 41 anos, de surpresa, mas logo eles entenderam que tinham dois caminhos: chorar por eles ou lutar pelo filho. E decidiram se preparar para a guerra e enfrentar tudo em busca de melhor qualidade de vida para Léo.

Na época, estabilizados e com um negócio em Praia Grande, optaram por deixar a cidade que viveram durante anos para encontrar tratamento especializado. “Nosso propósito se tornou encontrar maneiras de fazê-lo ser o mais independente possível. Vendemos tudo o que tínhamos e viemos para São Bernardo do Campo. Fizemos progressos, mas ainda sentíamos que faltava um lugar que pensasse nos valores de família e individualidade. Por causa do meu marido, abrimos nosso próprio espaço”, contou Yolanda.

De acordo com ela, Deus realizou muitas mudanças na vida da família. Além de unir o casamento, transformou Alexandre no melhor pai que os filhos poderiam ter. “Nossa clínica só existe porque Alexandre me amparou, cuidou dos nossos filhos com o maior amor do mundo e aceitou mudar seu jeito e sua vida em prol do Leonardo. Ele é presente em tudo”, destacou.

(Foto: Arquivo pessoal)

A chegada de Léo fez com que o homem mudasse muito. “Meu filho me ensinou a ser paciente, a ter fé acima de qualquer coisa. Luto pelos direitos do meu filho e faço questão que ele entenda o quanto é importante para mim”, disse.

Hoje, pai e filho se divertem caminhando, brincando no parque ou na praia. Juntos, vão para clínica e criam atividades divertidas que podem ser usadas com outras crianças autistas em tratamento.

Clínica de tratamento

Na clínica criada pela família, crianças até 15 anos com qualquer transtorno ou doença neurológica são tratadas. Os profissionais fazem avaliações específicas segundo idade, laudo e aplicam tratamento multidisciplinar (Fisioterapia, Psicologia, Fonoaudiologia, Terapia Ocupacional, Educação Física, Psicomotricidade Aquática, Hidroterapia, Psicopedagogia).

“Caso a caso, estipulamos uma agenda para cada criança de acordo com o que realmente necessita para evolução. Aqui ficam todos os dias durante 20 ou 40 horas semanais e formamos uma grande família”, concluiu.

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