Convênio entre Praticagem de SP e Agência Espacial busca desenvolver estudos e análises tecnológicas
Por Vanessa Ortiz em 03/05/2022 às 14:35
A Praticagem do Brasil e a Agência Espacial Brasileira (AEB) firmaram um convênio, na manhã desta terça-feira (3), que objetiva a troca de conhecimento, estudos e análises para uso de tecnologia espacial na atividade de praticagem. A parceria poderá trazer mais segurança e recursos para a navegação no Porto de Santos, bem como para todo o país.
A solenidade ocorreu na sede da Praticagem do Estado de São Paulo, em Santos, e contou com a presença do presidente da AEB, coronel engenheiro Carlos Augusto Teixeira de Moura; Ricardo Falcão, presidente do Conapra; e Bruno Tavares, presidente da Praticagem do Estado de São Paulo.
A praticagem é responsável por guiar as condições, regras e riscos específicos de cada região portuária. A assinatura do termo de cooperação com a AEB poderá otimizar os recursos já existentes na navegação, assim como possibilitar o surgimento de novas tecnologias, que poderão ser incorporadas ao trabalho realizado no país.
“São duas entidades que lidam com tecnologia, então, isso pode trazer milhões de benefícios. Um deles seria a parte de batimetria, através de imagem de satélite, a parte de comunicação, que pode se tornar muito mais dinâmica. É uma parceria que a gente pode desenvolver milhões de trabalhos nessa área de tecnologia”, afirma Tavares.
Ainda segundo o presidente da Praticagem de São Paulo, a parceria trará uma operação mais ágil em todo o território nacional, com informações mais precisas, trazendo mais previsibilidade para a manobra, além de segurança.
Excelência na praticagem
Falcão, presidente da Praticagem do Brasil, afirma que o país é referência no mundo quando se fala em tecnologia no setor, apesar do pouco investimento em infraestrutura, comparado com outros lugares, como Estados Unidos e Bélgica. Ele atribui isso a excelentes profissionais e pesquisadores brasileiros, com acesso a tecnologia de ponta.
“Você tem que estar lá no topo da tecnologia, mas, às vezes, não precisa de tecnologia estrangeira. A gente tem pessoas aqui no Brasil capazes de desenvolver aplicativos, de colocar um satélite lá em cima, que nos resuma as informações, e nos faça ter um sistema de coordenação de tráfego melhor, ter sistemas remotos que trabalham para entregar a informação de maneira muito mais dinâmica”, afirma.
A parceria ajudará justamente nesse quesito, proporcionando acesso a mais alta tecnologia, já que a agência emprega sistemas espaciais, como satélites, que ajudam a coletar dados meteorológicos, de maré, correntes, além de outras aplicações, como comunicação.
“O que acreditamos que podemos melhorar é a qualidade e a precisão das informações. Por exemplo, se você colocar boias em canais e em outros locais para entender melhor o meio ambiente, a hora que você tem outros sensores e consegue trazer outras informações, certamente, as pessoas que são especialistas na área vão conseguir tirar melhor resultado daquilo, aumentando, como o calado dinâmico”, finaliza o presidente da AEB.