Sopesp faz 28 anos: Régis Prunzel fala em sucesso e planejamento para próximos cinco anos

Por Marcela Ferreira em 16/12/2021 às 06:05

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O Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) completa, neste mês, 28 anos de existência, marcados por forte atuação de cuidado, geração de diálogos entre associados e representantes da atividade portuária no estado de São Paulo. O presidente do Sopesp, Régis Prunzel, 48, garante que a idade marca o sucesso da entidade.

Em entrevista ao Santa Portal, Prunzel afirma que a história de sucesso do Sopesp vem de muito trabalho e esforços para que a entidade resista, proporcionando emprego e condições para a navegação, garantindo o bom funcionamento dos portos da região.

Durante a pandemia, os desafios foram muitos, mas Régis afirma que com o planejamento realizado para os próximos cinco anos já em andamento, a tendência é de crescimento, especialmente em 2022.

Régis  Prunzel é presidente do Sopesp desde 2019, quando o cargo estava em vacância. Neste ano, ele foi reeleito para cumprir o mandato até o exercício de 2023. Ele também é diretor de operações portuárias e relações institucionais dos terminais TEG, TEAG e TES.

Confira a entrevista com Régis Prunzel, presidente do Sopesp:

Santa Portal – O que significam esses 28 anos de existência do Sopesp para você? Qual a importância do Sindicato para a Baixada Santista, em todo esse tempo de atuação?

Régis Prunzel –  Nós temos 37 associados hoje no Sopesp. Lá no passado, quando começou há 28 anos atrás, tínhamos um número um pouquinho maior de associados, mas ao longo dos anos eles foram mudando, as empresas deixaram de trabalhar aqui na Baixada, outras mudaram para outros lugares, e assim por diante.

E o que representam esses últimos vinte e oito anos? Da mesma forma que a movimentação de mercadorias aumentou nos portos da Baixada ou seja se você pegar o que os portos aqui de Santos, Guarujá, Cubatão e São Sebastião faziam há 28 anos, nós podemos falar que hoje nós estamos fazendo mais do que 100% além. Então, essa evolução na movimentação ela só é possível quando você tem o investidor, que é o operador portuário, fazendo investimentos para que você tenha terminais cada vez com maior velocidade movimentando cargas de uma forma mais rápida, você tem pessoas mais preparadas para fazer essa movimentação. Então a história do Sopesp nesses últimos 28 anos eu poderia falar para você que ela é uma história de sucesso, é uma história de muito diálogo com todos os atores envolvidos nas operações portuárias desde o próprio operador, as autoridades que o condomínio portuário, ele tem vários atores que a gente chama de atores intervenientes. Você tem Polícia Federal, Receita Federal, Ministério da Agricultura, Anvisa, você tem a própria autoridade portuária que hoje é o nome SPA, a antiga Codesp, você tem Antaq, que é a agência reguladora, você tem o município da de Santos, município do Guarujá, município de São Sebastião. Quer dizer, você tem vários intervenientes que fazem com que a atividade portuária seja executada. Então esses 28 anos foram de muito diálogo, de muitos avanços não só do Sopesp, mas de toda a comunidade portuária fazendo com que a gente hoje consiga movimentar volumes de carga maiores. Mesmo passando por um momento que a gente está passando, que o mundo está passando, que é a questão da pandemia do covid-19. 

Mas para resumir, é uma história de muito sucesso. É por isso que os portos da Baixada, hoje, o Porto de Santos que eu chamo de portos da Baixada porque não é só Santos, tem Guarujá, tem Cubatão, tem tem São Sebastião também. Então porque esse complexo portuário consegue movimentar isso porque ele tem um ator que é o Sopesp, que conecta os demais atores fazendo com que a gente possa movimentar cada vez mais cargas aí, gerar emprego, renda e tudo mais para as comunidades que a gente está inserido.

Santa Portal – A crise econômica causada pela pandemia teve qual efeito sobre os planos do Sopesp?

Régis Prunzel –  A gente começou 2020 pensando e desenhando um planejamento estratégico do Sopesp. Que era ‘o que que nós vamos fazer nos próximos três, quatro, cinco anos com a entidade?’ Então nós nos reunimos com o nosso conselho e discutimos um planejamento estratégico. 

Trouxemos uma empresa para nos ajudar a desenvolver, a desenhar e no meio do caminho fomos colhidos pela covid e pelos seus reflexos que a gente tem uma crise econômica não só no Brasil, na Baixada, mas também no mundo todo. Então a gente esperou um pouco para implementar nosso planejamento estratégico. Ficamos o 2020 com o nosso planejamento estratégico congelado e focamos em manter a segurança e a saúde de todos nas atividades portuárias, ou seja, todas as ações que a gente tomou foram ações para garantir que trabalhadores, as outras intervenientes que vão aos portos trabalhar na faixa do cais ou na parte de terra ou a bordo das embarcações, que estivessem com a sua saúde, a sua segurança garantida. É óbvio que o mundo todo estava aprendendo como lidar com isso em 2020. Como é que a gente faz isso numa atividade que, preponderantemente, precisa de mão de obra? Então nós tivemos que nos organizar, tivemos que usar muito da união e do bom diálogo para que todo mundo entendesse o que precisava ser feito.

Não parar a atividade portuária fez com que a geração de empregos se mantivesse ao longo de 2021, nós não reduzimos trabalhadores, nós não reduzimos demanda por mão de obra, muito pelo contrário, nós mantivemos a nossa atividade funcionando. E isso permitiu que os municípios também pudessem continuar arrecadando o imposto sobre serviços, que é o que a atividade portuária paga. Então hoje a atividade portuária dos nossos associados é responsável por 65% da arrecadação dos municípios da Baixada. 

Então a atividade econômica de não parar o porto, além de gerar emprego, manter os trabalhadores empregados, engajados e tendo demanda pelo trabalho deles, a gente também contribuiu para que os municípios pudessem continuar sua arrecadação e com base nisso fazer frente aos aos efeitos da covid. Saúde, educação, alimentação para quem precisa e tudo mais.

Santa Portal – Então o planejamento feito pelo Sopesp acabou sendo afetado pela pandemia?

Régis Prunzel –  Foi afetado. A gente deixou ele congelado por um ano. A gente começou a implementar ele de fato agora em 2021. Era para ter começado em 2020, mas como a gente focou, no início da pandemia, em cuidar da saúde, da segurança das pessoas e dos processos, a gente adiou ele para esse ano. Nosso plano é de cinco anos, só que ele é um plano vivo. Todo ano a gente tem alguma mudança, então o planejamento estratégico é um guia para chegar onde nós queremos. 

Santa Portal – Como está o andamento do planejamento estratégico para os próximos cinco anos? Quais são os próximos passos?

Régis Prunzel –  O Primeiro passo foi uma adequação do nosso grupo de colaboradores lá no Sopesp, a profissionalização, da nossa estrutura física. Acompanhar um pouco mais de perto a questão da perspectiva de aumento de volumes de cargas para os próximos anos. Então a gente tem recentemente o plano nacional de logística, a autoridade portuária elaborou seu plano estratégico, que é o PDZPO, onde ela projeta um aumento de cargas agora, e se olhar para 2020, que nós fizemos 140 milhões toneladas, ele projeta nos próximos 20 anos um aumento de quase 65%. Então de 140 milhões de toneladas vai para 240 milhões de toneladas em vinte anos. E como é que a gente prepara a estrutura do porto? Como é que a gente prepara as empresas? É uma coisa que tem que ser preparada simultaneamente com novas tecnologias, a questão de ter uma um calado e uma profundidade no nosso canal um pouco mais favorável, questões ambientais, questões de sustentabilidade, geração de emprego e renda. Tudo isso faz parte desse nosso plano.

Santa Portal – Como o Sopesp encerra este ano de 2021?

Régis Prunzel –  O ano de 2021 foi um ano em que a gente teve grandes conquistas. Nós estivemos juntos na questão da vacina junto com as prefeituras de Santos, Guarujá e Cubatão, São Sebastião. Conseguimos idealizar a vacina para o trabalhador portuário, seja ele vinculado, seja ele avulso. Então isso foi um grande feito e a gente tem uma gratidão muito grande às prefeituras e às equipes, que deram um show. Nós como Sopesp ajudamos a organizar, mas se não tivesse a abertura das prefeituras, das secretarias de saúde, da secretaria de vigilância epidemiológica, a gente não teria avançado.

A gente está avançando também com relação a atender as demandas de novas cargas para os portos, a adequação, nós temos associados que estão fazendo grandes investimentos, que estão preparando seus terminais para receber mais cargas, e obviamente isso tem um reflexo direto na economia local. Então tudo isso é muito positivo. Nós, como principal porto do Brasil, estamos prontos, seguindo os protocolos, cuidando das pessoas, cuidando da saúde das pessoas, cuidando da segurança e manter uma atividade portuária de pé, esse é o primeiro ponto. Segundo, estamos dando passos importantes na adequação dos nossos terminais, dos nossos associados para originar mais cargas aqui para os portos da Baixada. Então o saldo de 2021 é positivo e a gente já espera colher bons números já a partir do ano que vem.

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