Presidente da APS comemora resultados históricos e prevê Porto de Santos sem palafitas

O presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, apresentou nesta sexta-feira (12) um balanço de 2025 marcado por recordes históricos, investimentos bilionários e avanços estruturais que reposicionam o Porto de Santos como o principal polo logístico do país.

Nos últimos anos, o cais santista passou por uma reestruturação profunda, com reprojeto das áreas operacionais, ampliação da capacidade e maior integração com a cidade. Os resultados já aparecem nos números. Em 2025, o Porto voltou a registrar marcas inéditas, com destaque para o mês de outubro.

“Em outubro, movimentamos mais de 550 mil contêineres, o maior volume mensal da série histórica do Porto de Santos”, destacou Pomini.

Um dos anúncios mais relevantes do balanço foi o compromisso de zerar as palafitas na área do Porto de Santos até 2026. A APS já investe cerca de R$ 50 milhões na construção de moradias para reassentar famílias que vivem em condições precárias às margens do complexo.

“É um contrassenso um equipamento de infraestrutura desse porte, que vai receber bilhões em investimentos, ainda ter pessoas vivendo em palafitas na sua margem. Isso precisa ser corrigido”, afirmou Pomini.

Segundo ele, o processo será feito por meio da troca direta da moradia, com entrega das casas e liberação das áreas atualmente ocupadas. “É troca de chave: a chave da casa pela chave da palafita. Com isso, liberamos a área para o canteiro de obras do túnel Santos-Guarujá”, explicou.

A tão aguardada ligação seca entre Santos e Guarujá também avançou dentro do planejamento da Autoridade Portuária. De acordo com Pomini, a assinatura do contrato está prevista para o início de 2026, com início das obras no fim do mesmo ano.

O projeto depende diretamente da reorganização territorial promovida pelo Porto, incluindo a liberação de áreas estratégicas e a requalificação urbana da região.

Investimentos federais e privados

Segundo o presidente da APS, o Porto de Santos recebeu um aporte de R$ 12,5 bilhões do Governo Federal, valor que representa um investimento 174 vezes maior do que o registrado em ciclos anteriores. Para Pomini, trata-se de uma correção histórica diante da relevância econômica do complexo portuário.

“O Porto de Santos faturou cerca de R$ 200 bilhões para o país em 2024 e agora vive um novo ciclo de investimentos estruturantes”, afirmou.

Somados aos recursos públicos, os investimentos privados obrigatórios, previstos em contratos de arrendamento e renovações, devem elevar esse montante para mais de R$ 20 bilhões nos próximos anos, configurando o maior ciclo de investimentos da história do complexo portuário brasileiro.

Condomínios logísticos

Para enfrentar o impacto diário do transporte de cargas, a APS confirmou a construção de dois grandes condomínios logísticos, com início previsto para 2026, um em Santos e outro em Guarujá. A medida busca organizar o fluxo de caminhões e reduzir os transtornos à população.

“Cerca de 20 mil caminhões acessam o complexo portuário todos os dias. Muitos chegam fora do horário de agendamento e acabam parando nas ruas, em frente às casas das pessoas. Essa responsabilidade o Porto chamou para si e vai resolver”, afirmou o presidente.

Na margem direita, a área escolhida fica na região posterior ao terminal da BTP, com quase 500 mil metros quadrados, pensada para atender o futuro Tecon 10 e a transferência do terminal de cruzeiros. Já na margem esquerda, atrás da Conceiçãozinha, a área tem mais de 300 mil metros quadrados, já considerando a futura operação do túnel.

Aliás, o Tecon 10, megaterminal de contêineres que deve aumentar em 50% a capacidade de movimentação do Porto de Santos, foi apontado por Pomini como o maior investimento da história do complexo portuário brasileiro.

Segundo ele, a empresa vencedora da concessão, que será definida em março, terá uma obrigação contratual de investimento de cerca de R$ 2 bilhões apenas em obras.

“Quando somamos os investimentos públicos do Porto com os privados, fruto das obrigações contratuais, não há dúvida: estamos falando do maior investimento já concentrado em logística no Brasil”, concluiu.