Corpo encontrado em mala em Praia Grande remete a crime de 1928, em Santos

Por Marcela Morone em 11/09/2025 às 10:00

Acervo Milton Bednarski/Divulgação
Acervo Milton Bednarski/Divulgação

O chamado “crime da mala”, ocorrido em 1928, em Santos, marcou a crônica policial brasileira e voltou a ser lembrado após a descoberta, no último dia 4, do corpo de uma mulher dentro de uma mala em Praia Grande, no litoral de São Paulo. Separados por quase um século, os dois crimes são marcados pela brutalidade da violência contra a mulher.

Em 1928, o caso envolveu a morte da jovem italiana Maria Féa, de 23 anos, assassinada pelo companheiro Giuseppe Pistone, também imigrante italiano. Grávida de seis meses, Maria foi estrangulada após Pistone descobrir que a companheira desconfiava sobre seu plano de aplicar um golpe em um parente de Pistone, com quem moravam em São Paulo. O corpo foi colocado em uma mala, encontrada no navio Massilia, no Porto de Santos, em que Pistone fugiria pra Itália.

O plano fracassou quando funcionários do cais notaram manchas de sangue e o mau cheiro vindo da bagagem. A mala foi aberta e o corpo de Maria, que teve as pernas cortadas com uma navalha, foi encontrado. Pistone foi preso no navio antes da partida e condenado a 31 anos de prisão, pena que foi reduzida alguns anos depois. Libertado em 1948, ele morreu oito anos mais tarde.

O corpo de Maria Féa foi sepultado do Cemitério da Filosofia, em Santos, e virou ponto de peregrinação religiosa. A mala usada no crime por Pistone está exposta no Museu do Crime, em São Paulo.

Mesmo crime, um século depois

No último dia 4, o termo “crime da mala” voltou a circular após a Polícia Militar localizar, em Praia Grande, uma mala com o corpo de Jane Araújo Lima, de 46 anos. Ela foi morta pelo companheiro, Atílio Ferreira da Silva, 49.

A mala foi encontrada por crianças em um terreno baldio no bairro Ribeirópolis. O objeto estava encostado em uma parede e ao seu lado havia um papel com a senha de abertura da mala. Ao abrirem o objeto, policiais militares encontraram o corpo seminu, com apenas um shorts.

Após investigação da Polícia Civil, Atílio foi preso após se apresentar no 3º DP de Praia Grande. Posteriormente, agentes encontraram vestígios de sangue na residência do acusado. A faca usada no crime foi encontrada dentro do tijolo de uma parede.

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