Segurança xinga e agride tutor por não recolher fezes de cachorro em Praia Grande

Por Santa Portal em 18/10/2023 às 11:00

Reprodução/Arquivo Pessoal
Reprodução/Arquivo Pessoal

O tutor de um cachorro foi agredido após ser ofendido por um segurança de uma colônia de um sindicato, na noite desta terça-feira (17), em Praia Grande. A discussão teria começado por causa das fezes do animal da vítima, que não teriam sido recolhidas pelo responsável e teriam irritado o suposto agressor.

“Ele veio gritando e falando um monte de coisa (por causa das fezes na calçada). O meu cachorro ficou muito assustado com a maneira que ele veio falar comigo por causa da sacola. Meu cão escapou e não conseguia pegá-lo de volta. Eu falei: ‘Não foi o meu cachorro quem fez cocô’. Eu estava na esquina e a coleira dele é extensa. O segurança disse: ‘Foi sim, eu vi. Você não vai recolher?’. Eu falei que estava sem sacola, pedi para ele me dar uma sacola para eu recolher. Ele então respondeu: ‘Não é obrigação minha, você que tem de andar (com sacola), seu folgado’. Eu falei: ‘Meu amigo, não é só porque você está com uma farda que é melhor do que eu’”, disse o jornalista Geoffrey Scarmelote, em entrevista ao Santa Portal.

Segundo ele, a discussão, que teve início por volta das 20h50 desta terça, prosseguiu durante algum tempo, em tom acalorado. “Ele continuou enchendo o saco e aí eu reconheço que fui deselegante quando disse: ‘Então faz o seguinte, estuda e arruma um emprego melhor, que você não vai precisar passar por isso’. Ele veio chegar perto de mim, falou ‘seu arrombado, a hora que eu estiver sem farda você vai ver, que eu te pego’. Peguei a câmera e falei para ele continuar. Ele continuou me ameaçando, mas depois fui atrás e consegui recuperar meu cachorro, com muito custo. Com raiva ainda, levei o Buddy (nome do animal) em casa e acabei voltando lá. Falei: ‘Estou sozinho, o que você vai fazer?’. Aí meu pai foi atrás preocupado. Ele foi fazer discursinho de vítima para os meus pais, dizendo coisas que eu não tinha falado. Não falei que o emprego dele era uma m…,, falei para ele estudar e arrumar um emprego melhor. Retruquei: ‘Você me chamou de arrombado, de um monte de coisa e a hora que eu liguei a câmera você parou’”, contou.

O bate-boca então se transformou em agressão por parte do segurança, na frente da colônia, localizada na Rua Antônio Monteiro, no bairro Nova Mirim. “Ele veio perto de mim, eu perguntei: ‘você vai chegar perto de mim mesmo?’ Aí dei um empurrão, ele veio e me socou, me chutou. Perdi um pouco da minha razão, mas isso não justifica. Ele foi homofóbico, me chamou de arrombado, de v…’, e quase me fez perder o meu cachorro. Aí eu saio da minha razão mesmo”, relembrou.


Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Para Geoffrey, a briga poderia ter sido evitada, mas ele disse não ter conseguido aceitar o tom agressivo com o qual o segurança se dirigiu a ele.

“Reconheço meus dois erros: não levar a sacola para carregar as fezes e dar uma declaração classista e deselegante, sugerindo a ele que procurasse outro emprego. Mas nesse momento ele estava me provocando, o que não justifica também. Eu poderia ter tentado ser um pouco mais ponderado, mas o nível das ofensas estava aumentando. Quando eu saquei a câmera ele mudou o tom completamente. Meu medo maior foi perder o meu cachorro. Agora, se a pessoa não tem equilíbrio, não tem tato, não tem educação para dizer simplesmente que não tem uma sacola, era só ele dizer para eu ir buscar, que eu teria ido pegar (a sacola). Sou esquecido, as vezes não lembro de levar. Isso já aconteceu comigo outras vezes. Fico triste porque houve uma agressão, na qual o meu pai, um senhor de 66 anos, teve que intervir. Ele estava tentando me bater com o meu pai no meio”, concluiu.

O Santa Portal entrou em contato com o Sinthoresp (Sindicato dos Trabalhadores em Hotéis, Apart Hotéis, Motéis, Flats, Pensões, Hospedarias, Pousadas, Restaurantes, Churrascarias, Cantinas, Pizzarias, Bares, Lanchonetes, Sorveterias, Confeitarias, Docerias, Buffets, Fast-Foods e assemelhados de São Paulo e região), local responsável pela colônia onde o profissional realizava o trabalho de segurança, para obter um posicionamento a respeito do caso, porém não obteve retorno.

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