Presidência da Antaq se reúne com prefeito de Santos sobre desestatização do Porto

Por Santa Portal em 25/06/2022 às 08:00

Marcelo Martins/Prefeitura de Santos
Marcelo Martins/Prefeitura de Santos

O prefeito de Santos, Rogério Santos, se reuniu com a presidência da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), nesta sexta-feira (24), para esclarecer alguns pontos sobre a desestatização do Porto. De acordo com o chefe do Executivo, o objetivo é defender discutir a manutenção de um espaço para o funcionamento do cais público na cidade e os impactos da medida pretendida pelo Governo Federal. 

“Queremos as respostas oficiais que são importantes para Santos. Temos a preocupação com o trabalhador portuário, com a questão da construção de obras e infraestrutura fundamentais na entrada de Santos, na ligação do maciço central. A própria questão da ligação seca entre Santos e Guarujá e tantas outras que esse processo de desestatização assim como os leilões vão impactar na cidade e na economia”, afirmou ao Santa Portal. 

O encontro do prefeito ocorreu durante a tarde, com o presidente da Antaq, Eduardo Nery. Na reunião, ele deixou claro ser favorável à desestatização, mas ressaltou que é importante respeitar os interesses da população santista, que será a maior impactada. 

“A desestatização é importante. O Porto de Santos é o principal equipamento de logística do Brasil, mas ele cumpre um papel social e de extrema relevância na questão dos empregos, geração de renda, para o turismo na cidade, que é uma marca fundamental. O que queremos é justamente ser ouvidos, discutir e até propor soluções”, relata. 

Rogério defende a manutenção de um cais público e que sejam disponibilizados berços em quantidade adequada às operações de carga por eles realizadas, o que possibilitará a manutenção dos empregos e a viabilidade das empresas operadoras locais que estariam em risco com o processo de desestatização.

Outro ponto reiterado diz respeito à preocupação com o terminal de passageiros (Concais) que poderia se tornar inviável com o leilão de um dos trechos do porto para alocação de um grande terminal de fertilizantes.

A Antaq propõe a mudança do terminal de passageiros, mas a prefeitura entende que somente deva entrar em operação após a transferência para a região do Valongo. “Isso afeta diretamente a operação dos cruzeiros como um todo e, por conta dessa questão, vemos como fundamental para o turismo de Santos e do Brasil, o respeito ao tempo adequado das coisas”.

Por fim, Rogério voltou a apontar a necessidade da realização de obras para adequação viária na entrada de Santos, que não inviabilizem o tráfego de veículos na cidade com o incremento de cargas no porto. 

“O estado e o município já investiram R$ 800 milhões cada em obras para o acesso da Rodovia Anchieta para a entrada da cidade; até hoje o Governo Federal ainda não cumpriu com a parte deles, relativa à construção de um acesso ao porto”.

Eduardo Nery e os demais representantes da Antaq ouviram as demandas e se comprometeram a aprofundar as conversas com a administração municipal e empresários do setor portuário. “O Porto é fundamental para Santos e sabemos da importância da integração entre porto e cidade, por isso viemos ouvir as demandas do Município e mais reuniões ainda acontecerão em busca de soluções”.

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