PF e PM prende cinco na região e desarticula esquema de tráfico internacional no Porto de Santos
Por Santa Portal em 07/11/2024 às 10:00
A Polícia Federal e a Polícia Militar deflagraram, nesta quinta-feira (7), a Operação Taeguk, que tem como objetivo reprimir e desarticular uma organização criminosa responsável pelo tráfico transnacional de drogas por portos brasileiros, principalmente o Porto de Santos.
Segundo a Polícia Federal, foram cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 39 mandados de busca em doze municípios, incluindo Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande e Bertioga. Deste total, cinco pessoas foram presas entre Santos e Guarujá nesta quinta. Aproximadamente 200 policiais federais participaram da operação.
O esquema criminoso foi responsável pela contaminação e inserção de mais de uma tonelada de entorpecentes (cocaína e maconha) em embarcações de grande porte, capazes de realizar viagens transoceânicas, com o intuito de abastecer os mercados europeu e asiático.
Segundo a investigação, o esquema envolvia indivíduos com expertise em mergulho submarino que se aproveitavam desse conhecimento para “prestar serviços” para outras organizações criminosas mediante a contaminação com droga da caixa mar submersa (chamada de sea chest) de navios situados nas áreas de fundeio de portos brasileiros.
Após a inserção da cocaína, o núcleo da organização criminosa situada em território brasileiro contava com o apoio de uma rede de mergulhadores ao redor do mundo para a retirada da droga em outros países.
Foram identificados ao menos sete eventos de tráfico transnacional de drogas, todos em 2024, vinculados à atuação desta organização criminosa, totalizando, aproximadamente, mais de uma tonelada apreendida de entorpecentes
As investigações revelaram, ainda, que os envolvidos empregavam, além da contaminação de sea chest, outras formas de inserção de drogas nas embarcações, como a modalidade içamento, quando necessariamente há participação de tripulantes dos navios na colocação e ocultação da droga.
As pessoas relacionadas aos fatos investigados poderão responder pelos crimes de tráfico transnacional de drogas, associação para fins de tráfico, bem como o crime de organização criminosa. As penas cominadas podem ultrapassar 35 anos de reclusão, sem contar com a majorante ligada à transnacionalidade dos delitos.
A investigação teve a participação do escritório do DEA/SP, da Marinha do Brasil, bem como contou com pedidos de cooperação jurídica internacional em matéria penal, com apoio imprescindível de países parceiros como a Coreia do Sul, República Popular da China e Espanha.