MP abre procedimento para apurar falta de abrigos para mulheres vítimas de violência em PG
Por Santa Portal em 13/11/2024 às 11:00
O Ministério Público (MP) instaurou, por meio da promotoria local, um Procedimento Preparatório de Inquérito Civil (PPIC) para apurar a ausência de programas de abrigos específicos para mulheres vítimas de violência doméstica em Praia Grande.
Segundo a promotora Thalita Marques do Nascimento, a falta de serviços de acolhimento para pessoas nessas condições representa grave omissão da administração municipal, com infração a dispositivos legais como a Lei Maria da Penha e a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher.
O procedimento foi motivado por relato que apontou a inexistência de casas de acolhimento ou programas oficiais de proteção na cidade.
Em resposta ao Ministério Público, a Secretaria de Assistência Social de Praia Grande informou que, em casos de alta gravidade, como ameaça de morte, as vítimas são orientadas a buscar abrigo em outras cidades. Nos casos considerados de menor risco, o município oferece hospedagem temporária em hotéis ou pousadas, acompanhada de suporte técnico e assistência básica.
Entre as medidas iniciais, a promotora solicitou que o Poder Executivo envie, em até 40 dias, dados sobre a quantidade de mulheres atendidas pelo serviço de assistência social e encaminhadas para abrigos temporário ou para outros municípios; os recursos orçamentários para o auxílio de vítimas nos anos de 2023 e 2024; e o andamento da minuta de edital para a seleção de uma organização que ofereça serviços de acolhimento, incluindo detalhes sobre prazos, objetivos e recursos.
Além disso, foram expedidos ofícios para a Polícia Civil, Polícia Militar e Guarda Civil Municipal (GCM) para levantamento de estatísticas envolvendo atendimentos a mulheres em risco por violência doméstica nos últimos dois anos.
O Santa Portal procurou a Prefeitura de Praia Grande, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.